A APRENDIZAGEM DA CRISE
Por Rodrigo Machado, Sócio-Diretor da Opinião Produtora
Em março de 2020 começou o maior pesadelo que a Indústria do Entretenimento também viveu até os dias de hoje: A Pandemia do Corona Vírus.
Todos os setores produtivos da economia sofreram algumas reduções, porém apenas o setor de eventos teve suas atividades reduzidas a zero. O principal pilar desse segmento é a aglomeração e, por consequência, a troca interpessoal. Exatamente tudo que foi proibido pelos governos, levando seus empreendedores e colaboradores de todas as esferas ao desespero. E alguns até a morte.
Assistimos o setor que sempre trouxe o sorriso, a diversão, a cultura, a diversidade de atividades e profissões, além de conhecimento, considerando o leque de eventos que contemplam a área, naqueles
dois anos de dor, literalmente sangrar, durante um período que parecia não ter fim. Neste quadro, nosso sonho era apenas enxergar alguma flexibilização a cada novo decreto do Executivo. Contudo, durante 2020 e 2021, a falta de esperança só aumentava a ansiedade perturbadora do mercado. Mas, finalmente o dia chegou. E retornamos com o desafio maior: retomar o trabalho, manter a vida e o tempo que queremos esquecer.
Esse breve relato é apenas para lembrar que tudo que vai, volta. Toda ação tem uma reação e não está sendo diferente com o setor de eventos e Indústria do Entretenimento. Esse “boom” que está lotando as agendas de casas de shows, casas noturnas, espaço para eventos sociais e corporativos pode ter vários significados e mandando diversos recados para sociedade. A mais fácil tradução para esse momento é a tal “demanda reprimida”, já que grande parcela da sociedade, mesmo não ficando em casa, não tinha mais o entretenimento para espairecer as angústias do cotidiano e, inclusive, as que o momento estava forçando em nossas vidas e quando iniciou a flexibilização, a corrida para viver no bom e velho ritmo: “como se não houvesse amanhã”. Aí está o ponto que não é uma “tradução” tão fácil, como a “demanda reprimida”. E se, de fato, “não houver um amanhã”, amanhã? Se acordarmos com mais um problema mundial que nos coloque em casa ou em qualquer outro lugar que nos leve a castração da convivência social?
É claro que isso que escrevo não está baseado em dados científicos, nem as resoluções durante a pandemia tiveram em 100%, isso me permite arriscar que existe no ar, igualmente, outro ditado popular que para nós virou uma referência: “não deixe para fazer amanhã o que pode fazer hoje.”. Ou melhor dizendo: Faça agora!