Você vai ler na coluna de hoje: ABOOH anuncia nova diretoria e inicia ciclo focado em inovação e expansão do Out of Home no Brasil,Conexões é o tema do vídeo lançado pela Fecomércio-RS no final deste ano, SETCERGS e CopeBR estabelecem parceria para serviços de relações com a imprensa no Rio Grande do Sul, Marketing conversacional: o diálogo como um ativo estratégico na nova era digital, Cenp e Anbima estabelecem parceria para fortalecer a importância da autorregulação para o desenvolvimento econômico e O Brasil não replica tendências.
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ABOOH anuncia nova diretoria e inicia ciclo focado em inovação e expansão do Out of Home no Brasil.
A nova equipe de profissionais, para o mandato de 2026/2027, integra as diretorias de Tecnologia e Inovação, Jurídico e Fiscalização, Relações Internacionais, Relações com o Mercado e Tesouraria, Relações Institucionais Setoriais e Entidades, e Métricas, Estudos e Pesquisa.
A Associação Brasileira de Mídia Exterior (ABOOH) acaba de eleger sua nova diretoria para o mandato de 2026/2027, marcando o início de um ciclo que reforça o papel de liderança da mídia exterior no país e amplia a integração entre empresas, tecnologia e mercado.
Felipe Viante permanece como presidente da organização, garantindo a continuidade de uma agenda estratégica que vem fortalecendo o setor. Ao seu lado, Andrea Weiss continua como CEO da ABOOH, assegurando a consistência na gestão e o alinhamento das iniciativas que impulsionam a publicidade Out Of Home em âmbito nacional.
A nova equipe reúne profissionais de destaque em suas áreas, ampliando a diversidade de perspectivas e conhecimentos que moldarão o futuro da publicidade OOH (Out-of-Home).
Christian Pinheiro (ADMOOH) – Diretor de Tecnologia e Inovação
Conrado Kallas (AGFK) – Diretoria Jurídica e de Supervisão
Claudia Damas (ALTERMARK) – Diretora de Relações Internacionais
Lucio Schneider (ELETROMIDIA) – Diretor de Relações com o Mercado e Tesouraria
Rafael Saito (HELLOO) – Diretor de Relações Institucionais Setoriais e de Entidades
Yuri Berezovoy (RZK) – Diretoria de Métricas, Estudos e Pesquisa
Com governança renovada e uma agenda de crescimento estruturada, a ABOOH reforça sua posição como uma voz unificada do setor, conectando membros, instituições e o ecossistema da comunicação no Brasil e no mundo.
Para Felipe Viante, o próximo ciclo será decisivo. “Os próximos 24 meses trarão muitas novidades e uma evolução significativa da mídia OOH, cada vez mais integrada à tecnologia. Estamos preparados para liderar essa jornada com união, inovação e segurança.”
Andrea Weiss destaca a maturação institucional da Associação, enfatizando que “a ABOOH se consolidou como um centro de conhecimento e conexão, com iniciativas como o Curso de Mídia OOH e participação ativa em eventos nacionais e internacionais — como o Congresso Mundial da WOO — fortalecendo a visibilidade do nosso mercado e criando novas oportunidades para todos os membros.”
Com sua nova equipe e um plano de trabalho voltado para o futuro, a ABOOH reafirma seu compromisso em impulsionar a publicidade OOH no Brasil, expandindo seu alcance, promovendo o diálogo e incentivando práticas que elevem o setor a um novo patamar.
ABOOH – Com mais de 15 anos de mercado, a Associação Brasileira de Mídia Out of Home (ABOOH) é o ponto de encontro e união do setor de mídia exterior, impulsionando o crescimento de todos os seus participantes. A organização foi estruturada para unir e impulsionar o setor, construindo uma imagem diferenciada e positiva para as empresas que participam da ABOOH. São mais de 230 mil painéis associados espalhados por todo o Brasil, presentes em 200 dos principais centros urbanos.
Conexões é o tema do vídeo lançado pela Fecomércio-RS no final deste ano
Gestos que aproximam as pessoas, que criam laços e que transformam momentos comuns em encontros significativos. Este foi o tema central do vídeo que o Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac e IFEP lançou no final deste ano.
“No ritmo acelerado de nossas vidas, muitas vezes negligenciamos o essencial: estar presente, prestar atenção ao que nos rodeia, reconhecer quem precisa de nós e valorizar quem ilumina nosso caminho. Por isso escolhemos o tema das conexões. Porque é nelas, no cuidado, no acolhimento e na troca genuína, que encontramos sentido e construímos esperança. E é exatamente isso que o Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac e IFEP busca por meio de suas atividades nas mais diversas áreas: conectar as pessoas do Rio Grande do Sul”, enfatiza o presidente da organização, Luiz Carlos Bohn.
No filme, um simples avião de papel percorre caminhos inesperados e conecta pessoas que talvez nunca tivessem se cruzado. “Quando paramos para observar, percebemos o quanto tudo se transforma quando acreditamos nas pessoas. Esse sentimento inspirou nosso filme. Queríamos mostrar como gestos simples, quase cotidianos, têm o poder de transformar um dia em algo verdadeiramente memorável”, destaca Simone Barañano, Gerente de Marketing do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac e IFEP.
O comercial será veiculado até 30 de dezembro nos principais canais de TV do estado: RBS, SBT, Record e Pampa, além da Netflix, canais digitais e ampla divulgação nas redes sociais e nos canais da Federação.
SETCERGS e CopeBR estabelecem parceria para serviços de relações com a imprensa no Rio Grande do Sul
A CopeBR, agência de relações públicas e comunicação corporativa do Rio Grande do Sul, é a nova assessoria de imprensa da SETCERGS – União das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Estado do Rio Grande do Sul , com a jornalista Ana Melo responsável pela conta e a redação por Mariana Halmel.
A SETCERGS é o sindicato que representa o transporte rodoviário de mercadorias no estado. Em 2025, lançou a campanha institucional “Tudo Gira sobre Rodas”, com o objetivo de fortalecer a compreensão da sociedade sobre o transporte rodoviário como um importante motor da economia. Presidida pelos empresários Delmar Albarello e Marcelo Dinon (presidente e vice-presidente, respectivamente), a instituição representa mais de 21.000 empresas do setor e, no ano em que comemora 66 anos de atividade, a SETCERGS também é uma das organizadoras da TranspoSul, um dos principais eventos do segmento no estado, que chegou à sua 24ª edição este ano, reunindo mais de 27.000 visitantes na FIERGS em setembro.
A assessoria de imprensa fará parte da estratégia do Sindicato para fortalecer o relacionamento da instituição com a mídia, gerando temas e reflexões sobre o futuro do transporte rodoviário de cargas. “A SETCERGS entende a importância de estar na vanguarda dos debates e soluções que impulsionam a cadeia logística”, enfatiza o presidente Delmar.
Sobre a SETCERGS: Com 66 anos de experiência, a SETCERGS representa 21.000 empresas de transporte no Rio Grande do Sul, setor responsável por aproximadamente 20% do PIB nacional. Em 2025, a organização lançou a campanha “Tudo Gira sobre Rodas”, reforçando a importância estratégica do transporte rodoviário para a economia e o desenvolvimento do estado. Juntamente com a população do Rio Grande do Sul, a instituição liderou a campanha SOS Carreta Solidária, que mobilizou doações para o setor de transporte e logística, bem como para a sociedade em geral, durante as enchentes no Rio Grande do Sul em 2024.
Marketing conversacional: o diálogo como um ativo estratégico na nova era digital
Por Rita Candido
Em um mundo hiperconectado, a comunicação entre marcas e pessoas está passando por uma profunda transformação. Não basta mais impactar os consumidores com mensagens bem direcionadas. É preciso ouvir, responder e construir confiança. O marketing conversacional surge dessa mudança cultural: um modelo de relacionamento que substitui o monólogo publicitário tradicional por conversas reais, personalizadas e mais humanas.
O comportamento digital confirma essa mudança. No Brasil, o usuário médio passa 9 horas e 9 minutos por dia acessando a internet — segundo dados consolidados até o terceiro trimestre de 2024. Mesmo com esse uso intenso, os consumidores não querem perder tempo com interações ineficientes ou mecanizadas. Em um cenário onde atenção e confiança se tornaram recursos escassos, o diálogo surge como a forma mais direta e eficaz de gerar valor.
Essa abordagem atende tanto a uma necessidade emocional quanto racional. Os consumidores querem saber com quem estão falando e sentir que há uma pessoa real do outro lado da tela. Portanto, o diálogo deixa de ser apenas uma etapa na jornada e se torna o próprio motor da conversão, construindo confiança e identificação — dois pilares da decisão de compra moderna.
Nos últimos anos, o WhatsApp se consolidou como o principal canal para essa estratégia. De uma ferramenta de suporte, evoluiu para integrar mídia, vendas e gestão de relacionamento em tempo real. O relatório Infobip Tendências de Mensagens 2025 mostra que o uso do WhatsApp para troca de mensagens entre clientes e empresas cresceu 30,47% no Brasil . Globalmente, a tendência é ainda mais forte, com um aumento de 53,8% nas interações focadas em compra, venda e atendimento ao cliente . Esse crescimento reflete a maturação do consumidor digital, que busca praticidade, respostas rápidas e personalização, e encontra no aplicativo um canal de comunicação direto e confiável com as marcas.
Um exemplo típico de varejo premium é substituir o “clique direto para o e-commerce” por um convite à conversa: durante a interação, a equipe envia fotos, responde a perguntas e compreende as preferências antes da compra. O resultado vai além das vendas: cria uma experiência consultiva e confiável que constrói fidelidade por meio da escuta, e não apenas pela oferta.
Para implementar essa abordagem, é essencial que as empresas planejem processos claros e mantenham uma comunicação empática. As integrações entre o WhatsApp Business, CRMs, automações e agentes de inteligência artificial (IA) permitem organizar o fluxo de mensagens, registrar dados e oferecer respostas rápidas e personalizadas sem perder o toque humano que dá significado à conversa. Nesse caso, a IA atua como um suporte estratégico: automatiza tarefas repetitivas, identifica intenções e direciona o atendimento ao cliente de forma eficiente, enquanto os profissionais se concentram em interações de maior valor que exigem empatia, contexto e construção de relacionamento.
Quando bem executado, o marketing conversacional revela um tipo de dado muito mais rico do que qualquer métrica tradicional. Ele mostra intenções, dúvidas e motivações, transformando a interação em inteligência. Mais do que substituir as estratégias tradicionais, ele humaniza o mundo digital. Redefine a relação entre marcas e pessoas e demonstra que, em um mercado saturado de mensagens, o diálogo genuíno é o que perdura. E, quando genuíno, não termina com a venda — começa aí.
Cenp e Anbima estabelecem parceria para fortalecer a importância da autorregulação para o desenvolvimento econômico
A força da autorregulação em dois dos setores mais estratégicos da economia brasileira esteve no centro de um encontro inédito realizado nesta terça-feira (9), em Brasília. O Cenp (Fórum de Autorregulação do Mercado Publicitário) e a Anbima (Associação Brasileira de Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais) assinaram um acordo de cooperação mútua que inaugura uma nova fase de diálogo e colaboração entre as duas entidades.
A iniciativa foi criada para reforçar a importância da autorregulação como pilar do desenvolvimento econômico, destacando seu papel na promoção da transparência, da ética e da concorrência leal em setores essenciais para o país. O acordo prevê a troca de experiências, o compartilhamento de boas práticas e a construção de uma agenda de trabalho comum para 2026, com foco no fortalecimento da governança e da qualificação técnica.
O objetivo do Cenp é salvaguardar as relações éticas e comerciais que sustentam o ecossistema da publicidade no Brasil. Para tanto, reúne as principais entidades e líderes do setor, representando anunciantes, agências, veículos de comunicação e elos digitais, atuando como um emulador de boas práticas e um centro de debate, promovendo o diálogo e a colaboração entre os diferentes atores da indústria. Dentre suas atribuições, destaca-se a certificação de agências de publicidade, assegurando uma atuação responsável, alinhada aos princípios da autorregulamentação.
A Anbima atua como autorreguladora nos mercados financeiros e de capitais, estabelecendo códigos de boas práticas e supervisionando sua aplicação entre as instituições do ecossistema. É também responsável pela certificação de profissionais que atuam na distribuição de produtos de investimento — por meio dos exames CPA-10, CPA-20 e CEA, reconhecidos como referências nacionais em qualificação técnica e ética.
“A publicidade e o mercado financeiro são dois pilares da economia brasileira e referências globais em seus respectivos setores. Ambos se apoiam na autorregulação como base para garantir ética, transparência e livre concorrência. Assim como o Cenp trabalha para conectar os elos da indústria publicitária e monitorar as transformações do mercado, a Anbima trabalha para fortalecer o sistema financeiro com os mesmos princípios de integridade e qualificação. Essa parceria demonstra que a autorregulação é, acima de tudo, um instrumento de desenvolvimento para a economia brasileira”, afirma Luiz Lara, presidente do Cenp.
“A parceria entre a Anbima e o Cenp comprova que o modelo de autorregulação oferece uma contribuição altamente relevante para a sociedade brasileira, independentemente da atividade econômica. As experiências de ambas as entidades mostram que todos têm a ganhar quando os próprios setores conseguem se alinhar para seguir boas práticas e trabalhar de forma mais transparente e ética. A agenda comum que os mercados financeiro e de capitais e o mercado publicitário estão construindo com este acordo certamente trará muitos benefícios para ambos os setores”, observa Carlos André, presidente da Anbima.
O evento, realizado em Brasília, também busca ampliar o diálogo com as autoridades públicas, destacando como a autorregulação pode contribuir, técnica e colaborativamente, para o aprimoramento das práticas de mercado. Além dos presidentes das duas entidades, André e Lara, participaram José Carlos Doherty, diretor-executivo da Anbima; Flavio Lara Resende, vice-presidente institucional da ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão); Regina Augusto, diretora-executiva do Cenp; Amanda Brum, diretora-executiva de marketing e comunicação da Anbima; e Cristiane Coelho, presidente da Fin (Confederação Nacional das Instituições Financeiras).
Sobre Cenp
Criado em 1998, o Cenp – Fórum de Autorregulamentação do Mercado Publicitário – tem como objetivo salvaguardar as relações éticas e comerciais no setor publicitário. Para isso, reúne as principais entidades que compõem o ecossistema da publicidade, incluindo representantes de anunciantes, agências de publicidade, plataformas digitais e veículos de comunicação. Parte de sua proposta é servir como um emulador de boas práticas e um centro de discussão, funcionando como um indutor e catalisador de ideias, dados e conceitos que aprimorem a atividade e promovam o desenvolvimento do setor.
Sobre a Anbima
A Anbima (Associação Brasileira de Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais) representa um ecossistema de aproximadamente 1.500 instituições de diversos segmentos, incluindo membros e instituições que aderem aos códigos de autorregulação da entidade. Entre elas, estão bancos comerciais, de investimento e de fundos mútuos, gestoras de ativos, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultoras de investimento. Ao longo de sua história, a associação construiu um modelo operacional inovador, desenvolvendo atividades como a representação dos interesses do setor; a autorregulação e a supervisão voluntária e privada de seus mercados; a disseminação de informações que contribuem para o crescimento sustentável dos mercados financeiros e de capitais; e a formação de profissionais do mercado, investidores e da sociedade em geral.
Geração Z prefere trabalho formal e ensino presencial, diz pesquisa
Por Letícia Corrêa
Os jovens brasileiros nascidos entre 1996 e 2011 ainda preferem as estruturas trabalhistas e escolares tradicionais, de acordo com o levantamento da Nexus e Demà. A pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (8/12), revela que a chamada de geração Z, apesar de ter nascido simultaneamente com a internet e de ter vivenciado a pandemia da covid-19 — que alterou a forma de ensino e trabalho —, mantém-se apegada a valores das gerações passadas.
O estudo mostra que, dos 2.016 cidadãos com idade de 14 a 29 anos, 69% preferem um emprego com carteira assinada, representação de segurança e de direitos trabalhistas. Já a informalidade (sem registro em carteira e sem rotina fixa) é a preferência de 29% dos jovens. Outros 2% não souberam ou não responderam.
Sobre o modelo de trabalho, 48% dos entrevistados acreditam que o híbrido, ou seja, o que mistura dias no local de trabalho e dias em casa, é a melhor opção, enquanto o modelo totalmente presencial atrai 39%, seguido pelo 100% remoto, com somente 11% dos entrevistados. Outros 2% não souberam ou não responderam sobre este tema.
Um total de 84% dos ouvidos pela pesquisa vê a inteligência artificial (IA) como fator impactante para conseguir um emprego e 7 a cada 10 dos nascidos entre 1996 e 2011 acreditam que a tecnologia auxilia na aprendizagem. Já 24% acreditam que seja prejudicial e 7% não souberam ou não opinaram.
Na avaliação do diretor da Demà, Juan Carlos Moreno, os “dados são fascinantes porque revelam a dualidade que define a ‘geração digital’ de hoje”. “Eles nos mostram jovens pragmáticos, que abraçam a IA como uma ferramenta poderosa para a produtividade, mas, ao mesmo tempo, não abrem mão da segurança de um emprego formal e da riqueza da interação humana. É uma geração que busca o equilíbrio entre o tecnológico e o tradicional, selecionando o melhor de cada mundo para construir seu futuro.”
Ensino
Afetada pela pandemia, a juventude brasileira teve aulas no formato on-line, e isso tem reflexo nos dados. O ensino presencial é a preferência de oito em cada 10 jovens (81%), que afirmam ter um rendimento melhor nesse modelo. Apenas 13% consideram que aprendem mais e melhor no formato on-line ou a distância. Por sua vez, 4% afirmam que não há diferença entre os modelos de ensino presencial e a distância (EAD) para o aprendizado, enquanto 2% souberam ou não responderam.
A Nexus entrevistou 2.016 cidadãos com idade entre 14 e 29 anos, nas 27 unidades da Federação, entre 14 e 20 de julho. A margem de erro da amostra é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
O Brasil não replica tendências
Por Cesar Sponchiado
Li o excelente artigo do Eduardo Mendes, “Por que a mídia deixa de ser compra”, e ele descreve muito bem o cenário de transformação do consumo de vídeo nos EUA.
Lá, o streaming já superou a TV linear, a relação com conteúdo virou escolha, e a audiência opera na lógica do sob demanda. Quando olho para o Brasil, o movimento existe, mas acontece de forma mais lenta, desigual e atravessada por particularidades muito diferentes das do mercado americano.
- Nos EUA a migração para o streaming é rápida, mas no Brasil o ritmo é mais lento: em 2024 só 43,4% dos lares com TV tinham streaming, e em 2025 a TV aberta ainda concentrava cerca de 70% do consumo. Mesmo nos grandes centros, o streaming na TV fica perto de 20% da audiência, enquanto a linear ultrapassa 80%.
- A diferença estrutural é decisiva: grande parte do país ainda opera com conexões instáveis, baixa velocidade média e redes irregulares, especialmente em regiões periféricas e no interior. A própria qualidade da infraestrutura limita o streaming de forma consistente, criando barreiras que simplesmente não fazem parte da realidade americana.
- A terceira diferença é cultural. A TV aberta permanece forte porque cumpre funções que vão além do entretenimento: é local, cotidiana, acessível, enraizada em hábitos de décadas. Jornalismo ao vivo, novelas e rituais coletivos seguem relevantes. Isso reduz a urgência da migração total para o streaming e mantém a TV linear como eixo central da experiência audiovisual brasileira.
- E há um ponto decisivo que define o futuro da mídia no Brasil: renda. Como país mais pobre e desigual, o Brasil inevitavelmente avança mais devagar na adoção do streaming pago, porque acumular várias assinaturas é inviável para a maior parte da população. Mas é justamente aí que surge o maior diferencial em relação aos EUA. Se por aqui o bolso pesa mais, modelos ad supported tendem a crescer muito mais rápido. Ver publicidade não é visto como um problema; sempre foi parte da experiência da TV aberta. O brasileiro entende o trade-off: pagar menos e ver anúncios é uma troca natural.
Quando conectamos tudo isso com a tese central do artigo, fica claro que a transição para o streaming no Brasil não seguirá a rota americana. Aqui ela será híbrida, mais longa e mais criativa. O que deve acontecer é:
- crescimento consistente do streaming, sem substituir totalmente a TV aberta
- forte expansão de modelos com publicidade
- convivência entre sob demanda e programação linear
- uma experiência audiovisual moldada pela desigualdade de infraestrutura
O Brasil não replica tendências, adapta. E ao adaptar, cria caminhos próprios. A mídia por aqui também está deixando de ser compra e virando uso, acesso, fluidez. Só que com um sotaque inconfundível: mais lento, mais desigual, mas também com muito mais espaço para modelos baseados em publicidade do que no mercado americano, justamente porque refletem a realidade econômica do país.
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