Porto Alegre recebe o maior encontro de empreendedorismo 40+ do Brasil e outros artigos da semana – 29.10.2025

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Você vai ler na coluna de hoje: Porto Alegre recebe o maior encontro de empreendedorismo 40+ do Brasil,A SECOM tá diferente,  Silver Money: a nova onda de oportunidades de negócios para 50+ no Brasil,  Mais de 70 lideranças da propaganda gaúcha participam do lançamento da imersão em IA promovida pelo Sinapro-RS em parceria com a Trezion e  Brasil tem fragilidade estrutural e falta de foco em tecnologia. 

 

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Porto Alegre recebe o maior encontro de empreendedorismo 40+ do Brasil

 

No dia 29 de outubro de 2025, no Teatro Bourbon Country, em Porto Alegre, acontece o Summit Empreender 40+, promovido pela plataforma Empreender 40+ .

O evento reúne profissionais com mais de 40 anos que querem dar um salto em suas carreiras ou empreender com foco e propósito.

Idealizado pelos empreendedores Fabinho Vargas, Fábio Bernardi e Fernando Puhlmann, o encontro é uma ideia sensacional e absolutamente necessária — colocando em evidência a maturidade como ativo profissional em um momento em que o Brasil e o mundo estão envelhecendo, e a bagagem acumulada torna-se um diferencial competitivo.

Entre os grandes destaques da programação estão:

Cris Páz – escritora e publicitária que fala sobre longevidade e reinvenção após os 40;

Pedro Janot – executivo com trajetória marcante no varejo e na aviação, abordando liderança, reinvenção e superação;

Luciano Potter – jornalista e comunicador com mais de 25 anos de atuação em rádio, TV e internet, especialista em narrativa e comportamento.

Com uma programação intensa, o evento oferece 10 horas de conteúdo premium, com palestras, painéis, histórias inspiradoras, workshops e um ambiente voltado à troca de experiências e ao networking entre profissionais de diferentes setores.

O encerramento será um grande painel com o economista Aod Cunha e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, debatendo os caminhos do desenvolvimento, da inovação e do protagonismo profissional 40+.

A Coluna do Nenê também estará presente, cobrindo o evento e gravando seu videocast com alguns dos palestrantes — levando os melhores momentos e reflexões do Summit para o público que acompanha a coluna.

Se você tem mais de 40 anos — ou acredita que a melhor fase da carreira ainda está por vir — este é o momento.

“Bagagem que vira vantagem” é o lema que move o Empreender 40+, um movimento que veio para valorizar o talento e a experiência de quem ainda tem muito a realizar.

 

️ Programação Completa – 29 de outubro de 2025

 

 

Teatro Bourbon Country – Porto Alegre/RS

9h30 às 18h30 (credenciamento a partir de 8h30)

8h30 – 9h30 – Credenciamento & Boas-vindas

9h30 – Abertura: “Quando a Bagagem Vira Vantagem” – Fabinho Vargas

10h00 – Talk: “O Desafio de Mudar o Rumo Depois dos 40” – Luciano Potter & César Cidade Dias. Mediação: Fernando Puhlmann

10h40 – Keynote: “Longe é um Lugar que Não Existe” – Pedro Janot

11h20 – Talk: “40 é Idade, Não Limite” – Cris Páz

12h00 – 13h30 – Intervalo para almoço & networking (com sessão de autógrafos do livro Empreender 40+)

13h30 – Palestra-show: “Do Personagem à Realidade” – Jair Kobe

14h00 – Painel: “Empreendedorismo Social Também Gera Lucro” – Vinícius Mendes Lima, Rodrigo Sabiah e Michel Couto

14h45 – Talk: “Depois dos 60: O Melhor Projeto Sou Eu” – Fátima Torri

15h00 – Talk: “Como Ser Sócios na Vida e nos Negócios” – Fábio Bernardi & Lara Piccoli

15h30 – Talk: “Um Pé na Porta do Etarismo” – Alice Urbim

15h45 – Talk: “Inteligência Ampliada: Reaprendendo a Pensar pra Tirar o Melhor das IA’s” – André Foresti

16h15 – Tech Talk: “A Inteligência Artificial Engolindo o Mundo” – Rafael Martins

16h45 – Talk: “A Era das Novas Perguntas” – Túlio Milman

17h15 – Talk: “Empreendedorismo Feminino Depois dos 40 – As Vantagens” – Danielle Cosme

17h45 – Talk: “Aluno da Tempestade” – Daniel Scola

18h15 – Painel Final: “Por Onde Passa o Desenvolvimento do RS” – Eduardo Leite & Aod Cunha. Mediação: Oziris Marins

18h45 – Encerramento & networking final

 

Serviço

Data: 29 de outubro de 2025

Horário: 9h30 às 18h30 (credenciamento a partir de 8h30)

Local: Teatro Bourbon Country – Porto Alegre/RS

️ Ingressos e programação completa: www.empreender40mais.com

 

 

A SECOM tá diferente

Por Natacha Gastal

 

“A SECOM tá diferente” é uma das frases que mais ouço. Mas o que, para além de alguns rostos, mudou?

Hoje, a convite da Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e TV Agert, eu e a maravilhosa Renata Schenkel, participamos do 27º Congresso Gaúcho de Rádio, Televisão e Comunicação. Um momento especial, de aproximação com o mercado, em que falamos sobre os novos critérios para contratação de mídia Secretaria de Comunicação do RS | SECOM, com ênfase no meio rádio.

Para quem não está familiarizado, a maioria dos Planos de Mídia são construídos baseados em dados de institutos de pesquisa, como Kantar Ibope. Entretanto, estas medições acontecem geralmente nas capitais e grandes cidades, não retratando a realidade do interior. Essas mídias eram compradas seguindo alguns critérios mais generalistas, que já não atendiam mais à nova estratégia de comunicação regionalizada, tampouco os anseios do próprio mercado que questionava os critérios adotados.

O desafio era grande, afinal, são cerca de 400 rádios FM/AM no Rio Grande do Sul. Além disso, seria preciso romper alguns vícios e a percepção de “sempre foi assim”, que acompanhava alguns incrédulos na possibilidade de mudança.

Foi necessário o envolvimento das 5 agências que atendem o governo, num esforço conjunto dos profissionais de mídia para pesquisar, mapear e construir os novos critérios orientadores. Muitas horas e tabelas para que apresentássemos ao mercado esse “novo jeito de fazer”, unindo ética, transparência e técnica.

Uma fórmula que trouxe planejamento, previsibilidade, agilidade, economicidade e maior capilaridade para a comunicação pública.

Ao final do painel, questionaram sobre como conseguimos, já que a demanda existia há décadas. E aqui, eu entendo que não há uma única resposta, mas um conjunto de fatores que impulsionaram a mudança, entre eles:

  • a disponibilidade da Secom em dialogar e construir relações mais conscientes com o mercado;
  • o trabalho conjunto das nossas agências (e aqui não posso deixar de destacar a liderança da Escala na condução do estudo);
  • a parceria com representantes e entidades como a AGERT e
  • a abertura do mercado para uma proposta inovadora.

Mudar nunca é fácil, mas os novos modelos reforçam nosso compromisso coletivo – como empresas, profissionais de comunicação e como cidadãos. E isso faz valer à pena.

 

 

 

Silver Money: a nova onda de oportunidades de negócios para 50+ no Brasil

Anna França

 

O Brasil já conta com 27% da população com mais de 50 anos, e o ritmo de envelhecimento impressiona: segundo projeções da Organização das Nações Unidas (ONU), até 2044 o segmento dos chamados “prateados” responderá por 40% da população total. Para efeitos de comparação: a França levou 120 anos para elevar sua população acima de 65 anos de 10% para 20%.

Apesar do cenário demográfico claro, muitos negócios ainda não entraram nas oportunidades para esse público. “O envelhecimento será um dos maiores desafios da atualidade e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade econômica”, afirma Marcos Ferreira, fundador da Silver Hub, aceleradora especializada na economia prateada e organizador do Inova Silver, evento que reuniu cerca de 410 pessoas agora em outubro, em São Paulo, para discutir o envelhecimento da população e as oportunidades.

 

Um gigante de trilhões

A falta de atenção ao tema é imensa, uma vez que só em 2024 o consumo da população 50+ correspondeu a R$ 1,8 trilhão, ou 24% do consumo privado no Brasil. Em duas décadas, prevê-se que esse valor dobre, chegando a R$ 3,8 trilhões, e até 2044 represente 35% do consumo domiciliar privado, de acordo com Cléa Klouri, sócia-fundadora da Data8, consultoria de inovação para negócios 50+ e responsável pela compilação dos dados sobre o setor.

O Agelab (programa de pesquisa sobre 50+ ligado ao MIT) indica que a população envelhecida já representa quase um novo continente emergindo no oceano, com mais de 1 bilhão de consumidores em todo o mundo, ávidos por produtos que atendam suas demandas específicas.

Todo esse movimento cria o que muitos já chamam de “Silver Money”, a força econômica formada por pessoas com mais de 50 anos e ainda invisível para uma parte do mercado, mas com capacidade de moldar vários mercados, como explica Klouri.

 

Movimento lento das empresas

Segundo Ferreira, algumas empresas no mundo, especialmente as europeias, já perceberam a transformação e instruem subsidiárias latino-americanas a adaptarem portfólios para essa faixa etária. No Brasil, o especialista cita exemplos concretos de empresas que já estão aproveitando a ‘onda cinza’, tais como Prevent Senior e MedSenior, que nasceram com foco na população madura, bem como seguradoras como a Mapfre e os bancos Mercantil e BMG, que lançaram produtos específicos para idosos.

No setor imobiliário, também já se vê um começo de esforços para ir além da construção convencional, com apartamentos adaptados, ambientes seguros e serviços integrados que facilitem o envelhecimento no próprio lar. “Porque já se sabe que o melhor lugar para envelhecer é a nossa casa, desde que essa casa seja pensada para nós”, disse Ferreira.

Com quatro anos de atuação, a Silver Hub já identificou cerca de 140 startups focadas em longevidade e atualmente apoia nove delas com mentorias, governança e conexões. Metade dessas atua em saúde e bem-estar, e outras nas áreas financeira, patrimonial e digital. Um dos cases apoiados, Tech Balance, permite acompanhamento remoto de exercícios via app, por exemplo, segundo Ferreira.

 

Representatividade

Segundo a representante da Data8, o levantamento mostrou que 75% dos entrevistados disseram não se ver representado em campanhas publicitárias, por exemplo. Além disso, 45% afirmam que produtos não são desenvolvidos considerando suas necessidades específicas. O público maduro, ao contrário do que se pensa, é muito conectado, muitos deles já estão em redes sociais, usam smartphone e participam digitalmente.

“Mas é preciso frisar também que o envelhecimento no Brasil é acelerado e desigual. O Brasil envelheceu rápido demais e, ao mesmo tempo, existem disparidades regionais e desigualdade de acesso à saúde, renda e serviços”, frisa Clea Klouri, da Data8.

 

Mercado de trabalho

Segundo Clea, as empresas precisam repensar não apenas seus produtos, mas também suas estruturas. Isso porque, com a queda da natalidade e o envelhecimento crescente, a capacidade de reposição da mão de obra diminui. “As empresas terão que repensar as contratações e aproveitar talentos mais maduros, talvez em projetos ou posições flexíveis, bem como promover treinamentos e reciclagem para quem quer seguir ativo. E, claro, combater o etarismo institucional e cultural”, afirma.

A especialista cita ainda outro desafio: a intergeracionalidade no mercado de trabalho, que terá os baby boomers, gerações X e Z tudo junto e precisando ser acomodado. “Empresas têm de aprender a lidar com todas elas para se tornarem mais competitivas”.

 

Empreendedorismo

A população 50+ também aparece com uma participação expressiva no empreendedorismo, criando negócios que conversam com suas próprias demandas e com as de seus pares. “É preciso que o mercado abandone essa visão míope sobre os 50+, desenvolvendo produtos e serviços que considerem as necessidades dessa população, que só aumenta em todo o mundo”, disse Ferreira.

 

 

Mais de 70 lideranças da propaganda gaúcha participam do lançamento da imersão em IA promovida pelo Sinapro-RS em parceria com a Trezion

 

Inscrições para a capacitação tecnológica das agências do Rio Grande do Sul estão abertas. As aulas, online e ao vivo, iniciam em outubro e vão até janeiro de 2026

Mais de 70 lideranças da propaganda gaúcha estiveram reunidas na noite de quinta-feira (23/10), no Eat Kitchen do Cais Embarcadero, em Porto Alegre, para acompanhar o lançamento da imersão em Inteligência Artificial (AI) promovida pelo Sistema Nacional das Agências de Propaganda do Rio Grande do Sul (Sinapro-RS), em um movimento liderado pela entidade para a qualificação e atualização das agências gaúchas com a tecnologia que está transformando a publicidade, os negócios e a vida das pessoas. Em um dos maiores investimentos da sua trajetória de 47 anos, o Sinapro-RS está oferecendo um ciclo completo de treinamento e capacitação em IA para que todas as agências associadas possam se atualizar com as inovações tecnológicas. A iniciativa reforça o compromisso da entidade com o desenvolvimento do mercado criativo gaúcho.

O evento de lançamento da imersão contou com a presença de dois sócios da Trezion, consultoria que será responsável pela condução da capacitação trazendo na bagagem amplo know-how no segmento. A Trezion é especializada em Inteligência Artificial para a indústria criativa, comunicação, publicidade e marketing, reconhecida por acelerar a transformação digital de agências com modelos estruturados de treinamento e estratégia, já tendo prestado serviços e treinamentos para grandes agências brasileiras e o Sistema Sinapro/Fenapro nos estados do Rio de Janeiro e Ceará.

Juliano Brenner Hennemann, presidente do Sinapro-RS, abriu o evento lembrando que a iniciativa de trazer uma capacitação completa para aprofundar os conhecimentos das agências gaúchas em IA surgiu de pesquisas e dos temas debatidos no Frente a Frente, principal fórum de lideranças do mercado criativo gaúcho. “Essa demanda apareceu como muito forte no nosso mercado que está passando por um momento de grandes e desafiadoras transformações. Fomos, então, mapear as consultorias em IA do país e a Trezion se mostrou a melhor solução para o nosso segmento. A nossa diretoria se dedicou muito para trazer o melhor para que possamos fortalecer e colocar as agências do Rio Grande do Sul em altíssimo nível para competir com força total com todo o Brasil”, destacou.

 

Imersão em formato de coparticipação

O presidente do Sinapro-RS também apresentou os custos da imersão, que será feita em formato de coparticipação, com 50% de subsídio da entidade, sem limite de participantes por agência – mais um importante benefício oferecido aos associados. O restante do valor da coparticipação será proporcional à categoria de cada agência. “O esforço representa um investimento significativo que estamos fazendo para preparar as agências gaúchas para a nova era da criatividade e da gestão potencializada pela tecnologia. Quem está a fim de entrar nesta jornada?”, convidou.

Na sequência, Eduardo Grandelle e Paulo Krenac, sócios e professores da Trezion, apresentaram e detalharam o conteúdo e a dinâmica do curso, respondendo às dúvidas das lideranças presentes. A capacitação em IA terá cinco cursos ou módulos imersivos, totalizando 36 horas de carga horária entre conceitos e práticas. O ciclo de capacitação será na modalidade online, ao vivo, com aulas de 28 de outubro de 2025 até o final de janeiro de 2026, incluindo trilhas vitais para o negócio da comunicação, entre elas Liderança em IA (8h), Imersão em IA (10h), Mídia e Dados com IA (6h), Criação com IA (6h) e Planejamento com IA (6h).

Os consultores reforçaram a importância da iniciativa do Sinapro-RS em promover esse ciclo de atualização para o mercado gaúcho. “É um conhecimento que vai fazer a diferença no Estado. As agências precisam acompanhar essa tendência, que não é nem só para o Rio Grande do Sul, é mundial. Amadurecer o mercado gaúcho com o uso de Inteligência Artificial vai trazer impacto e ganhos relevantes não só para a criação, mas também para a agilidade e melhoria da qualidade dos negócios e do mercado publicitário gaúcho como um todo”, destacaram Grandelle e Krenac. Eles também sinalizaram a importância de entender o que deve ser automatizado. “O que vai ser automatizado são tarefas repetitivas e de baixo valor, justamente para que os profissionais das agências possam se dedicar ao que realmente importa para o cliente e para o consumidor. Para que a publicidade tome para si a emoção e a criatividade, que são a parte mais importante do negócio.”

Agências interessadas na imersão em IA podem entrar em contato pelo e-mail gestao@sinaprors.com.br ou pelo WhatsApp 51 98918-3243.

 

 

Dove e Panvel promovem experiência de cuidado com a pele em Porto Alegre

A Panvel convida o público para o lançamento oficial da nova linha Óleo Sérum Corporal Dove, no dia de hoje. A novidade será apresentada em uma ação especial em frente à loja da rede no Shopping Iguatemi (Av. João Wallig, 1800), em Porto Alegre, das 10h às 22h.

Ao longo do dia, os visitantes poderão conhecer e experimentar os produtos, que combinam nutrição e cuidado com a pele por meio dos óleos, disponíveis em três versões – Tom Uniforme, Firmador e Hidratante. O evento também contará com a distribuição de cupons promocionais e, na compra de um Óleo Sérum Corporal, o participante receberá um robe personalizado.

Além das ativações abertas ao público, a ação contará com um encontro no Chefs Table, onde convidados influenciadores e formadores de opinião serão recebidos para vivenciar uma experiência exclusiva. É o segundo ano consecutivo em que a Dove apresenta novos produtos na Panvel, reforçando a parceria entre as marcas.

 

 

Brasil tem fragilidade estrutural e falta de foco em tecnologia

Por Osni Alves

 

O economista Marcos Lisboa acendeu o alerta para a vulnerabilidade estrutural da economia brasileira diante das mudanças globais.

Em entrevista ao Outliers Infomoney, o especialista afirmou que o Brasil sofre mais do que outros países em tempos de crise, refletindo uma combinação de baixa produtividade, instabilidade e falta de planejamento de longo prazo.

“O Brasil é frágil. Mudanças no mundo nos atingem mais. Poderíamos sofrer menos, mas a média do comportamento brasileiro mostra volatilidade extrema. Quando vem a crise, a queda do PIB é alta e frequente”, afirmou.

Para ele, o país ainda carece de um debate público maduro capaz de enfrentar questões estruturais. Ele defendeu o fim dos privilégios setoriais e subsídios pouco eficientes, cobrando uma revisão profunda das políticas de incentivo.

“Precisamos criar uma visão majoritária de que não dá para ter meia-entrada para diversos grupos. Vamos discutir se o BNDES, o Banco do Nordeste ou a Zona Franca de Manaus são necessários, ou se programas de subsídios regionais valem a pena” — Marcos Lisboa, economista.

O economista também apontou a influência de pressões corporativas e do funcionalismo sobre as decisões do poder público, o que, segundo ele, trava o desenvolvimento nacional.

“Decisões baseadas em demandas de grupos privados ou servidores geram desfuncionalidade. Isso mantém o país medíocre, com baixo crescimento, como outros da América Latina”, destacou.

Lisboa ainda lamentou a perda de relevância da indústria e da tecnologia no cenário nacional, apesar do avanço do agronegócio.

“Não gostamos de investir em tecnologia. Apoiar ciência, inovação e empreendedorismo não é parte da nossa cultura. Quando a empresa quebra, queremos salvar, mas não reconhecer quem deu certo” — Marcos Lisboa, economista.

 

Produtividade e inovação como caminhos para o crescimento

No episódio, apresentado por Clara Sodré e Fabiano Cintra, Lisboa reforçou a importância de repensar a agenda de produtividade e inovação do país. Segundo ele, há espaço para crescimento tecnológico, mas a cultura empresarial brasileira ainda resiste a investir em ciência e risco.

“Investir em tecnologia é apoiar ciência, inovação e empreendedor. Queremos salvar pequenas empresas, mas não incentivar quem acerta”, afirmou.

A discussão promovida abordou também a necessidade de alinhar políticas públicas com responsabilidade fiscal e competitividade global.

Para o economista, o debate sobre produtividade é inseparável da busca por estabilidade macroeconômica. Ele defendeu políticas voltadas à eficiência e à meritocracia, em detrimento do protecionismo que, segundo ele, perpetua o atraso.

O raciocínio de Lisboa ressoa entre investidores e gestores que enxergam na inovação tecnológica um divisor de águas para o futuro do país.

A lentidão em adaptar políticas públicas à nova economia, na visão dele, faz o Brasil desperdiçar oportunidades que outras nações emergentes vêm aproveitando.

 

Ouro, China e o termômetro global da desconfiança

Lisboa também analisou a recente valorização do ouro e de outras commodities raras, fenômeno que ele interpreta como um sinal de desconfiança crescente na economia global.

“Quando o preço desses ativos sobe, é sinal de que as expectativas sobre o futuro estão piores”, explicou.

Ele destacou ainda o reposicionamento da China, que vem reduzindo a compra de títulos da dívida americana e aumentando as reservas em ouro.

“O mundo vai usar outras formas de reserva de valor, vai criar outros termos de transacionamento entre os países”, alertou.

 

O impacto da inteligência artificial e o futuro incerto do trabalho

Ao abordar os efeitos da inteligência artificial, Lisboa ponderou que a tecnologia pode alterar profundamente o acesso à informação e o equilíbrio social.

“Quem não leu quase nada (de livros), com perguntas simples no computador (por IA), vai ter uma informação tão sofisticada quanto eu demorei 50 anos da minha vida para acumular”— Marcos Lisboa, economista.

Embora reconheça o potencial transformador da IA, o economista criticou interpretações apocalípticas e defendeu um olhar mais realista sobre suas consequências.

“É um mundo mais difícil”, concluiu, sinalizando que as mudanças tecnológicas exigirão políticas mais inteligentes, voltadas à qualificação e à adaptação do trabalhador.

 

 

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