Você vai ler na coluna de hoje: Documentos revelam que a Meta obtém ganhos milionários com publicidade enganosa, ‘O verdadeiro perigo da inteligência artificial é a estupidez humana’, Soraia Hanna autografa livro sobre reputação e gestão de crises, Futebol na Globo 2026, Chegou A Hora De Quebrar O Silêncio!, FSB Holding oficializa compra da agência Calia, Nietzsche sobre a defesa da felicidade pela simplicidade: “É muito fácil complicar as coisas, mas difícil torná-las fáceis”, Brasileiros vão ser taxados por usar serviços de streaming? Entenda o que está acontecendo e “As redes sociais aceleraram o desgaste do desejo”.
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Documentos revelam que a Meta obtém ganhos milionários com publicidade enganosa
Por AcontecendoAqui
Documentos internos da Meta indicam que a empresa estimou, no fim de 2024, obter cerca de 10% de sua receita anual (o equivalente a US$ 16 bilhões) por meio da veiculação de anúncios relacionados a golpes e à promoção de produtos proibidos.
A informação faz parte de um conjunto de relatórios inéditos obtidos pela agência Reuters, que apontam falhas persistentes da gigante das redes sociais em identificar e bloquear campanhas fraudulentas em suas plataformas.
Segundo os documentos, durante pelo menos três anos, o Facebook, o Instagram e o WhatsApp foram palco de uma enxurrada de anúncios enganosos, incluindo esquemas de investimento falsos, cassinos online ilegais e ofertas de produtos médicos vetados.
Um dos relatórios, datado de dezembro de 2024, estima que os usuários das plataformas da Meta sejam expostos, diariamente, a cerca de 15 bilhões de anúncios de “alto risco”, classificados assim por apresentarem fortes indícios de fraude.
Já outro documento do mesmo período calcula que a empresa tenha obtido aproximadamente US$ 7 bilhões por ano apenas com esse tipo de publicidade.
Documentos internos revelam como Meta lida com anunciantes suspeitos de fraude
Grande parte das fraudes publicitárias nas plataformas da Meta teria origem em anunciantes identificados como suspeitos pelos sistemas internos da empresa.
No entanto, ainda segundo os documentos obtidos, a rede social só bloqueia anunciantes quando seus algoritmos automatizados detectam, com pelo menos 95% de certeza, que eles estão envolvidos em fraudes.
Quando a certeza é menor, mas ainda há indícios de irregularidade, a Meta opta por aplicar penalidades financeiras, cobrando taxas mais altas sobre os anúncios dos suspeitos, em uma tentativa de desestimular a veiculação de conteúdos fraudulentos.
Os relatórios também apontam que o sistema de personalização de anúncios da Meta pode agravar o problema: usuários que interagem com anúncios fraudulentos têm maior probabilidade de serem expostos a mais conteúdos desse tipo, já que a plataforma prioriza anúncios baseados nos interesses e comportamentos do usuário.
Os detalhes da autoavaliação confidencial da Meta foram extraídos de documentos produzidos entre 2021 e 2025 pelas áreas de finanças, lobby, engenharia e segurança da empresa. Em conjunto, esses relatórios revelam os esforços da companhia para mensurar a dimensão do abuso em suas plataformas, ao mesmo tempo em que evidenciam a hesitação da Meta em adotar medidas que possam afetar seus interesses comerciais.
A disposição da Meta em aceitar receitas provenientes de anunciantes suspeitos de fraude levanta questionamentos sobre a falta de supervisão regulatória no setor de publicidade digital, afirma Sandeep Abraham, ex-investigador de segurança da Meta e atual diretor da consultoria Risky Business Solutions.
“Se os reguladores não toleram que os bancos lucrem com fraudes, não deveriam tolerá-las no setor de tecnologia”, comentou ele à Reuters.
Em um comunicado, Andy Stone, porta-voz da Meta, afirmou que os documentos vistos pela Reuters “apresentam uma visão seletiva que distorce a abordagem da Meta em relação a fraudes e golpes”.
A estimativa interna da empresa de que obteria 10,1% de sua receita de 2024 com golpes e outros anúncios proibidos era “aproximada e excessivamente abrangente”, disse Stone. A empresa determinou posteriormente que o número real era menor, porque a estimativa incluía também “muitos” anúncios legítimos, acrescentou. Ele se recusou a fornecer um número atualizado.
“A avaliação foi feita para validar nossos investimentos planejados em integridade, incluindo o combate a fraudes e golpes – o que fizemos”, disse Stone. Ele ainda acrescentou que a empresa combateu “fraudes e golpes de forma agressiva porque as pessoas em nossas plataformas não querem esse tipo de conteúdo, os anunciantes legítimos não o querem e nós também não”.
“Nos últimos 18 meses, reduzimos em 58% as denúncias de anúncios fraudulentos em todo o mundo e, até agora em 2025, removemos mais de 134 milhões de anúncios fraudulentos”, falou Stone.
De acordo com os documentos internos, a Meta também estabeleceu restrições sobre quanto de receita estaria disposta a abrir mão ao tomar medidas contra anunciantes suspeitos.
Um relatório de fevereiro de 2025, por exemplo, indica que, no primeiro semestre do ano, a equipe responsável por avaliar anunciantes questionáveis não podia adotar ações que resultassem em perdas superiores a 0,15% da receita total da empresa.
Na prática, isso significa que a Meta aceitava abrir mão de até US$ 135 milhões dos US$ 90 bilhões gerados no período, limitando a atuação da companhia contra possíveis fraudes em suas plataformas.
‘O verdadeiro perigo da inteligência artificial é a estupidez humana’
Por Cristina J. Orgaz
É noite e você decide sair para jantar. É possível que seu parceiro não saiba o que você quer comer, mas a inteligência artificial sabe: à tarde, ela te viu assistindo a vídeos de tacos e tem certeza de que agora você não consegue parar de pensar neles.
“Se não tomarmos decisões, outros as tomarão por nós”, escreve a jornalista e escritora espanhola Laura G. de Rivera em seu livro Esclavos del algoritmo: Manual de resistencia en la era de la inteligencia artificial (Escravos do Algoritmo: Um Manual de Resistência na Era da Inteligência Artificial, em tradução livre), resultado de anos de pesquisa.
“Vivemos imersos em pensamentos, desejos e sentimentos impostos de fora porque, ao que parece, nós, humanos, somos bastante previsíveis. Basta aplicar a estatística às nossas ações passadas, e é como se alguém lesse nossa mente”, continua.
A precisão em prever nossas necessidades ou desejos é tão grande que Michal Kosinski, psicólogo e professor da Universidade Stanford (EUA), demonstrou em seus experimentos que um algoritmo bem treinado, com dados digitais suficientes, pode prever o que você quer ou do que você gosta mais do que a sua mãe.
Soa bem, em princípio, a ideia de que a inteligência artificial possa prever os interesses de uma pessoa com extrema precisão. Mas isso tem um preço, diz Rivera, e é um preço alto: “Perdemos a liberdade, perdemos a capacidade de sermos nós mesmos, perdemos a imaginação.”
“Trabalhamos de graça para o Instagram ao fazer o upload de nossas fotos, para que a rede social exista e fature milhões. É preciso estar consciente e aproveitar os benefícios das plataformas sem deixar que os riscos nos prejudiquem”, afirma.
A BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) conversou com Rivera durante o Hay Festival, que acontece entre 6 a 9 de novembro na cidade peruana de Arequipa, evento que reúne 130 participantes de 15 países.
Soraia Hanna autografa livro sobre reputação e gestão de crises
“Gerindo crises, construindo reputação” será lançado neste sábado (15), na Feira do Livro de Porto Alegre
A jornalista Soraia Hanna, sócia-diretora executiva da Critério – Resultado em Opinião Pública, autografa neste sábado (15), na Feira do Livro de Porto Alegre, seu livro “Gerindo crises, construindo reputação”. O lançamento ocorrerá às 18h, na Praça de Autógrafos Maurício Sirotsky Sobrinho.
Na obra, Soraia compartilha técnicas e aprendizados dos seus mais de 25 anos de trajetória na comunicação do setor público e privado, tendo atuado em quatro governos estaduais e, hoje, como uma das sócias da Critério — uma das principais operações de gestão de reputação no Brasil. O livro é uma publicação da Critério Editorial e Editora AGE.
Futebol na Globo 2026
Por Meio & Mensagem
A Globo fechou oito cotas de patrocínio para o seu pacote de futebol nacional para 2026, que abrange os jogos da Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Esse pacote é da TV Globo e abrange TV aberta, com entregas também no streaming Globoplay e no portal Ge.
Os anunciantes presentes nas transmissões serão: Amazon, Ambev, afiliada betnacional, MBRF, Itaú Unibanco, Natura, Stellantis e Vivo (Telefônica Brasil), exerceram seu direito de prioridade de compra com a emissora e permanecerão nas cotas para a próxima temporada.
O pacote composto pelos torneios chancelados pela CBF – Confederação Brasileira de Futebol é um dos mais expressivos para a empresa de mídia.
Somente na TV aberta, cada uma das cotas disponíveis tem o valor de tabela de R$ 293 milhões (sem considerar os descontos normalmente praticados nas negociações com agências e anunciantes). Com isso, pelos valores de tabela, o pacote de futebol nacional da Globo soma cerca de R$ 3 bilhões. Para efeito de comparação, o pacote de 2025 somava, também em valores de tabela, cerca de R$ 2,5 bilhões.
Chegou A Hora De Quebrar O Silêncio!
Por Jeferson Motta
O etarismo não é invisível. Ele está nas portas que se fecham, nas entrevistas que não vêm, nos olhares enviesados quando descobrem sua idade. Está nos algoritmos, nas seleções e até na forma sutil como elogiam sua experiência… e descartam seu currículo logo depois.
Não é sobre falta de competência.
Não é sobre não se atualizar.
É sobre um preconceito estrutural que insiste em reduzir pessoas à sua data de nascimento.
Somos a geração que construiu, liderou, formou talentos, superou crises e fez história nas empresas. Agora, querem nos convencer de que nossa hora passou?
Não. Nossa hora é AGORA.
O Movimento 50+ Contra o Etarismo nasceu para dar nome, voz e força a essa luta.
Não aceitamos mais o descarte silencioso.
Não aceitamos mais sermos invisibilizados.
Queremos espaço.
Queremos oportunidade.
Queremos respeito.
Se essa causa também é sua, junte-se a nós. Comente, compartilhe, marque alguém que precisa ouvir isso hoje. Quanto mais gente se posicionar, mais impossível será ignorar.
FSB Holding oficializa compra da agência Calia
Por Meio & Mensagem
A FSB Holding oficializou, nesta quarta-feira, 5, a aquisição da Calia, agência de publicidade com escritórios em São Paulo e Brasília. Sem valor divulgado, a negociação foi antecipada por Meio & Mensagem em 6 de outubro.
Pelo acordo, a holding adquire 80% da agência. O sócio e, até então, vice-presidente financeiro e de operações Gustavo Mouco permanece com 20% e assume o comando da Calia. O atual presidente da agência, Humberto Pandolpho, passa a integrar o conselho de publicidade da FSB Holding.
Essa é a terceira grande movimentação do grupo somente neste ano. Em junho, houve a compra de participação minoritária na Santeria, o que marcou a entrada da companhia no setor de produção. Mais tarde, em agosto, a holding assumiu o controle integral da Jotacom, agência full-service que atende contas como Duolingo, Heinz, Burger King, B3 e Mercado Pago, e na qual a FSB já tinha participação de 60% desde 2022.
Com 30 anos de atividade, a Calia ocupou a 24ª posição no ranking de compra de mídia de 2024, conforme dados do Cenp-Meios. A agência tem equipe com cerca de 200 profissionais e seus principais clientes são Caixa, Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Ministério da Saúde, Embratur, Governo do Distrito Federal e, no ramo privado, a marca de eletrodomésticos Britânia.
Com a nova aquisição, a FSB Holding, no total, fica com um portfólio de 12 empresas: FSB Comunicação, Loures e Giusti Creative PR, de relações públicas, consultoria e digital; Nexus, de inteligência, pesquisas e monitoramento; Seta Public Affairs, de relações governamentais; Bein, de consultoria em ESG; Deck, de influência reputacional corporativa; Involv, de comunicação interna e marca empregadora; Bússola, de conteúdo; Jotacom, de publicidade, campanhas e performance; e Santeria, de produção.
Nietzsche sobre a defesa da felicidade pela simplicidade: “É muito fácil complicar as coisas, mas difícil torná-las fáceis”
Redação O Antagonista
A visão de Nietzsche sobre simplicidade sugere que tornar a vida menos complicada exige maturidade e habilidade. Em um mundo repleto de estímulos e cobranças constantes, pequenas situações acabam se tornando complexas por excesso de justificativas e camadas desnecessárias.
Para o filósofo, alcançar uma existência clara e direta não significa ausência de profundidade, mas a capacidade de remover o supérfluo e enxergar o essencial. Essa postura se revela como sinal de verdadeira maestria e equilíbrio emocional.
Por que a simplicidade revela excelência e maestria?
Ao observar profissionais altamente competentes, notamos que suas ações fluem com naturalidade. Essa aparente facilidade surge quando alguém domina sua arte a ponto de executar tarefas complexas com leveza, como uma cantora que alcança notas afiadas ou um artesão que trabalha com precisão.
A prática transforma esforço em fluidez e, ao mesmo tempo, nasce a escolha consciente por caminhos mais diretos. Essa habilidade de tornar as coisas fáceis evidencia a busca por eficiência e uma vida com menos ruído interno.
Fluidez vem da repetição consistente
Escolher o simples evita desgaste desnecessário
Excelência não precisa de exagero
Por que muitas pessoas ainda complicam o que poderia ser simples?
Muitas vezes complicamos situações por medo de errar, desejo de perfeição ou tentativa de impressionar. Em uma cultura que glorifica agendas lotadas e performance contínua, a complexidade passa a ser confundida com sucesso e importância.
Porém, essa corrida exaustiva leva ao estresse e à sensação de desconexão. Curiosamente, estudos comportamentais indicam que pessoas que simplificam e estabelecem limites sentem mais satisfação e autonomia.
Como a psicologia positiva pode reforçar a busca por uma vida simples?
A psicologia positiva destaca que reduzir estímulos e escolhas aumenta clareza mental e bem-estar. Menos decisões acumuladas diariamente significam mais energia mental para o que realmente importa, resultando em maior foco e serenidade.
Ao limpar a rotina do excesso, abrimos espaço para objetivos essenciais e relacionamentos genuínos. Curiosamente, pesquisas sugerem que quem prioriza o simples tende a experimentar mais momentos de presença e gratidão.
Menos decisões, mais clareza
Rotinas enxutas reduzem ansiedade
Simplicidade favorece presença e foco
Como colocar a simplicidade em prática no dia a dia?
Adotar uma vida simples não exige mudanças drásticas de imediato. Um bom começo é focar apenas nas atividades que trazem significado, reduzindo compromissos e escolhendo metas realmente valiosas.
Tente organizar a rotina estabelecendo prioridades reais e permitindo pausas. Um insight interessante: pessoas que listam apenas três tarefas principais por dia relatam sensação de produtividade mais consistente e menos cansaço mental.
Defina 2 ou 3 atividades essenciais
Elimine tarefas e objetos sem utilidade
Reserve momentos para descanso e silêncio
Brasileiros vão ser taxados por usar serviços de streaming? Entenda o que está acontecendo
Por Alan da Silva
A recente aprovação do Projeto de Lei 8889/17 pela Câmara dos Deputados sinaliza uma transformação relevante no streaming no Brasil. Esta decisão exige que plataformas de vídeo sob demanda, como Netflix e Prime Video, adotem novas regulamentações, incluindo a contribuição para o desenvolvimento da indústria cinematográfica nacional.
Essas mudanças, aplicadas pelo Ministério da Cultura, devem redefinir a relação entre as plataformas e o mercado brasileiro, impactando também os consumidores. Porém, os preços de assinaturas não devem receber alterações significativas a curto prazo.
Prevista para entrar em vigor em breve, a nova legislação exige que as plataformas de streaming incluam ao menos 10% de conteúdo nacional em seus catálogos dentro de seis anos.
Atualmente, plataformas como Netflix e Disney+ têm apenas 3% e 1% de produções brasileiras, respectivamente. O objetivo é fortalecer a produção audiovisual local, alterando o repertório de opções disponíveis para os consumidores brasileiros.
Tributação
As novas regras impõem uma alíquota de Condecine de até 4% sobre a receita bruta anual das plataformas fechadas. Essas plataformas podem deduzir até 60% desse valor, caso invistam em produções nacionais.
Por outro lado, plataformas abertas, como o YouTube, contribuirão com 0,8%. Os valores arrecadados via Condecine serão direcionados ao Fundo Setorial do Audiovisual, essencial para o fomento do setor cinematográfico nacional.
Adaptações necessárias para as plataformas
As plataformas enfrentarão desafios com as exigências de conteúdo nacional e a carga tributária. No entanto, haverá incentivos fiscais para quem investir na produção local, reduzindo custos operacionais.
O projeto segue agora para análise no Senado. A implementação da nova legislação será observada de perto por todos os envolvidos no setor.
“As redes sociais aceleraram o desgaste do desejo”
Por Gabriela Cruz
Antes de subir ao palco do Palacete Tirachapéu, na Rua Chile, em Salvador, nesta quinta-feira (6), para a palestra que marca o encerramento do ano do Alô Alô Bahia, o antropólogo e escritor Michel Alcoforado conversou com exclusividade com o site sobre o modo como os brasileiros expressam riqueza, status e pertencimento — temas que aborda no livro Coisa de Rico – A vida dos endinheirados brasileiros (Editora Todavia, 2025). Doutor em Antropologia Social e fundador do Grupo Consumoteca, Michel tem se dedicado a entender as transformações do consumo e da desigualdade no país.
Em tom leve e irônico, ele comentou como a internet redefiniu o comportamento das elites e acelerou os ciclos de desejo.
“Mudou o modo como os brasileiros performam riqueza e status quando tudo — do café da manhã ao carro — pode ser exibido online. As elites estão se reinventando ou apenas mudaram a forma de se mostrar? Toda vez que uma blogueira mostra uma bolsa nova, morre uma senhora com uma bolsa no corredor da Vitória. O que eu quero dizer com isso? Que o ciclo de mudança e de percepção de diferença ficou cada vez mais rápido. Antes, uma bolsa exigia viagem, tempo, exclusividade. Agora, qualquer pessoa entra no site da marca e vê o modelo do momento. As redes sociais aceleraram tudo. Hoje a gente compra o sapato e já acha que existe um melhor. A gente vai pra um destino e já pensa em outro mais caro, mais distante. As coisas se gastam rápido — inclusive o desejo”, afirma
Na conversa, o antropólogo também refletiu sobre as particularidades das elites nordestinas e o modo como as desigualdades se manifestam na geografia das cidades.
“O que fascina as elites brasileiras é uma preocupação com a distância. Em cidades com uma trajetória mais longa, como Salvador, isso fica muito claro na distribuição do espaço urbano. Existe uma naturalização dessas distâncias — de manter os outros nos lugares dos outros e a gente no lugar da gente. A elite baiana, em especial, tem uma relação forte com a ideia do ‘desde sempre’: a fazenda de vovô, a presença nas origens da cidade, nos eventos históricos. Isso marca profundamente o modo de viver e de se enxergar. Mas o que proponho não é uma crítica, e sim um chamado à consciência. Se queremos um país com menos desigualdade, precisamos nos acostumar a viver mais próximos, conviver com o diferente e diminuir essas fronteiras simbólicas e sociais.”
Michel encerrou destacando a importância da reocupação do Centro Histórico de Salvador, que considera um exemplo de mudança em curso: “Só o fato de as pessoas voltarem a circular aqui, de transitarem por ruas antes evitadas, já é um avanço. É assim que se inventam novas formas de ser e de viver em uma cidade”.
O Evento de final de ano do Alô Alô Bahia é apresentado pela Costa do Sauípe e tem patrocínio da Moura Dubeux, Artefacto, Kachepot, Shopping da Bahia, Sabin, Melissa, Ecoari, Cristalli e AMB Business’n Fun. Além disso, conta com Apoio Institucional do Governo do Estado e Prefeitura de Salvador e Apoio do Palacete Tirachapéu, Vinícola UVVA, Uranus, Preta Tirachapéu, Fernanda Brinço, Suporte Eventos, Pitta Segurança e Ticketmaker.