Em um mundo globalizado e cada vez mais digital e competitivo, as tendências de mercado e o comportamento do consumidor seguem em constante mudança e transformação. Com a ascensão e a multipolaridade da internet e das tecnologias, as mídias digitais já vêm se transformando em eficientes vitrines para divulgação de produtos e serviços, além de uma poderosa ferramenta de comunicação entre marcas e o seu público. Os tradicionais panfletos em papel e propagandas pagas na TV, rádio e veículos impressos deram lugar aos anúncios online e parcerias com influenciadores digitais na divulgação e comunicação das empresas com o público.
Para se manter competitiva e atraente aos olhos de seus clientes e parceiros, uma empresa deve ir além da venda para cativar e fidelizar seu público. É preciso concretizar uma identidade sólida e forte, bem como agregar valor aos seus produtos e serviços para, então, estabelecer a melhor estratégia de vendas e de comunicação. Nesse sentido, o marketing, tradicionalmente falando, atua como a ciência responsável por criar, comunicar e entregar valor para o cliente, por meio de estudos e estratégias, visando a competitividade e lucro da organização e funcionando como um poderoso recurso para o seu posicionamento e comunicação com o público-foco. Já o marketing digital, vertente importante do segmento, traz ações e estratégias com foco em veículos online e, cada vez mais, vem atraindo a atenção e investimentos nas empresas e marcas.
Segundo a publicitária Tatiana Garcia, fundadora e CEO da agência Lille Comunicação, com foco em marketing inclusivo, para traçar ações e estratégias eficientes e condizentes à empresa e/ou marca, é preciso combinar a essência do marketing tradicional com as vantagens e facilidades do digital. “No momento mercadológico atual, onde tudo precisa ser rápido, o marketing digital tem se destacado por conseguir chegar ao público-alvo de forma mais ágil e assertiva. Porém, empresas que só buscam pelo digital, sem uma boa base sólida do que chamamos de marketing tradicional, ou seja, uma boa construção de marca, posicionamento efetivo e uma minuciosa pesquisa de mercado, não conseguem se sustentar no mercado por muito tempo e suportar as mudanças, reestruturações e atualizações”, explica a empreendedora, que possui MBA em Neurociências aplicada ao marketing.
Pensando em esclarecer os principais diferenciais de cada estratégia, Tatiana pontua, a seguir, os principais direcionamentos do marketing tradicional e digital e como colocá-los em prática nos negócios. Confira:
O marketing tradicional vai muito além de investimentos caros em publicidade e propaganda em grandes veículos. “O marketing tradicional, que eu costumo chamar de marketing ‘raiz’, é a base estrutural para qualquer negócio. Um bom posicionamento de marca e um bom estudo de mercado são a base sólida de qualquer campanha, seja ela de curto, médio ou longo prazo”, esclarece a CEO da Lille Comunicação.
Segundo a publicitária, antes de criar e investir em estratégias de vendas e divulgação, é preciso levantar o maior número de informações possíveis da empresa e do mercado que a cerca. Ter o conhecimento das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças da organização, bem como informações da concorrência e dos potenciais clientes é fundamental para traçar um plano de marketing efetivo e personalizado. “É preciso saber interpretar as informações e os resultados das pesquisas e levantamentos realizados, a fim de utilizá-los a seu favor. Se você não conhece sua marca a fundo, corre o risco de perder a forma como se comunica e se relaciona com o seu público”, explica. “Quando temos um bom posicionamento e uma boa visão de mercado, é possível prever as fraquezas e ameaças que podemos ter durante uma campanha, a fim de evitar dores de cabeça e prejuízos futuros”, complementa.
Com investimentos para todos os bolsos, o marketing digital vem sendo a estratégia mais procurada pelas marcas. Dos microempreendedores à grandes nomes do mercado, a presença nas mídias sociais vem se tornando peça fundamental da comunicação das organizações para com o seu público final. “O marketing digital vem sendo uma forma eficaz e prática de comunicação entre a marca e o público. Além de ser considerado a forma mais acessível financeiramente de divulgar produtos e serviços, com ele é possível testar anúncios sem grandes investimentos, bem como mensurar resultados em tempo real”, explica Tatiana. Com maior alcance de pessoas e potenciais clientes, a estratégia digital permite segmentar campanhas para determinados públicos e regiões. “Com resultado rápido e, muitas vezes, instantâneo, é possível mensurar resultados e interações em tempo real, o que facilita e aproxima o relacionamento da marca com o cliente”, completa.
Mas, afinal, qual deles escolher?
São tantas vertentes, possibilidades e atrativos que é normal ficar em dúvida de qual estratégia seguir. “Os dois”, responde a especialista em marketing inclusivo. “Um complementa o outro. O marketing tradicional é a base do negócio como um todo, ele que irá dizer onde a marca quer chegar. Já o marketing digital é o combustível para fazer chegar lá, ou seja, é o processo pelo qual o negócio irá se mostrar ao público. Ambos possuem papéis diferentes dentro da marca, mas se complementam no plano de marketing e nas estratégias e ações da empresa”, explica.
Por fim, a empresária pontua que, especialmente com o mundo globalizado e digitalizado, cada vez mais novas ferramentas irão aparecer para ajudar ao longo de todo o processo de marketing, auxiliando no posicionamento melhor das marcas e empresas, a precificar de forma mais assertiva, entre outras coisas, mas a essência do marketing tradicional não irá “morrer”, pois ele sempre será a base, ou seja, “não só é possível, como é importante utilizar ambas as estratégias. Uma irá acompanhar a outra no sucesso de qualquer negócio, afinal, uma boa estratégia de digital não se sustenta sem uma base bem construída”, finaliza.