Dentre muitas coisas novas que a pandemia nos trouxe nos últimos dois anos, a intensificação das conexões ao redor do mundo e o crescimento das interações digitais estão, sem dúvida, entre as mais significativas. Muitas pessoas passaram a trabalhar remotamente e até a educação, que, com vários momentos de parada forçada das atividades presenciais, se viu forçada a experimentar o modelo online rapidamente.
No ano de 2021, segundo o relatório da União Internacional de Telecomunicações (UIT), agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), em tecnologia da informação e comunicação, 4,9 bilhões de pessoas utilizaram a Internet. Se comparado com 2019, quando havia 4,1 bilhões de usuários, houve um crescimento de 17%. É um crescimento expressivo, porém ainda existem desafios relevantes pois parte dos nossos usuários ainda sofrem com as conexões lentas devido à falta de infraestrutura.
Um outro aspecto apresentado pelo relatório é que 2,9 bilhões de seres humanos simplesmente não tem acesso à internet, o que certamente é um problema nesse momento de crescimento da demanda das interações digitais.
No Brasil, os números também estão crescendo. Em um país com mais de 200 milhões de habitantes, 152 milhões tem acesso à internet, sendo que 81% da população com mais de 10 anos, tem internet em casa, de acordo com a pesquisa realizada.
Apesar dos bons números, ainda temos muito espaço para avançar. Nas classes D e E apenas 64% da população está conectada e a expectativa de melhora desse cenário pode ser a implementação do 5G, já que o edital prevê começar a operar em todas as capitais do país até julho de 2022. O Brasil ainda terá todo um desafio na parte de infraestrutura.
Globalmente, o desafio da inclusão digital não está ligado somente ao poder aquisitivo da população em relação ao valor dos serviços ou a falta de infraestrutura em muitos países. Existem também questões geopolíticas mais complexas.
Abrir as portas do mundo digital para todas as quase 8 bilhões de pessoas no planeta ainda é um desafio longo. Não depende somente de uma melhor infraestrutura da rede nos países em desenvolvimento, mas também, da democratização no acesso à internet.