USUÁRIO DE STREAMING GASTA MUITO TEMPO BUSCANDO O QUE ASSISTIR E TEM CANCELADO ASSINATURAS DE SERVIÇOS 30/08/2024

Young woman relaxing on the couch at home and watching videos on demand on her TV, entertainment concept

A presença massiva das plataformas de streaming é uma realidade na indústria de mídia e entretenimento global. Isso gera um cenário extremamente fragmentado e, por consequência, uma sensação de frustração para o consumidor. Segundo o estudo global “Reinvent for Growth”, desenvolvido pela Accenture, que ouviu mais de 6 mil consumidores e empresas em dez territórios com o objetivo de avaliar as ações e mudanças estratégicas no cenário de mídia global, procurar por conteúdo é um desafio. Os dados da pesquisa revelam que 54% das pessoas gasta no mínimo seis minutos tentando achar algo novo para assistir. No recorte do Brasil, 52% leva no mínimo seis minutos e 31% costuma gastar mais de dez minutos nessa busca. O estudo foi apresentado por Luis Bonilauri, managing director da Accenture, no congresso SET Expo nesta terça-feira, 20 de agosto.
A conclusão mais óbvia é que o ambiente atual requer adaptação, novas alternativas de receita e diferentes modelos de negócio. Até porque como efeito dessa hiper fragmentação, surgiu o fenômeno dos “canceladores em série”. O estudo identificou que um alto percentual da amostra cancelou assinaturas de serviços de streaming recentemente – 47% dos entrevistados cancelaram mais assinaturas em 2023 vs. 2022. Globalmente, 57% cancelou pelo menos uma assinatura. Entre os brasileiros, esse número sobe para 66%. Em paralelo a essa movimentação, que já é muito sentida pelas plataformas, os modelos de assinatura com anúncios, que têm valores mais baixos, se popularizaram cada vez mais, assim como os empacotamentos – sejam entre streamings ou até abarcando outros tipos de serviços. Todas ações visando reverter esse cenário e reter o consumidor.
Um dado alarmante trazido pela pesquisa sinaliza uma reviravolta competitiva na busca pela atenção do público: para 80% dos brasileiros, o conteúdo gerado por usuários é tão divertido quanto aquele produzido pela dita mídia “tradicional”. Globalmente, esse número é menor – 59% – o que evidencia como o mercado de criadores de conteúdo do Brasil é forte e observado com atenção tanto pelos produtores tradicionais quanto pelo mercado anunciante.
Posicionamentos das empresas de mídia
A pesquisa entende que, atualmente, as empresas de mídia estão se posicionando no ecossistema de conteúdo de três maneiras diferentes:
– Mercadores de Conteúdo, que são aquelas que criam e entregam conteúdos inovadores e cultivadores de audiência e são focadas em qualidade desses produtos – como exemplo, estão os estúdios tradicionais, que mantêm esse foco específico;

– Cultivadores de Audiência constroem audiências e identificam conteúdos para elas, que podem ser próprios ou adquiridos de terceiros – nesse caso, precisam dominar outras capacidades como monetização, marketing digital, gerenciamento de clientes, plataformas analíticas e ativação do ecossistema. Como exemplo, estão Disney, Netflix e NBCUniversal;

– E Agregadores de Audiência, que criam bundles de produtos e monetizam audiências em escala, também contando com conteúdos próprios ou de terceiros. Entre as competências necessárias aqui, estão conhecimento do cliente e entendimento de outros serviços que podem fazer parte da oferta. Estão nesse grupo empresas como Roku e Prime Video.
“Ações radicais exigem que as empresas pensem além de suas competências essenciais”, analisou Bonilauri. Nesse sentido, ele explicou que o ecossistema na atualidade demanda competências e capacidades principais, como outsourcing, desinvestimento, consolidação, bundle streaming e programas sem script; competências relacionadas, e aí entram novas funcionalidades como watch parties, atuação como agregados de notícias ou conteúdo kids, investimento em esportes ao vivo, FAST, assinatura de canal em app, e-Sports e exploração de IPs; e, por fim, novas competências não elaboradas. “São aquelas que, de forma mais radical, são diferentes do que está no core business das empresas”, explicou. Aí, as opções são praticamente ilimitadas: health tech, connected TV, games, casas de apostas esportivas, geração de áudio por IA, social video e conteúdo gerado por usuários e etc. “Existem muitas apostas e transformações acontecendo e as empresas estão todas preocupadas em sobreviver e achar novas oportunidades de negócios”, concluiu.

FONTE: (Tela Viva)

 

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