Em termos de investimentos, a Geração Z tem se mostrado muito mais educada financeiramente do que os Millennials. É o que demonstra uma análise feita por uma consultoria americana, a Comscore. A geração surpreende ao se interessar por poupar e investir, em contramão ao imediatismo tão comumente relacionado a essa faixa etária.
Na pesquisa, dos mais de 20 milhões de usuários brasileiros de redes sociais com esse perfil, isto é, nascidos entre 1995 e 2010, 81% disseram que não gostam de estar endividados, 73% se informaram sobre serviços financeiros ou investimentos e 73% afirmaram que gastam dinheiro com mais cautela do que já fizeram anteriormente.
Outra pesquisa, esta feita pela fintech NG.CASH, uma plataforma cripto de investimentos focada na Geração Z, demonstra que quase 70% dos jovens entre 14 e 17 anos se interessam por criptoativos como BitCoin e Ether. O Sudeste do Brasil concentra quase metade dos jovens investidores, seguido do Nordeste, com 20%, e do Sul, com 17%.
Nenhuma dessas informações seria de espantar, uma vez que a Gen Z representa 46% dos brasileiros que investem em criptoativos, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.
Para o CEO da NG.CASH, Mario Augusto Sá, “a proposta de valor do ecossistema blockchain é muito atrativa para essa jovem geração, que busca por inovação, liberdade e transformação”. O amplo acesso à tecnologia e às informações pelos nativos digitais pode ser uma explicação para a facilidade de investir.
Além disso, as ferramentas se empenham em fazer ambientes digitais que engajam os usuários, principalmente os jovens. Sá reforça que “[desenvolvemos produtos] com personalização do app com skins, possibilidade de gerar um cartão de crédito com o nome customizado e gráficos que mostram visualmente o histórico de gastos”.
Este cenário ocorre não somente no Brasil, mas também nos EUA, China, Canadá e Reino Unido. Pesquisa do CFA Institute, em conjunto com a FINRA, diz que 60% a 80% dos jovens com menos de 21 anos já iniciaram seus investimentos. As metas variam entre aqueles que pretendem investir para viajar, poupar ou simplesmente ter uma aposentadoria confortável.
Educação financeira e autonomia, quando oferecidas pelas plataformas de investimento, tendem a chamar mais a atenção da Gen Z. Geralmente começam com pequenas quantias. Outro fenômeno é que muitos investem por medo de perder alguma oportunidade, algo chamado de FOMO (Fear of Missing Out), um resquício do comportamento nas redes.
Hoje, a Gen Z está presente até mesmo na Bolsa de Valores, a B3. 71% dos investidores têm entre 19 e 39 anos, segundo análise da própria B3. O perfil médio gosta de assumir riscos e procura ganhos rápidos. Porém existem outros tipos de investimentos seguros também, como a capitalização, que podem ser interessantes para todas as gerações.
