92% da Geração Z está sendo rejeitada nas contratações por um motivo simples e outros artigos da semana – 17.10.2025

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Você vai ler na coluna de hoje:92% da Geração Z está sendo rejeitada nas contratações por um motivo simples: mais do que diplomas universitários, as empresas buscam habilidades interpessoais,  SPR assina identidade visual da 18ª Convenção e Feira de Negócios da Rede de Farmácias Associadas, Sicredi lança nova campanha publicitária para reforçar o impacto positivo do cooperativismo, A estratégia mais eficaz para o lucro é também a mais ignorada, Inadimplência cresce e atinge quase 72 milhões de brasileiros, 43% da população adulta do Brasil, Farmácias no Brasil: o império de bilhões que explica por que existe uma em cada esquina e o que elas realmente querem com seus dados, Comunicação não é mais sobre falar, e sim merecer ser ouvido, Economista diz que Dia das Crianças fracassa no varejo e acende alerta vermelho: brasileiro endividado, sem crédito e com medo de gastar paralisa o consumo e Pirataria chega a lojas de luxo e abala confiança de décadas.

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92% da Geração Z está sendo rejeitada nas contratações por um motivo simples: mais do que diplomas universitários, as empresas buscam habilidades interpessoais

Por Victor Bianchin

 

Nos últimos anos, cresceu a sensação de que os diplomas universitários estão perdendo valor. A Geração Z é a que está vendo como, longe de ser apenas um debate público, isso também se tornou uma realidade dentro das empresas privadas, com a queda dos cargos de nível inicial. No entanto, um novo relatório da Criteria sobre a preparação profissional dos jovens da Geração Z estabelece outra relação capaz de explicar o azar que eles enfrentam.

O discurso de que a inteligência artificial está ficando com os empregos ganhou força, em grande parte porque interessa à bolha que existe por trás disso — com cada vez mais CEOs do setor destacando como esses cargos juniores agora podem ser ocupados por um gestor virtual, alimentando ainda mais essa bola de neve. Mas, segundo os recrutadores entrevistados para o relatório, o maior problema ainda é o talento: apenas 8% dos entrevistados acreditam que os jovens da Geração Z estão plenamente preparados para os cargos que desejam.

 

A falta de preparo da Geração Z

De início, essa constatação entra em choque direto com o que se dizia sobre os diplomas universitários, mas, na realidade, aponta para algo mais profundo. Diante de uma concorrência crescente e cada vez menos ofertas de emprego, o que esses hiring managers destacam não é que os jovens da Geração Z não tenham formação suficiente. O que realmente sentem falta são das habilidades capazes de virar o jogo a favor deles.

Apesar do auge da “titulite” — em forma de graduações e mestrados que deveriam abrir as portas do mercado de trabalho —, os jovens carecem de habilidades interpessoais que, cada vez mais, se mostram indispensáveis diante da necessidade de se destacar entre os candidatos. Faltam-lhes melhor comunicação, disposição para resolver problemas e uma postura que reflita profissionalismo — fatores que levam à exclusão de candidatos que, se fosse apenas pelos diplomas, pareceriam plenamente preparados para as vagas oferecidas.

Como aponta Josh Millet, CEO da empresa Criteria, responsável por avaliar possíveis candidaturas, o fato de 92% dos recrutadores se depararem constantemente com essa falta de habilidades básicas se deve a uma “tempestade perfeita” que, em grande medida, foi criada pela própria Geração Z. O excesso de importância dado aos diplomas minou sua confiança ao perceberem que eles não bastavam e, ao encarar as entrevistas com essa mentalidade, os recrutadores começaram a dar menos peso às formações acadêmicas em favor das habilidades mencionadas.

Nessa tempestade perfeita, há uma mudança de paradigma com várias realidades evidentes. É verdade que a inteligência artificial vai ocupar boa parte dos cargos que antes eram destinados a jovens com diploma universitário. Funções voltadas à tecnologia e às finanças estão em queda justamente por essa razão. Mas, em contrapartida, muitos outros setores planejam ampliar suas equipes até 2026: 68% das agências de recrutamento, 59% das empresas da área da saúde, 57% da indústria manufatureira e 50% das de transporte e logística afirmam estar com falta de pessoal para enfrentar os desafios que estão por vir.

Também é verdade que a inteligência artificial pode se infiltrar no mercado de trabalho, mas talvez o faça também na forma de recrutadora, tornando os processos de seleção mais justos ao eliminar preconceitos e dois pesos e duas medidas nas entrevistas e análises de currículos. Mas, acima de tudo, a realidade mais evidente é que parece que não estamos longe de um mercado de trabalho em que o requisito de diploma universitário fique em segundo plano, e as contratações sejam decididas com base em testes e perfis que vão além do aspecto técnico.

 

 

SPR assina identidade visual da 18ª Convenção e Feira de Negócios da Rede de Farmácias Associadas

 

Considerado o maior do setor no Sul do país, o evento deve receber mais de 3.500 pessoas de 15 a 19 de outubro, em Gramado, com projeção de movimentar R$ 120 milhões em negócios.

O maior evento farmacêutico do Sul do país está sendo idealizado pela agência SPR , responsável pela criação de toda a identidade visual da 18ª Convenção e Feira da Rede de Farmácias Associadas . Programado para acontecer de 15 a 19 de outubro, o evento movimenta o Serra Park, em Gramado, com expectativa de receber mais de 3.500 participantes e gerar R$ 120 milhões em negócios, superando os R$ 100 milhões registrados no ano passado.

O evento reúne associados titulares (que utilizam a marca Associadas) e parceiros, fornecedores e clientes, destacando a expansão nacional das Farmácias Associadas. Atualmente, a rede conta com 1.892 lojas, gera mais de 12.000 empregos e, até 2026, a meta é ultrapassar 2.100 unidades. Embora fundada no Rio Grande do Sul, a Associadas está se expandindo para outros estados e ampliando seu alcance. Tanto que a edição de 2025 da feira conta com expositores e empreendedores de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. É justamente esse espírito brasileiro que a SPR trouxe para a comunicação do evento, destacando a crescente presença da marca em diversos estados e a oportunidade de estreitar laços em todo o Brasil.

Com essa ideia como estratégia criativa, a agência criou o conceito ” Mais Amigos para o Brasil “, que enfatiza as peculiaridades regionais, como as expressões culturais, mantendo sempre a essência da marca: a amizade. O conceito transmite a expansão nacional da rede de forma emocional, colocando a amizade como valor central da feira. Além dos negócios, o evento também reforça as conexões humanas, a diversidade cultural e a união em torno de um propósito comum.

“O principal desafio foi equilibrar a identidade brasileira e todos os seus aspectos culturais regionais em uma única campanha. Precisávamos destacar a expansão para novos estados, cada um com sua expressão, características e costumes, sem deixar de lado a identidade visual das Farmácias Associadas. Afinal, o Brasil é diverso, diverso e cheio de sotaques. Mas onde quer que as Farmácias Associadas atuem, há algo que une a rede e seus clientes: a amizade que atravessa fronteiras, conecta culturas e fortalece essa história”, destaca Giorgia Antunes Lorenz, Diretora de Operações da SPR.

Segundo Pablo Lucas Ottonelli, Diretor de Marketing das Farmácias Associadas, a feira é estratégica para consolidar e fortalecer a presença nacional do modelo associativo que diferencia a marca. “A SPR captou plenamente essa essência ao longo de anos de compromisso mútuo na construção de uma comunicação que amplifica resultados. Tudo isso é fruto de anos de parceria estratégica que agrega valor à marca Farmácias Associadas”, enfatiza o executivo.

 

FICHA TÉCNICA

Campanha: 18ª Convenção e Feira de Negócios

Cliente: Rede de Farmácias Associadas

Agência: SPR

Peças: Peças Digitais, Portal, Banners, Outdoor, Adesivos, Badges, Sacolas, Cartazes, entre outros

Diretor Executivo: Juliano Brenner Hennemann

Diretor de Estratégia e Inovação: Gustavo Ermel

Diretora de Operações: Giorgia Antunes Lorenz

Diretor de Criação: Fábio Henckel

Gerente de Atendimento ao Cliente: Barbara Vellwock

Atendimento: Samantha dos Santo e Bruna Talita

Assistente de Atendimento ao Cliente: Isadora Vogel Moraes

Direção de arte:  Alexandre Susin

Escrito por: Luciano Sobrosa

Arte Final: Joel Nunes

Aprovação do Cliente: Pablo Lucas Ottonelli e Susy Souza

 

Sobre a SPR

Com seu posicionamento DEScommodity-SE , a SPR, sediada no Rio Grande do Sul, busca há mais de 27 anos potencializar e dar significado às marcas por meio de inteligência estratégica, ousadia e criatividade, inspirando e orientando clientes em sua missão de transformá-las no ativo mais valioso de suas organizações. Nosso portfólio de clientes inclui marcas reconhecidas como WEG, Randon, Frasle Mobility, Paraflu, Romanzza, Senar-RS, IBASA, Farmácias Associadas, Keko Acessórios, Prefeitura de Porto Alegre e Artecola, entre outras. Saiba mais no site da SPR e visite nossa Sala de Imprensa .

 

Sicredi lança nova campanha publicitária para reforçar o impacto positivo do cooperativismo

 

 

O Sicredi, instituição financeira cooperativa com presença nacional e mais de 9,5 milhões de associados, lança nova campanha institucional para mostrar o impacto positivo que gera nas regiões onde está presente. O filme principal estreia hoje, 15 de outubro, no intervalo do Jornal Nacional (TV Globo), em rede nacional, e terá desdobramentos em mídia digital e OOH.

Com o mote “Acreditar no cooperativismo para transformar vidas, isso é ter com quem contar”, a campanha reforça o papel do Sicredi como agente de transformação social e econômica, alinhando-se ao Ano Internacional das Cooperativas, declarado pela ONU.

O filme mostra que, ao longo dos mais de 120 anos de história do Sicredi as formas de pagamento evoluíram – do pagamento em dinheiro, passando pelo cheque até o Pix – mas uma coisa permanece: cada transação financeira feita por meio da instituição gera impacto positivo na sociedade e nas regiões onde atua. A campanha recria cenários históricos desde 1902, e permeia as décadas de 1940, 80, 90 até os dias atuais, conectando passado, presente e futuro. A trilha sonora também é um elemento marcante. O clássico “Não é só Dinheiro”, de Tim Maia, retorna em versão instrumental adaptado e incorpora elementos musicais de cada década retratada.

Confira o filme na íntegra aqui: Sicredi | Acreditar no cooperativismo para transformar vidas.

 

O impacto social

A campanha também apresenta dados reais que evidenciam o impacto social gerado pelo Sicredi, como os mais de R$ R$ 435 milhões aplicados em investimentos sociais, R$ 15 bilhões destinados ao empreendedorismo feminino e as 5 milhões de pessoas beneficiadas por programas de educação, conforme aponta o Relatório de Sustentabilidade 2024. Esses números estão presentes no filme e nas peças de divulgação, reforçando o Sicredi como agente de transformação nos municípios onde está presente.

Além disso, um dos principais atributos da marca é o relacionamento próximo das cooperativas com seus associados. Isso reflete nos números de abertura de agências físicas no Brasil. “Só em 2024 foram abertas mais de 200 e a previsão é encerrar 2025 com mais 270 novas agências, resultando em mais de 3 mil agências em todo país. Desse montante, o Sicredi é a única instituição financeira presente fisicamente em mais de 200 municípios do país.”, lembra João Clark, superintendente de Marketing e Growth do Sicredi.

 

Visibilidade e engajamento

A produção do comercial, grandiosa e humana, contou com uma equipe de mais de 350 profissionais na produção e um elenco com mais de 60 pessoas. Ao todo, foram mais de 40 horas de gravação para o filme principal da campanha.

“A campanha dá continuidade à comunicação iniciada em 2023 com ‘É ter com quem contar’, agora com foco ampliado para a sociedade e dados reais de impacto. O movimento foi construído de forma colaborativa com os profissionais de marketing das nossas centrais e cooperativas, que vivenciam esse impacto na ponta. Cada transação no Sicredi representa mais do que uma operação financeira, é uma escolha que transforma vidas. É essa história que decidimos contar juntos”, destaca João Clark, superintendente de Marketing e Growth do Sicredi.

Os movimentos de marketing da campanha foram pensados para gerar visibilidade e engajamento em diferentes frentes. A estratégia inclui mídia digital (YouTube e Meta), TV aberta, OOH em praças estratégicas, além de ações de influência com creators e branded content. Também foram planejadas ativações internas e externas, como o lançamento do filme institucional, materiais para redes sociais, ambientações locais e ações coordenadas com as 102 cooperativas do Sicredi.

 

Campanha nasce de escuta ativa com associados e sociedade

Além da participação dos profissionais de marketing das centrais e cooperativas do Sicredi, o movimento de comunicação teve como embasamento principal uma pesquisa conduzida pelo Time de Estudos de Comportamento do Associado do Sicredi, com o objetivo de entender como, quando e para quem comunicar o cooperativismo.

Com mais de 1.500 respondentes associados e não associados na etapa quantitativa e 35 entrevistas na qualitativa, o estudo revelou que causas sociais e ambientais são fortemente associadas às cooperativas de crédito, sendo percebidas como atributos legítimos do cooperativismo. A pesquisa orienta a campanha a destacar o impacto positivo gerado pelas transações financeiras no Sicredi, tornando o propósito da instituição mais tangível e acessível.

 

Ficha Técnica – Campanha de Impacto Positivo Sicredi

  • Agência: Suno United Creators
  • Anunciante: Sicredi
  • Título: Impacto Positivo

Equipe Criativa e Estratégica

  • Criação: Bruno Brasil e Adriano Panda
  • Planejamento: Sérgio Katz, Kátia Fontana, Beatriz Poiani Ferro, Lara Sanches
  • Mídia: Luiz Augusto Zerbini, Priscila Sato, Jéssica Aline de Melo Silva, Pedro Henrique Alves Souza, Marília Graziela Pires, Júlia Lima Dias
  • Atendimento: Elthon Longhi, Raquel Hipólito, Sara Reis
  • Aprovação: João Clark, Luciana Branco, Ariel Ferraz, Juliana Oppelt

Produção Audiovisual

  • Produção Audiovisual: Ana Luisa André e Gisele Miranda
  • Produtora de Imagem: REBOLUCION BR
  • Direção: Cassu
  • Direção de Fotografia: Kairo Marcel Lenz
  • Assistentes de Direção: Fernanda Mendes, Tata Alves Sausmikat, Ozzy Souto
  • Produção Executiva: Ciro Cesar Silva
  • Direção de Produção: Fabio Arisaka
  • Coordenação de Produção: Erika Andrade e Sarah de Moura
  • Direção de Arte: Gizele Muler
  • Pós-produção / VFX: Warriors

Produção de Áudio e Fotografia

  • Produtora de Áudio: Comando S
  • Fotografia: José Zarella Neto
  • Produção Executiva (áudio): Patricia Bruschini

 

A estratégia mais eficaz para o lucro é também a mais ignorada

Por Gustavo Ermel – Diretor de Estratégia e Inovação da Agência SPR Professor de Pós-Graduação da ESPM

 

Um estudo clássico da Wharton Business School, uma das mais prestigiadas escolas de negócios do mundo, mostrou que existem quatro alavancas que uma empresa pode acionar para aumentar o lucro: aumentar vendas, aumentar preços, reduzir custos fixos ou reduzir custos variáveis. A questão é: qual dessas estratégias realmente tem o maior impacto?
Os números são reveladores. Um aumento de 1% nas vendas gera, em média, 3,3% de crescimento no lucro. Já um aumento de 1% nos preços eleva o lucro em 10,3%. Reduzir custos fixos em 1% melhora o resultado em 2,5%, enquanto cortar custos variáveis em 1% aumenta o lucro em 6,5%. Ou seja, nada supera o preço — ele é 58% mais eficaz do que a segunda melhor alavanca. É a estratégia mais poderosa, mas também a mais ignorada. Muitas empresas sequer possuem uma política clara de precificação.
O problema é que uma boa estratégia de preço não nasce do nada: ela depende da percepção de valor. E é aí que entra a marca. Uma marca forte dá permissão para cobrar mais sem perder volume. Sem marca, não há estratégia de preço — há apenas sobrevivência.
Construir uma marca sólida exige consistência e tempo. Estudos de efetividade do Instituto Ehrenberg-Bass mostram que investir em marca com alta penetração, atingindo o maior número possível de compradores da categoria, tem efeito poderoso nas margens e na perpetuação do negócio. Essa é uma lição que as grandes marcas aplicam há décadas, mas que muitos ainda insistem em ignorar.
Preferimos seguir a manada — é mais seguro. O problema é que a manada anda em círculos há décadas, tentando sobreviver com malabarismos cada vez mais criativos. A grande questão é: você vai continuar copiando a média ou vai começar hoje a construir a única estratégia que garante valor, margem e futuro?
Existe uma máxima no branding que resume bem: há dois momentos ideais para investir em marca. O primeiro foi quando você começou. O segundo melhor é hoje.

 

Inadimplência cresce e atinge quase 72 milhões de brasileiros, 43% da população adulta do Brasil

 

O número de brasileiros com contas em atraso voltou a crescer em setembro de 2025. Segundo o Indicador de Inadimplência de Pessoas Físicas, elaborado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), houve aumento de 8,91% no total de consumidores negativados em relação ao mesmo mês de 2024.

Embora ainda elevado, o ritmo de crescimento desacelerou em comparação com agosto, quando a alta foi superior. Na variação mensal, de agosto para setembro, o avanço foi de 0,21%. O levantamento aponta que o país encerrou setembro com 71,86 milhões de pessoas inadimplentes, o que equivale a 43,14% da população adulta.

A alta foi impulsionada especialmente por dívidas com atraso entre três e quatro anos, que representam 34,46% do total. “O Brasil apresenta hoje um quadro de inadimplência estrutural: elevada participação de inadimplentes na população adulta, prevalência de dívidas de baixo valor, reincidência muito alta e recuperação que não acompanha o aumento do estoque de débitos”, avalia o presidente da CNDL, José César da Costa.

“Sem iniciativas coordenadas entre mercado, poder público e incentivo à educação financeira, o sistema de crédito permanecerá caro e excludente”, completa.

 

Faixa etária e perfil dos devedores

Os consumidores entre 30 e 39 anos seguem como o grupo com maior participação entre os inadimplentes, representando 23,56% do total. A distribuição por gênero é equilibrada: 51,18% mulheres e 48,82% homens.

Regionalmente, o Centro-Oeste registrou a maior alta anual no número de inadimplentes (8,16%), seguido de Norte (7,99%), Nordeste (7,59%), Sudeste (7,54%) e Sul (7,36%).

Em média, cada consumidor negativado devia R$ 4.801,45, distribuídos entre 2,22 empresas credoras. As dívidas de até R$ 500 representaram 30,55% dos casos, e quase 44% dos débitos não ultrapassam R$ 1.000, o que evidencia a predominância de valores baixos, mas recorrentes.

 

Influência do consumo digital

O presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior, chama atenção para o impacto das redes sociais no aumento do consumo e, consequentemente, da inadimplência. “As plataformas conhecem profundamente o comportamento e os desejos dos consumidores, estimulando compras cada vez mais impulsivas”, afirma.

“Reduzir a exposição a esses estímulos – como limitar o uso das redes, desinstalar aplicativos de compras e sair de grupos de promoções – pode ser uma estratégia eficaz para evitar gastos desnecessários e facilitar o hábito de poupar”, recomenda.

 

Bancos concentram maioria dos débitos

O número total de dívidas em atraso subiu 15,07% em setembro, na comparação com o mesmo período de 2024. Na variação mensal, o aumento foi de 0,05%. Entre os setores credores, bancos lideram o crescimento, com alta de 17,75%, seguidos por serviços de água e luz (14,40%), comunicação (8,23%) e comércio (1,08%).

As instituições financeiras também concentram a maior fatia do total de dívidas, com 66,37%, à frente de serviços básicos (10,28%), comércio (9,39%) e outros setores (8,20%). Regionalmente, o Centro-Oeste novamente se destaca com o maior avanço no número de dívidas (15,60%), seguido de Norte (15,31%), Sudeste (14,13%), Sul (13,97%) e Nordeste (13,15%).

A região também lidera o percentual de inadimplência, com 46,42% da população adulta negativada. No Sul, o índice é o menor do país, com 38,42%.

 

 

Farmácias no Brasil: o império de bilhões que explica por que existe uma em cada esquina e o que elas realmente querem com seus dados

Escrito por Carla Teles

 

De um modelo de negócio altamente lucrativo a esquemas de dados e lobby político, entenda os fatores que explicam a onipresença desses estabelecimentos no país.

A sensação de que existe uma farmácia em cada esquina não é apenas uma força de expressão. Segundo informações apuradas pelo portal Fatos Desconhecidos, dados de 2025 revelam que existem mais de 93.000 farmácias no Brasil, o que equivale a aproximadamente uma para cada 2.000 habitantes. Embora a primeira explicação aponte para a clássica lei de oferta e demanda, a realidade por trás dessa expansão massiva é muito mais complexa e envolve estratégias de mercado agressivas, o uso controverso de dados pessoais e até mesmo a influência de esquemas criminosos e lobby político.

O crescimento é inegável: em pouco mais de 20 anos, o número de drogarias saltou 63%, consolidando o Brasil como o nono maior mercado global de medicamentos. Contudo, o que sustenta essa onipresença vai além da simples venda de remédios. Fatores como modelos de franquia acessíveis, a diversificação de produtos, que transformaram farmácias em centros de conveniência, e práticas obscuras, como a coleta de CPFs para fins de marketing, são peças-chave de um quebra-cabeça que revela por que esse setor prospera de forma tão consistente, mesmo em cenários de crise econômica.

 

A lógica do mercado: demanda, proximidade e lucratividade

A base para entender o fenômeno das farmácias no Brasil começa, sim, no comportamento do consumidor. O brasileiro possui uma cultura de automedicação e busca por soluções rápidas para sintomas comuns, o que cria uma demanda constante. Conforme apurado pelo Fatos Desconhecidos, o setor farmacêutico movimentou mais de R$ 150 bilhões anualmente, um número que reflete não apenas a necessidade, mas um hábito de consumo profundamente enraizado na população. Muitas vezes, a palavra do farmacêutico ainda carrega um peso similar ao de um médico em comunidades menores.

Essa demanda é explorada por uma estratégia de saturação geográfica. Em entrevista ao Brasil Journal, Flávio Correia, representante da Drogasil, explicou o motivo de vermos concorrentes lado a lado: “cinco passos fazem a diferença”. A conveniência é tão crucial que a proximidade imediata supera a concorrência. Essa lógica se prova resiliente: em 2016, enquanto o PIB brasileiro encolhia 3,6%, o setor farmacêutico crescia 18%. Fica claro que, para os grandes players do mercado, fechar uma loja significa diluir os clientes para todas as outras redes, justificando a presença massiva em um mesmo local.

 

Franquias e diversificação: um negócio acessível e versátil

Outro pilar que sustenta a expansão das farmácias no Brasil é a força do modelo de franquias. Em entrevista à revista Veja em 2024, Bruno Costa, diretor da rede A Fórmula, e Gustavo Freitas, presidente da Poupaqui, destacaram que o negócio é visto como um empreendimento altamente lucrativo e acessível. Com um investimento médio a partir de R$ 500 mil, o faturamento mensal pode chegar a R$ 200 mil, com uma lucratividade de até 20%. Isso atrai investidores de diversas áreas, já que a lei permite que qualquer pessoa seja dona de uma farmácia, desde que contrate um farmacêutico como responsável técnico.

Além disso, as drogarias deixaram de ser apenas pontos de venda de medicamentos. Como apontado por Sérgio Mena Barreto, CEO da Abra Farma, a diversificação do mix de produtos foi fundamental. Hoje, esses estabelecimentos funcionam como verdadeiros centros de conveniência, vendendo itens de higiene pessoal, beleza, dermocosméticos e até mesmo alimentos. Essa transformação amplia a base de clientes e a frequência de visitas, garantindo um fluxo de caixa constante que não depende apenas da venda de remédios.

 

O preço do desconto: seus dados pessoais valem ouro

Uma das estratégias mais controversas e que, segundo o Fatos Desconhecidos, explica parte do poder financeiro das redes é a coleta de dados via CPF. Ao oferecer descontos agressivos, que podem chegar a mais de 70%, em troca do CPF, as farmácias obtêm acesso a uma informação valiosíssima: seus hábitos de consumo. A jornalista Amanda Ross expôs como um medicamento genérico pode ter seu preço inflacionado em até 2.800% sobre o valor de custo, dentro do limite máximo permitido pela Anvisa, apenas para que o “desconto” pareça vantajoso.

O verdadeiro objetivo, no entanto, é mapear seu perfil. A farmácia sabe se você compra fraldas, antidepressivos, testes de gravidez ou produtos para doenças crônicas. Esses dados são usados para criar campanhas de marketing ultradirecionadas, mas o perigo pode ser ainda maior. A advogada Ana Lusa Dalari levanta a questão: não se sabe se há integração desses dados com bancos ou empregadores. Um financiamento negado, por exemplo, poderia ter como base uma informação de saúde obtida através do seu CPF na farmácia, uma prática que, embora sem confirmação, navega em uma zona cinzenta da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

 

A fachada do crime: lavagem de dinheiro e fraudes milionárias

A suspeita popular de que alguns estabelecimentos servem como fachada para lavagem de dinheiro encontrou respaldo em investigações da Polícia Federal. Em julho de 2025, uma operação desmantelou um esquema que utilizava farmácias, algumas existentes apenas no papel, para fraudar o programa Farmácia Popular. Em Águas Lindas (GO), duas drogarias “fantasmas” teriam recebido R$ 500 mil do governo. Os criminosos compravam farmácias inativas já cadastradas no programa, falsificavam receitas e usavam CPFs de pessoas inocentes para simular vendas.

O esquema, detalhado pelo Fatos Desconhecidos, movimentou cerca de R$ 9 milhões em lavagem de dinheiro e desvios, com os recursos sendo usados até para financiar o tráfico de drogas. O policial federal José Roberto Perez afirmou que a organização criminosa usou o programa social para lavar recursos e investir em suas atividades ilícitas. Embora não justifique a totalidade das 93.000 farmácias, esse caso prova que a alta lucratividade e a capilaridade do setor farmacêutico atraem organizações criminosas, que se aproveitam de sua imagem de negócio legítimo para ocultar operações ilegais.

 

Nos bastidores do poder: o lobby da indústria farmacêutica

A camada final que explica a força das farmácias no Brasil está na política. O lobby da indústria farmacêutica é uma força poderosa em Brasília, garantindo que a legislação favoreça seus interesses. Um levantamento de 2019 revelou que o setor doou R$ 13,7 milhões para as campanhas de 356 candidatos, formando a chamada “bancada dos medicamentos”. Essas doações, embora legais, criam um claro conflito de interesses, questionando se os políticos eleitos representarão a saúde pública ou os interesses de quem financiou suas campanhas.

Exemplos não faltam. Um ex-diretor da Hypera admitiu em delação premiada ter subornado políticos para aprovar a venda de medicamentos sem prescrição em supermercados, projeto que foi vetado na presidência. Nas eleições de 2018, empresários do setor, com patrimônios declarados de centenas de milhões, doaram milhões para outros candidatos, garantindo que sua influência permanecesse no Congresso. Como resume o pesquisador Jorge Bermudez, “muitas vezes o interesse da indústria não tem nada a ver com a saúde. A indústria quer o produto mais lucrativo para ela”.

A multiplicação das farmácias é um reflexo de um mercado saudável e competitivo ou revela um sistema com práticas questionáveis que vão da manipulação de preços à influência política? Acha que a coleta de dados em troca de descontos é uma troca justa? Deixe sua opinião nos comentários, queremos ouvir quem vive isso na prática.

 

Comunicação não é mais sobre falar, e sim merecer ser ouvido

Por Edmar Bulla

 

A publicidade tradicional está perdendo espaço diante de um novo comportamento do consumidor. Já não basta aumentar o volume das mensagens, repetir promessas exaustivamente ou tentar empurrar ofertas a qualquer custo. As pessoas estão mais críticas, seletivas e conscientes sobre o que consomem, e esse movimento exige das marcas muito mais do que visibilidade: exige relevância. Em um ambiente em que a atenção se tornou um recurso escasso e disputado, quem não compreender essa mudança corre o risco de falar sozinho.

O ponto não é mais disputar atenção. É merecer atenção. E isso exige uma mudança profunda de postura: ouvir mais do que falar, entender mais do que vender, construir relevância em vez de empurrar conteúdo. Mas não é qualquer escuta. Em minha empresa, temos questionado até o uso excessivo de dados sintéticos que prometem mapear comportamentos, mas ignoram o que há de mais importante: a complexidade das decisões humanas. É justamente nas nuances, nas emoções, nos contextos e nas pequenas contradições que moram as maiores oportunidades de conexão entre marcas e pessoas. Por isso, temos investido pesado em neurociência e estudos comportamentais para entender o que realmente move decisões e desejos.

Essa mudança de mentalidade também está ligada a um fenômeno maior: o fim do engajamento superficial. O like pelo like já não basta. O que importa agora é a profundidade da relação, e é por isso que estamos explorando métricas de engajamento emocional que vão além da atenção fugaz e medem a qualidade do vínculo entre marcas e pessoas. O papo é mais sobre share of heart do que share of mind. Os dados do nosso estudo Sonhos Brasileiros mostram claramente esse movimento. As duas maiores tendências do país hoje são Saúde Integral e Resgate Ancestral, e ambas apontam para a mesma direção: uma busca por equilíbrio integral, vínculos reais e relações humanas mais significativas.

Isso ajuda a explicar por que vemos sinais de saturação no uso de telas. Ainda não dá para dizer que o consumo digital caiu de forma generalizada, mas já há quem esteja deliberadamente moderando o tempo online por saúde mental, sono e produtividade. E isso muda tudo. As marcas precisam entender que a comunicação não vai viver só do aumento constante do tempo de tela e a mídia não se sustenta monetizando a hiper fragmentação da atenção. O digital continua essencial, mas precisa ser parte de uma jornada integrada, em que a tecnologia facilita e a experiência física emociona.

Esse movimento já aparece claramente na Bússola de Marketing, estudo que conduzimos com os principais anunciantes e que há dois anos mostra um crescimento consistente dos investimentos no dueto formado por mídias digitais e ações presenciais. E isso não é por acaso: quando marcas oferecem conveniência online e surpreendem o consumidor fora das telas, com experiências sensoriais, espaços de convivência ou serviços úteis, elas criam memórias que nenhum banner consegue competir.

O avanço do minimalismo digital reforça ainda mais esse cenário. As pessoas querem menos, mas melhor. Preferem qualidade à quantidade, propósito à abundância. Isso vai sacudir setores como consumo rápido, moda, tecnologia e entretenimento, e vai obrigar empresas a repensarem não só produtos e serviços, mas a forma como entregam valor. E sim, o setor de serviços será o primeiro a sentir esse impacto.

Com isso, o branding assume um papel ainda mais central. Se a publicidade perde espaço, construir marcas fortes se torna questão de sobrevivência. Não dá mais para pensar apenas em campanhas de impacto imediato. As marcas precisam construir consistência, propósito e significado ao longo do tempo e principalmente criar comunidades, porque o consumidor quer se conectar com empresas que compartilham valores e entregam experiências coerentes em cada ponto de contato.

E tem mais: a inteligência artificial vai redefinir essa relação. Investir em GEO (Generative Engine Optimization) e LEO (Language Engine Optimization) será indispensável para transformar dados em insights acionáveis, personalizar jornadas e otimizar a presença das marcas em ambientes mediados por algoritmos e linguagem natural. A combinação entre branding sólido, comunidades engajadas e uso estratégico da inteligência artificial será o tripé da relevância no futuro.

Inovação, portanto, não é apenas sobre criar novas tecnologias. É sobre repensar como as marcas se relacionam com as pessoas, com utilidade, personalização e relevância real. Ela acontece quando criamos ecossistemas de serviços que resolvem problemas concretos, quando cocriamos com comunidades e consumidores, quando transformamos conteúdo em ferramenta prática e empoderadora. É também sobre formar parcerias entre marcas para entregar valor que, isoladamente, seria impossível.

O futuro da comunicação não vai ser sobre campanhas em massa, mas sobre comunidades, interações personalizadas distribuídas em múltiplos pontos de contato, inclusive fora das telas. Vai viver em ambientes físicos, experiências imersivas, assistentes de voz, realidade aumentada e novos espaços de convivência. A publicidade vai deixar de interromper para, finalmente, começar a conversar.

E talvez essa seja a grande virada de chave: o futuro não é sobre falar mais, é sobre falar melhor. É sobre deixar de ser ruído para se tornar presença legítima na vida das pessoas. As marcas que entenderem isso não serão apenas lembradas, serão desejadas.

 

 

Economista diz que Dia das Crianças fracassa no varejo e acende alerta vermelho: brasileiro endividado, sem crédito e com medo de gastar paralisa o consumo

Escrito por Maria Heloisa Barbosa Borges

 

Economista aponta que o varejo perdeu fôlego mesmo em data sazonal forte, sinalizando consumidor endividado, crédito caro e confiança em queda, com risco de contágio para emprego, indústria e arrecadação.

O varejo entrou no último trimestre pressionado por sinais de fraqueza que se repetem há meses. Indicadores setoriais mostram que as vendas recuaram no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2024, apesar de uma alta pontual em setembro frente a agosto. Quando a melhora mensal não compensa a queda trimestral, o recado é claro: a recuperação não se sustenta.

O Dia das Crianças, tradicional termômetro do varejo, reforçou o diagnóstico. Conforme o economista e jornalista Josué Aragão, levantamentos recentes indicam gasto médio menor com presentes, maior intenção de reduzir despesas e fluxo abaixo do esperado. Se nem uma data emocional destrava o consumo, a confiança do brasileiro está no chão, e o segundo semestre perde o papel de “respiro” do comércio.

 

O que explica o freio no varejo

O primeiro vetor é a renda comprometida. Dados monitorados ao longo do ano mostram famílias destinando perto de um terço do orçamento ao serviço da dívida.

Com mais dinheiro voltado para pagar o passado, sobra menos para o presente, o que atinge de imediato o varejo de bens não essenciais.

O segundo vetor é o crédito. Mesmo com alguma desaceleração de preços, o custo financeiro segue alto para cartões e parcelados, limitando tíquete e recorrência.

Na prática, o consumidor testa limites menores de compra e alonga decisões, enquanto lojistas veem conversão e mix migrarem para itens mais baratos.

 

Dia das Crianças acendeu o alerta vermelho

Os sinais qualitativos das lojas convergem: menor tráfego, tíquete encolhendo e estoque girando devagar.

Pesquisas de intenção mostraram 37% dos entrevistados dispostos a gastar menos e pouco mais da metade repetindo o gasto do ano anterior.

O valor médio dos presentes ficou na casa de R$ 63,93, abaixo de 2024, indicando troca para faixas de preço inferiores.

Também houve mudança no carrinho. Projeções para a data apontaram vestuário e calçados como maior fatia do faturamento, seguidos por eletrônicos e brinquedos.

Quando o consumidor prioriza reposição de guarda-roupa e corta supérfluos, o varejo sente no caixa e posterga campanhas mais agressivas até a Black Friday.

 

Crédito caro e endividamento comprimem a demanda

A rigidez do custo do dinheiro nos meios de pagamento, somada à inadimplência ainda elevada, mantém a curva de risco alta.

Com isso, limites encolhem, aprovações demoram e parcelas encarecem, estrangulando o impulso de compra no varejo físico e digital.

Há ainda o efeito renda real. Mesmo com inflação moderada em média, itens caros para a família subiram acima do índice, como alimentação fora de casa e lazer infantil.

O consumidor percebe a perda no supermercado e no passeio, reorça o freio emocional e empurra compras para frente.

Efeitos em cadeia sobre emprego, indústria e preços

Quando o varejo desacelera, o impacto ricocheteia na indústria e nos serviços.

Lojas adiam reposição, cortam pedidos e reduzem vagas temporárias, justamente no período em que tradicionalmente abrem posições.

A fábrica desacelera turnos, e o transporte sente menos fretes.

O quadro também pressiona margens. Com demanda fraca, o lojista evita repasse de custos, aceitando promoções mais longas e descontos maiores para girar estoque.

Isso ajuda a segurar preços no curto prazo, mas dilui rentabilidade e desestimula investimento.

 

O que o varejo pode fazer agora

A resposta tática começa no caixa. Proteja a liquidez e ajuste metas ao cenário de demanda real, não ao orçamento ideal.

Recalibre compra e sortimento para curvas A e B, reduza profundidade de coleção e encurte ciclos de recebimento para liberar capital de giro.

Na ponta de venda, favoreça tíquetes menores com combos inteligentes e planos de parcelamento sustentáveis, sem transferir risco excessivo.

Fortaleça CRM e comunicação de recorrência com ofertas personalizadas, priorizando categorias de alta saída e estoque com risco de obsolescência.

 

Como o consumidor está decidindo

As evidências do Dia das Crianças mostram um comprador hiper seletivo. Ele compara, espera promoção e prefere soluções úteis.

Itens de refeição fora, lazer e mimos ficaram mais caros, então ganha quem entrega valor percebido claro, garantia simples e pós-venda sem atrito. No digital, frete e prazo seguem decisivos.

Para marcas e lojistas, a lição é manter propostas enxutas, preços transparentes e jornada descomplicada.

Prometer menos e cumprir mais vale mais no ciclo atual do que campanhas ruidosas. Confiança se reconstrói na experiência, compra a compra.

O que observar até a Black Friday e o Natal

Três métricas contam a história.

Primeiro, tráfego e conversão, especialmente no mobile.

Segundo, tíquete médio por categoria, para entender a troca de mix.

Terceiro, estoque parado e cobertura de dias, que sinalizam risco de liquidações forçadas. Se a Black Friday vier com demanda fraca, o Natal corre risco de tornar-se apenas reposição básica, e não expansão.

Para o varejo, o cenário exige foco operacional, inteligência promocional e disciplina de capital de giro. Para a economia, o recado é que confiança, renda e crédito precisam andar juntos para reativar o consumo de forma saudável.

 

 

Pirataria chega a lojas de luxo e abala confiança de décadas

Por Vitor Fórneas , Aline Diniz, Gabriel Rezende e Juliana Siqueira

 

Antes confinada a bairros periféricos, camelôs e centro de compras populares, a pirataria alçou voo para um shopping da zona sul de Belo Horizonte. Por trás da vitrine que exibia tênis originais, a loja Divino Luxo enganou clientes do BH Shopping por anos. A ampliação da ação desses criminosos para novos ambientes é um dos fatores que culminam na redução de 25% da arrecadação do estado devido à sonegação fiscal, conforme estimativa do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco-MG).

O esquema de venda de produtos falsos no shopping na região Centro-Sul teve fim no dia 16 de julho deste ano, após uma operação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), mas a falsificação de produtos segue em acelerado crescimento, e a ação mostrou que não se pode confiar nem nas lojas de alto padrão. Isso é o que mostra esta segunda matéria da série “O custo da farsa”.

Há dois anos, o preço da pirataria comprometeu o orçamento do empresário Flávio Queiroz. Ele comprou, na Divino Luxo, duas camisas acreditando serem da grife italiana Giorgio Armani. “Descobri por um amigo, que entende de camisas importadas, que eram produtos falsos. Ele falou que a Armani nunca havia fabricado camisas daquele modelo. Eu gastei R$ 1.400 em duas roupas que pensava ser originais. Fiquei arrasado quando descobri, é muito revoltante”, recordou.

Durante a operação Do Luxo ao Lixo, a partir da qual a loja que enganou Queiroz foi fechada, um dos itens chamou a atenção do delegado Magno Machado Nogueira, chefe da Divisão Especializada de Combate à Corrupção (Deccor): um tênis Nike da linha Air Jordan, criada em homenagem ao astro do basquete Michael Jordan.

O modelo, cobiçado por colecionadores, era vendido por R$ 50 mil. “Eles (donos da loja) não devem ter pagado nem R$ 200 nele. Também havia várias camisas da Louis Vuitton, vendidas a R$ 9.500. Segundo representantes das marcas, o custo das falsificações não passava de R$ 300”. O processo contra os responsáveis pela loja, que funcionava sem cadastro, está em andamento.

 

Avanço

Entretanto, a expansão da pirataria parece não ter fim. “Hoje, falsifica-se de tudo. É muito maior do que imaginamos. Roupas, calçados, bebidas, cigarros, sabão em pó, medicamentos, cosméticos. É um cenário aterrorizador”, afirmou Nogueira.

Para combater os falsificadores, a Polícia Civil conta com a ajuda de representantes das marcas. “Muitos vão até a delegacia, dão palestras. Além disso, enviamos os materiais ao Instituto de Criminalística para que os peritos confirmem a autenticidade. O único caminho é o aumento da fiscalização e das denúncias”, completou o chefe da Deccor.

O delegado reforçou que as próprias empresas também são vítimas das falsificações. “Temos duas vítimas: o consumidor, que acaba usando um produto de péssima qualidade, e a marca, que investe milhões para desenvolver itens originais, pagar impostos e fazer marketing. Aí vem o falsificador e gera prejuízo, além do dano ao erário, já que não há recolhimento de tributos. No fim, a sociedade inteira perde. É um ciclo completo de perdas”, finalizou.

 

Cigarros: MG ‘perde’ 19 UPAs com mercado ilegal

O mercado ilegal de cigarros exemplifica o prejuízo da pirataria aos cofres públicos. Só em 2024, o comércio clandestino resultou em uma perda estimada de R$ 117 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em Minas, conforme o Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP). O montante seria suficiente para construir 19 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) como a Industrial, em Contagem, na Grande BH, que custou cerca de R$ 6 milhões e tem capacidade para atender 7.500 pessoas por mês.

Conforme o Fórum, o número de fábricas clandestinas de cigarros dobrou no país em cinco anos. Minas teve o segundo maior número de fábricas fechadas na última década, atrás apenas de São Paulo. Para o presidente do FNCP, Edson Vismona, a alta desse crime mostra a gravidade do mercado ilegal, que “engana o consumidor, frauda o Estado e financia organizações criminosas”.

“Infelizmente, só percebem a dimensão do problema quando ele começa a matar”, afirmou, em referência aos casos recentes de intoxicação por metanol. Segundo ele, a pirataria não está restrita à baixa renda e também circula entre o alto poder aquisitivo.

 

Resposta

A reportagem tentou contato com a Divino Luxo, mas não obteve retorno. O BH Shopping disse que colaborou com as investigações e mantém políticas rigorosas de locação, com cláusulas que exigem o cumprimento da legislação.

 

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