Tenho visto de perto uma cultura dentro do marketing que muitas vezes glamouriza o trabalho incessante em detrimento do descanso. É comum notar profissionais talentosos e dedicados se sentindo culpados por tirarem um tempo para si mesmos, como se estivessem traindo suas responsabilidades ou sendo menos produtivos.
Uma pesquisa do Centro Pew Research indicou em 2023 que metade dos trabalhadores norte-americanos entrevistados costumam tirar menos folgas do que o disponível, reforçando essa máxima de que o tempo de lazer é passível de ser preenchido por outras atividades laborais.
No entanto, é necessário desafiar essa noção e argumentar que o descanso não é um privilégio ou um luxo dentro de uma rotina de trabalho, mas sim, uma necessidade primordial para a sustentabilidade do ambiente corporativo.
Descanso é um componente essencial para a criatividade e produtividade em geral. Ele nos leva a tomar decisões mais ponderadas, a ter mais concentração e a fazer melhor dentro do tempo que temos, e não necessariamente “fazer por fazer” e creio que aqui está o segredo.
A produtividade quantitativa é superficial, pois não mede o impacto de cada ação em sua particularidade, vê os números mas não vê a satisfação de todo o fluxo de trabalho, dos colaboradores ao cliente .Essa ansiedade afeta com certeza a qualidade.
Por isso, entendo e defendo que descansar é também investir em desempenho.
Como líderes, temos a responsabilidade de valorizar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional de todo nosso time. Isso significa respeitar as folgas e limites de horário de trabalho e reconhecer que o descanso não é apenas aceitável, como imprescindível,para um melhor desempenho.
Quando fazemos isso, estamos criando um ambiente mais salutar, onde todos podem alcançar seu pleno potencial e colher os benefícios de uma equipe saudável, engajada e realmente produtiva.
Já passou da hora de rompermos com a culpa relacionada ao descanso, pois somente assim poderemos criar organizações mais saudáveis, sustentáveis e bem sucedidas.
