COMO FOI O SOUTH SUMMIT BRAZIL 2023? – 06.04.2023

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E chegou ao fim a segunda edição do South Summit em Porto Alegre. Foram mais de 22 mil pessoas que movimentaram a cidade durante o evento e trouxeram consigo o espírito da inovação. Mas, nem tudo são flores. Como no ano passado, muitas críticas foram feitas à organização do evento. E agora vamos abrir o que realmente aconteceu, as críticas que fazem sentido e o que não passa de reclamação vazia. Bora!

Bah, que calor! – foi a frase mais falada no primeiro dia. Ok, talvez sem o “bah”, já que muita gente era de fora do nosso estado. Mas, realmente, o calor estava insuportável. Houve até a história de uma mulher que desmaiou por causa disso.

O South Summit realizado em março foi uma novidade, já que no ano passado o evento aconteceu no início de maio. Por que mudaram a data? Para que o evento pudesse acontecer na mesma semana do aniversário de Porto Alegre. Por mais que a ideia tenha sido legal, isso prejudicou bastante a experiência no evento. Dentro dos palcos a temperatura não estava tão ruim, os ventiladores instalados estavam dando conta. Mas, quem disse que era possível entrar nos palcos? A maioria das palestras ficavam com filas de pelo menos meia hora, que as pessoas tinham que esperar queimando no sol. O que nos leva ao próximo ponto…

Se você pensa em ir ao South Summit para acompanhar as palestras, é melhor nem sair de casa. Era meia hora na fila para uma palestra de 20 minutos… Pois é, a matemática não fecha. Claro, você pode chegar meia hora antes da palestra que você quer ver. Mas, e se você já tiver em outra? Uma sugestão interessante que apareceu foi a de fazer as palestras no estilo HSM, que a pessoa tem que reservar um espaço antes e se ela não aparecer, aí sim passa outra pessoa da fila. A solução era ficar num espaço mais tranquilo e ver a palestra que eu realmente tinha interesse pelo celular. Mas, qual é a graça, daí? Enfim, se a ideia não é ir para ver palestra, então vamos pelo networking, certo? A maioria era corporativo. Não se imaginava e nem esperava que esse seria um evento lotado de jovens empreendedores com as suas ideias malucas de startups. Mas, teve uma coisa que chocou bastante:

O pessoal que trabalha em uma das startups que estava prospectando no evento falaram que cada estande (dos mais pequenos) estava custando 120 mil reais. O que decepciona nisso foi que um evento, que é para ser o maior evento de inovação da América Latina, simplesmente decidiu cortar as verdadeiras startups com esse preço. Uma verdadeira startup não tem 120 mil para desembolsar num evento de três dias. E, isso, obviamente, levou ao que vimos nos estandes. A maioria deles eram de empresas bem mais consolidadas. Raras eram as startups de verdade. E, mesmo com esse valor, a organização interna era bem complicada.

Um dos expositores contou que a organização só confirmou o estande deles na sexta-feira da semana anterior ao evento. Eles ficaram com menos de uma semana para se organizar. Uma bagunça. Por mais que tenha muita coisa para criticar sobre o evento, não dá para negar que a organização foi bem melhor do que a do ano passado.

Uma das principais diferenças foi na parte dos estandes. No ano passado, tinha dois palcos no mesmo lugar do chamado “marketplace”, onde as empresas expõem seus negócios. Nesse ano, esses palcos ficaram com um espaço reservado para cada. Assim, ficou muito mais fácil transitar no marketplace, o que era muito difícil no último evento. Por um lado, as empresas podem argumentar que isso não foi tão bom por diminuir o fluxo de pessoas nos seus estandes.  Mas, não se sabe qual foi o real impacto dessa mudança.

Se teve um assunto que lotou os palcos do South Summit, esse foi o da Inteligência Artificial. E, não poderia ser diferente. Todo mundo já conhece o Chat GPT e tem uma opinião formada… Ou fica empolgado com os potenciais dessa e de outras ferramentas de IA, ou fica apavorado com o que elas podem fazer com o seu emprego. As filas para as palestras sobre esse tópico eram enormes e com atenção especial para o que falava sobre os impactos da Inteligência Artificial no Marketing… Como a maioria das outras, a palestra foi bem genérica. Sempre que a gente fala de IA é aquele mesmo papo que todos já sabem de: a Inteligência Artificial aumenta a produtividade, mas não substitui a criatividade, então o jeito é aprender a usar. Óbvio, como qualquer nova tecnologia. Mas, teve duas falas interessantes: a primeira é na verdade um dado que diz que a IA vai impactar em mais de 8 bilhões de dólares o setor de mídia e entretenimento nos próximos anos. A segunda foi no tópico de impactos nas empresas. Quando perguntado sobre como as empresas podem usar a Inteligência Artificial de forma ética em relação à privacidade, o convidado Avi Shapiro disse o seguinte: “O valor percebido pelo cliente precisa ser maior do que o medo da falta de privacidade.” Ninguém se importa se é um humano ou uma IA que está por trás dos panos, desde que continue gerando valor.

Definitivamente o que o cliente quer são: melhores e mais personalizadas experiências. Por mais que críticas sejam feitas, não podemos dizer que a organização não vem se empenhando para melhorar a experiência no evento. E isso tem tudo a ver com a inovação. Os projetos não começam perfeitos. São necessários alguns ciclos de iteração até a gente conseguir entregar a melhor experiência para os nossos clientes. Ou seha, é melhor um MVP entregue do que anos de ideia só no papel.

Então, com a certeza que a cada ano o South Summit fica melhor, tenho esperança que todos vão aprender com os seus erros. Isso é inovação! E, que Porto Alegre continue surpreendendo seus visitantes com pores do sol como esse…

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