ESTE É O EXEMPLO E A REALIDADE DO MERCADO – 03.06.2022

Business people meeting to discuss the situation on the market.

Há quem diga que a juventude é o segredo do sucesso.  o estereótipo de jovem empresário foi desconstruído com a própria história. Empreendedor aos 45 e fundador de startup aos 52 anos, Simões uniu a expertise das três décadas dedicadas à tecnologia para desenvolver softwares e entregar soluções nas áreas de gestão, logística e atendimento ao cliente. Simões é o exemplo de que a idade não determina o sucesso.

Não é somente o lugar alcançado pelo empresário que comprova o mito do jovem empreendedor. Um estudo publicado pelo Harvard Business Review mostra que a idade média de um fundador de startup bem-sucedido é de 45 anos. O levantamento, realizado nos Estados Unidos, também revela que a probabilidade de sucesso extremo das startups aumenta com a idade.

Apesar de os dados serem positivos, os donos de startups com 50+ ainda estão longe de fazerem parte da maioria empreendedora, e o impeditivo, na grande maioria das vezes, se chama etarismo, uma discriminação contra pessoas com base em estereótipos relacionados à idade, rótulo que Luiz busca desconstruir a partir do trabalho que realiza na startup Hexagon.Pro, desenvolvida para unificar a gestão de toda cadeia de exportação de celulose, grãos e carga solta.

Após ter o pitch da empresa aprovado no Cubo Itaú, considerado o maior hub de tecnologia e empreendedorismo na América Latina, Simões está engajado no crescimento da startup no Brasil e América Latina, além de apoiar outros empreendedores com mais de 50 anos com esse propósito.

Segundo Simões, quando o assunto é startup, muitas pessoas associam esse investimento a um público mais jovem, o que reforça a ideia de que empreendedores com mais idade não têm o mesmo tempo para arriscar em negócios que podem ou não dar certo. “É um mundo realmente mais jovem, um pessoal mais novo que está ali disposta a arriscar tudo, e quando falamos em startup e inovação, é você errar rápido para ir se reconstruindo na mesma velocidade, até descobrir o caminho. Mas isso não impede pessoas com mais de quarenta, cinquenta anos de empreender”, destaca.

Crescente no Brasil, a expectativa de vida da população é outro fator que contesta o etarismo não só no empreendedorismo, mas também na geração de empregos para pessoas com mais idade. “Hoje, nós temos uma expectativa de vida alta, mas o mercado está alertando que as empresas estão procurando pessoas cada vez mais jovens. No Brasil, essa balança já está invertendo e daqui a pouco nós teremos menos jovens do que pessoas acima de 40 anos, então, o país deixa de ser a nação do futuro, para ser o país do agora”, comenta Luiz.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020, a expectativa de vida no Brasil subiu para 76,8 anos. Conforme uma projeção do instituto, daqui a 25 anos a população brasileira vai começar a encolher e teremos mais idosos do que crianças e adolescentes. Para Luiz, esses dados alertam para a necessidade de manter pessoas com mais idade empregadas e desmistificar a ideia de que ser mais velho é um impeditivo para não prosperar.

“Cada vez mais, precisamos de mão de obra qualificada e essa mão de obra qualificada não vai mais chegar jovem, ela precisa ter a idade compatível com a experiência que tem. Na Hexagon, colocamos pessoas com mais idade junto com os mais jovens porque eu acredito que eles trazem mais conhecimento e uma bagagem superimportante para quem está iniciando, mas nós sabemos que nem todo lugar é assim”, argumenta Luiz.

Simões abriu sua primeira empresa de tecnologia aos 45 anos, junto ao seu sócio Danilo Abbondanza, e, aos 52, resolveram se aventurar juntos também no universo das startups. Apesar de ainda receber olhares de surpresa ao revelar a idade, o empreendedor relata que a experiência de vida trouxe muitos benefícios para a sua trajetória como dono de startup. “Acredito que a experiência traz alguns benefícios no caminho que te ajudam em tudo, não só na criação de uma empresa, mas também na resolução de problemas, planejamento e gestão”, avalia.

“Eu diria que hoje tenho muito mais condições de fazer um plano de negócios para startup, por exemplo, do que quando eu tinha 20 anos. Na maioria das startups, quando aparece uma grande ideia, normalmente os investidores que entram trazem, além do dinheiro, conhecimento, gestão e organização, coisas que geralmente uma pessoa nova não tem tanta expertise”, comenta Simões.

Após ter enfrentado os desafios de lançar novas soluções no mercado, Luiz destaca que, embora a idade não determine o sucesso, as experiências de vida ajudam a minimizar prejuízos e assumir riscos com mais responsabilidade. “Quando olho para trás, os riscos continuam lá, eles não foram embora e estão muito maiores. Hoje, arrisco muito mais do que antes, quanto mais você cresce, mais os seus riscos aumentam e não tem mais volta, agora é fazer rodar”, salienta o empreendedor.

Diante da necessidade de mão de obra vivenciada pelo mercado de tecnologia atualmente, Luiz comenta que eliminar desenvolvedores com mais tempo de mercado é uma atitude que enfraquece o mercado e desvaloriza talentos com mais experiência. “Como a área de TI precisa de profissionais e está cada vez mais difícil encontrar essas pessoas, precisamos lembrar que tem uma mão de obra de mais idade que precisa ser aproveitada. Eu acho que não só na área de tecnologia, isso é em todas as profissões. Existem pessoas mais experientes que podem ajudar aqueles que estão chegando”, conclui Simões.

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