Nos artigos que publicamos hoje, você vai ler sobre, agência de cara nova, economia da impaciência, IA em desições estratégicas, o que nos torna humanos, maus líderes afastam talentos, novo recurso do Instagram, o que a GEN Z não gasta dinheiro, a diferença na industria automobilista entre BR e EUA e uma nova força de trabalho.
Lembramos que a Coluna do Nenê, com seus comentários, notas e opiniões voltará em março ou em alguma edição extraordinária. Até lá fique com os artigos que acreditamos serem os mais pertinentes ao mercado.
TUDO SE COMUNICA- Integrada abre 2025 de cara nova.
“Aqui na Integrada, cada movimento conta. As coisas andam, fluem e se desenvolvem a partir de um novo desafio dos nossos clientes. Internamente, a gente sabe que tudo funciona muito bem, mas isso precisa ser sinalizado para o mercado como valor”, assim comenta Fernando Silveira CEO da agência sobre o lançamento do novo conceito e da nova identidade visual da Integrada.
Assim como no dia a dia da agência, cada trabalho é resolvido com inspiração, competência e dedicação. Mas, nada disso funcionaria tão bem, sem processos bem definidos, sem uma lógica de como resolver as coisas: relacionamento, planejamento, digital, criação, mídia e produção se mobilizam pelas melhores ideias, pelas múltiplas soluções, por estratégias certeiras e produções impecáveis.
As múltiplas entregas como Consultoria de Comunicação, Operação de Publicidade e Propaganda e Controle de Ações e Ferramentas Digitais estão a serviço das marcas, produtos e serviços. Na integrada, a busca pelo melhor resultado é constante.
Ao completar 25 anos de mercado, a agência se renova atualizando sua marca e lançando uma campanha em redes sociais, mídia OOH e outros meios e plataformas. A letra “g” que é destaque na representação gráfica da identidade visual, foi totalmente redesenhada e adquire uma forma mais orgânica representando justamente um fluxo constante de ideias, trabalhos e entregas.
Afinal, o que é economia da impaciência?
Por Matheus Conci
Não era nada difícil prever essa tendência, uma vez que a personalização, as ofertas on demand e a omnicanalidade deram tanta opção para os consumidores se sentirem contemplados e sobrecarregados. O problema, segundo o relatório da Accenture, é que toda essa impaciência se espalhou por todas as áreas, e as pessoas não querem mais esperar muito para serem saudáveis, felizes ou realizadas economicamente.
A definição de economia da impaciência é que as pessoas estão procurando soluções rápidas para satisfazer sua crescente impaciência para alcançar seus objetivos de vida. Um dado que o material da Accenture traz é que 55% dos consumidores preferem soluções rápidas ao invés de métodos mais tradicionais, inclusive, dispostos a percorrer rotas mais arriscadas para alcançar sua meta de saúde ou finanças.
A principal recomendação para as marcas é um resgate dos conteúdos life hacks, formatos que valoriza dicas e orientações de coisas do dia a dia: 63,2% dos consumidores disseram que se inspiram nas mídias sociais com formatos que trabalham sobre como fazer coisas mais inteligentes – para quem tem entre 18 e 34 anos, é ainda mais, 74,1%.
O preço da lealdade
A impaciência faz o consumidor priorizar no curto prazo experiências que ele não tenha tempo, habilidade ou mesmo oportunidade financeira para fazer de um jeito mais tradicional. Isso abre precedente para que não só a disponibilidade seja um ativo importante mas o preço se torne ainda mais um fator decisivo de compra.
Uma das grandes dores de cabeça que isso gera para os profissionais de marketing e branding é o declínio da lealdade de marca, segundo a Forrester. O poder de reajustar os preços da Shein e Temu sempre para baixo tem atraído mais consumidores: entre as principais cinco razões pelas quais adultos dos EUA, Reino Unido e Austrália experimentam uma nova marca é ser “mais barato do que comprar de outras marcas”, por exemplo.
Outra manifestação dessa pouca importância com a lealdade é o fenômeno dos produtos dupe, que são semelhantes em design, aparência ou função aos mais sofisticados, mas a preços mais baixo. Embora 60% considere o preço ao invés da marca ao fazer suas compras, mais da metade (55%) dos compradores relataram comprar mais itens de marca própria, sem ser conhecida. Dessa forma, uma marca forte inspira confiança, e faz com que a compra seja sentida como uma escolha inteligente que atende às expectativas de qualidade pelo preço.
O presente do presente
Nós já falamos por aqui como a Geração Z e os Millennials tem olhado para o seu futuro, o que quer dizer, cada vez mais olhando para o seu presente. A impaciência é sobre aproveitar o tempo que resta, como fala o relatório de tendências da Dentsu 2025, já que o sentimento geral é que o dia de amanhã sempre reserva algo pior do que aconteceu hoje.
Dessa forma, as indulgências são a grande prioridade. Para 49% dos Millennials, por exemplo, viajar está na frente de outras conquistas, como se livrar de dívidas (42%), ter um lar (38%) ou formar uma família (24%). Sobre o último item, inclusive, para 47% desta geração, é algo muito difícil e fora do seu alcance, de modo geral.
E para bancar essas experiências, essas gerações recorrem mais a fontes extras de renda: segundo pesquisa no Reino Unido, 68% da GenZ opta por se dedicar a trabalhos paralelos. O mais grave, que o estudo mostra, é que nem sempre este valor é para uma poupança, mas para bancar custos essenciais, cujo salário principal muitas vezes não consegue cobrir. E daí, como já imaginamos, não sobra muito para planejar o futuro.
O poder dos pares
No seu relatório do Consumidor do Futuro 2025, a WGSN contempla 4 perfis que as marcas precisam estar familiarizadas. Em comum, cada vez mais desconfiados dos conteúdos digitais, os consumidores tem buscado marcas que tragam ofertas que ofereçam conveniência, gerada por pessoas mais próximas dos seus clientes.
E, em certa medida, isso deflagra uma reinterpretação no que se espera do marketing de influência. Um estudo na América Latina sobre o comportamento nas redes sociais revelou que o principal objetivo das campanhas com influenciadores é a criação de conteúdo gerado pelo usuário (56%), enquanto o aumento de vendas (23%) aparece em um distante segundo lugar. Dessa forma, marcas tem preferido trabalhar com nanoinfluenciadores (44%), perfis com até mil seguidores, para se conectar de forma mais autêntica com seus potenciais clientes.
O mesmo estudo ainda salienta que a queda de 20% na confiança em posts patrocinados de influenciadores entre 2022 (58,1%) e 2024 (37,7%) e o aumento de 77% na preferência do consumidor em ‘uma avaliação de um usuário regular que compartilha sua experiência com o produto’ em vez de ‘uma avaliação de um influenciador’ (7,6%), não deixam esconder o quanto os grandes influenciadores também deixaram os consumidores não só desconfiados, como cansados e perdidos no meio de tanta conversa.
Olha esses dados
83,4% dos brasileiros buscam avaliações de produtos de outros usuários, a maior porcentagem entre todos os países pesquisados da América Latina.
20% crescimento do formato “vídeos curtos” para 2025, ficando atrás apenas dos conteúdos gerados por IA. A queda de 12% para E-books e White Paper também corrobora nosso ponto de impaciência dos consumidores.
42% das mulheres norte-americanas estão preocupadas com os seus direitos. De modo geral, no mesmo estudo, as ansiedades persistem em torno da inflação (63%), uma recessão potencial (52%), e conflitos geopolíticos (48%).
77% dos usuários do TikTok assistem o que o algoritmo sugere, em vez de escolher consumir conteúdo dos criadores que eles seguem.
68% dos consumidores dizem se envolver mais com uma marca que os educasse por meio de blogs e vídeos.
Não é magia, é tecnologia
Por Fernanda Nascimento
A Nvidia é uma das empresas mais influentes no campo da inteligência artificial (IA), reconhecida por liderar avanços que estão moldando o futuro de diversos setores. Com uma história de mais de três décadas, a companhia destacou-se inicialmente pela inovação em aceleração computacional e, atualmente, é referência em soluções de IA que impactam mercados e indústrias.
Durante a NRF 2025, realizada em Nova Iorque, tive a oportunidade de entrevistar Guilherme Fuhrken, Retail & Telco Regional Sales Manager LATAM, na Nvidia. Ele destacou como a IA vem transformando o mercado de vendas, especialmente no segmento B2B, e compartilhou insights interessantes sobre o presente e o futuro das inovações digitais.
IA e decisões estratégicas
A NVIDIA desenvolve ferramentas que democratizam o acesso à IA, permitindo sua aplicação em diversas áreas. As soluções multimodais da empresa proporcionam interações intuitivas, como a possibilidade de consumidores utilizarem assistentes virtuais para personalizar experiências de compra. Um exemplo é o uso de imagens para simular decorações ou planejar compras, oferecendo conveniência e agilidade.
No mercado B2B, as aplicações são ainda mais relevantes. A IA contribui para melhorar previsões de vendas, otimizar a gestão de estoques e aumentar a eficiência operacional. Segundo Fuhrken, essas ferramentas não apenas automatizam processos, mas também fornecem dados de alta qualidade para tomadas de decisões estratégicas, beneficiando toda a cadeia de suprimentos.
O executivo também destacou as aplicações em assistentes de vendas baseados em IA. Esses sistemas auxiliam na previsão de tendências de consumo e na personalização de ofertas com base no comportamento do cliente, aumentando o ticket médio e reduzindo custos com logística reversa. A hiperpersonalização proporcionada por essas soluções gera impactos diretos na satisfação do consumidor e nos resultados das empresas.
Outro ponto relevante no atual estágio da IA é a necessidade de humanizar o uso da tecnologia. Fuhrken explicou que a IA não substitui o ser humano, mas complementa suas capacidades ao eliminar tarefas repetitivas. No atendimento ao cliente, por exemplo, a combinação de assistentes virtuais e atendentes humanos proporciona uma experiência mais eficiente e personalizada. A tecnologia oferece informações em tempo real, permitindo que os profissionais foquem em soluções criativas e na resolução de desafios complexos.
A sustentabilidade também é uma prioridade para a Nvidia. As tecnologias desenvolvidas pela empresa têm reduzido significativamente o consumo de energia em data centers, promovendo maior eficiência energética. Projetos como o Earth-2, que utiliza gêmeos digitais para prever eventos climáticos extremos, reforçam o compromisso da organização com metas ambientais e sociais.
Minha conversa com Guilherme Fuhrken reforçou a percepção de que a Nvidia não apenas acompanha as tendências tecnológicas, mas também lidera transformações que impactam diretamente o mercado global. A combinação de avanços em IA com uma abordagem consciente de humanização e sustentabilidade posiciona a empresa como protagonista em um futuro cada vez mais conectado, ágil e eficiente. Como Fuhrken ressaltou, não é magia, é tecnologia.
‘O que nos torna humanos? A resposta de hoje não é a mesma de três anos atrás’
Por Norberto Paredes
O que nos torna humanos?
É uma questão sobre a qual o neurocientista Rodrigo Quian Quiroga reflete em seu último livro Cosas que nunca creeríais: De la ciencia ficción a la neurociencia (“Coisas que você nunca acreditaria: da ficção científica à neurociência”, em tradução livre), publicado em 2024.
Um dos filósofos mais célebres da história, René Descartes, pensava que o que nos torna humanos era a glândula pineal — que, segundo ele, facilitava a comunicação entre o corpo e a mente.
E embora a ciência tenha descartado há muito tempo a ideia de que a mente é uma entidade diferente do cérebro, a questão permanece válida.
Para Quian Quiroga, não se trata de uma glândula nem de um órgão — mas, sim, de vários fatores que nos tornam humanos, como o bom senso ou a linguagem que desenvolvemos há 100 mil anos.
O físico argentino de 57 anos adverte em entrevista à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC, que é possível que a inteligência artificial alcance e supere a inteligência humana, mas afirma que não devemos ter medo dela, e muito menos pensar que a humanidade vai “acabar” em cenários de ficção científica, como os filmes O Exterminador do Futuro ou Planeta dos Macacos.
Quian Quiroga, que descobriu os “neurônios Jennifer Aniston”, também conhecidos como neurônios conceituais, é professor do ICREA no Instituto de Pesquisa do Hospital del Mar, em Barcelona, e foi diretor do Centro de Neurociência de Sistemas da Universidade de Leicester, na Inglaterra.
A BBC News Mundo conversou com ele no âmbito do Hay Festival, que acontece em Cartagena entre 30 de janeiro e 2 de fevereiro.
BBC News Mundo – A ciência está conseguindo o que parecia impossível há décadas. Há avanços observados na ficção científica que você teme que se tornem realidade?
Rodrigo Quian Quiroga – Muita gente tem medo dos avanços da inteligência artificial, porque acredita que cenários distópicos como o do filme de ficção científica O Exterminador do Futuro serão replicados.
Mas, pelo contrário, a inteligência artificial oferece muitas vantagens.
Pode ajudar em análises médicas, por exemplo. Não vai substituir um médico, mas pode servir como ferramenta para analisar imagens ou estudos.
Há alguns anos, ficamos surpresos com o fato de a inteligência artificial conseguir vencer os melhores jogadores de xadrez do mundo.
Mas hoje os mesmos jogadores de xadrez usam inteligência artificial para aprender a jogar xadrez ou melhorar.
Como acontece com toda tecnologia, a IA pode ser bem ou mal utilizada. É o ser humano quem decide.
BBC News Mundo – Mas a inteligência humana ainda é muito superior à IA na maioria dos aspectos. Será que algum dia ela será capaz de reproduzir a inteligência humana?
Rodrigo Quian Quiroga – Não há razão para supor que a IA não possa reproduzir a inteligência humana.
É algo que pode acontecer, mas faltam duas coisas à IA.
Primeiro, ela não tem o que é conhecido como inteligência geral, que é a capacidade de aprender novas tarefas em contextos completamente novos e sem treinamento.
É algo que fazemos o tempo todo: enfrentamos situações que são novas, usamos o bom senso e sabemos como reagir.
Explicado de uma forma mais simples, para replicar a inteligência humana, a IA precisa desenvolver um bom senso que ainda não tem e não sabemos como proporcionar a ela.
A outra coisa que falta a ela é a consciência da sua existência, que nós temos.
Não sei se isso pode ser alcançado dentro de dois anos, uma década ou dois séculos.
Mas, em princípio, não descarto que um computador não possa ter estes dois elementos, porque não há razão para que uma máquina não possa replicar o comportamento de um cérebro.
Isso é algo que parece distante por enquanto, pois não se sabe qual é o ingrediente que falta para que uma máquina seja consciente.
BBC News Mundo – Há um debate sobre se deveria haver um limite para o avanço dos computadores, e se eles poderiam um dia ultrapassar a inteligência humana. O que você acha?
Rodrigo Quian Quiroga – Isso é uma utopia. Não pode haver limite para o avanço dos computadores.
Na prática, é algo impossível de regular.
Qualquer pessoa pode desenvolver um algoritmo de IA em casa, com seu laptop. Você não precisa de um supercomputador da melhor universidade dos Estados Unidos para fazer isso.
Portanto, acredito que é impraticável impor limites aos avanços da IA.
Quanto a saber se vai ser capaz de ultrapassar a inteligência humana, acho que é provável que a IA ultrapasse a inteligência humana se conseguir ter inteligência geral, que é a capacidade de desenvolver o bom senso.
BBC News Mundo – Muitos têm medo disso, pois na ficção científica vemos como a tecnologia criada pelos seres humanos acaba nos dominando.
Rodrigo Quian Quiroga – A tecnologia não precisa nos dominar. Quando começamos a falar sobre essas coisas imaginamos cenários como o do filme O Exterminador do Futuro.
Mas não se trata de uma competição. Um computador não vai competir com os seres humanos pelos recursos de que eles precisam, como terra e alimentos.
O computador só precisa de energia, e isso é muito fácil de gerenciar.
Portanto, não vejo por que um computador precisaria entrar em guerra com um ser humano.
Não devemos temer a inteligência artificial, mas o que um ser humano pode fazer com ela.
A tecnologia não é boa nem ruim, mas sim o uso que os seres humanos fazem dela.
Uma coisa que me dá medo são os vídeos falsos ou deepfakes que as pessoas fazem, que podem ser usados para difamar outras pessoas.
Isso é possível hoje graças à IA, mas a culpa não é da tecnologia, mas de quem faz o vídeo falso.
BBC News Mundo – A descoberta dos neurônios Jennifer Aniston, também conhecidos como neurônios conceituais, mudou radicalmente sua carreira científica. O que o levou a esta descoberta?
Quiroga – Descobri esses neurônios após registrar neurônios individuais em seres humanos por meio de eletrodos implantados por razões clínicas para curar pacientes com epilepsia.
A primeira coisa que vejo é que há neurônios que respondem a conceitos específicos. Seja Jennifer Aniston, Halle Berry, Maradona, ou quem quer que seja.
Eles não respondem a detalhes, apenas ao conceito.
Ou seja, eles não respondem à aparência da pessoa em uma determinada foto, mas respondem à pessoa independentemente de como você a mostra.
Esta descoberta surpreendente foi a primeira etapa.
Na segunda fase, vimos como estes neurônios estão envolvidos na formação e codificação de memórias, como quando uma pessoa se lembrava de algo novo, esses neurônios conseguiam codificar memórias novas.
Mas a terceira etapa foi a mais interessante: percebemos que estes neurônios oferecem uma representação abstrata de memórias e pensamentos, algo que nunca foi visto em nenhum outro animal.
Depois de fazer experiências em macacos, ratos e outras espécies, até agora não foram encontrados neurônios deste tipo, e defendo que nunca os encontraremos. Para mim, estes neurônios são exclusivos dos seres humanos.
Eles são a base da inteligência humana, que é muito mais abstrata e de alto nível em comparação com a de um macaco ou outro animal.
BBC News Mundo – Há alguns anos, dizia-se que as máquinas só podiam responder a rotinas escritas por um usuário e, em princípio, não podiam pensar por si só. Será que a ciência está mudando isso?
Rodrigo Quian Quiroga – O que é fascinante sobre a IA é que dizer que as máquinas apenas respondem a rotinas escritas era algo verdadeiro há dez anos, mas não é verdade hoje, graças aos avanços que foram feitos.
Atualmente, questiono isso. Não se pode mais dizer que a máquina responde apenas a códigos ou rotinas escritas por um usuário
Hoje, você pode fazer com que uma máquina aprenda e comece a responder não apenas com base em determinadas regras, mas com base em tudo o que ela aprendeu treinando a si mesma.
Neste sentido, não é mais tão diferente do ser humano.
BBC News Mundo – Há cientistas que afirmam que o cérebro também é, no fundo, uma máquina. Você concorda?
Rodrigo Quian Quiroga – Sim. É o que em filosofia se chama materialismo.
Baseia-se no fato de que a atividade, os pensamentos, os sentimentos, as emoções são nada mais nada menos do que a atividade dos neurônios.
O substrato de tudo se deve ao disparo dos neurônios.
Não se trata de algo mágico ou de a mente estar dissociada do cérebro, como afirmou René Descartes séculos atrás.
BBC News Mundo – Então, quais são as diferenças fundamentais entre a inteligência de um ser humano e a de um computador?
Quiroga – Em relação ao substrato material, não há diferenças entre a inteligência de um ser humano e a que um computador poderia chegar a ter.
Nosso cérebro funciona por meio de conexões entre neurônios, e a base dos neurônios, a base da vida, é o carbono.
Uma máquina funciona por conexões, transistores ou circuitos. E a base disso é o silício.
Então, não vejo por que algo feito com carbono não pode ser replicado com silício ou por que algo feito com silício não pode replicar o que foi feito com carbono.
Mas o que falta à IA é algo que já disse antes: falta a ela desenvolver inteligência geral e consciência da sua existência.
BBC News Mundo – No livro, você também aborda a consciência animal. Dada a pouca diferença entre o DNA dos seres humanos e o dos primatas superiores, você acha que ainda é possível que os animais um dia reproduzam a inteligência humana?
Rodrigo Quian Quiroga – Pode-se dizer que o DNA dos primatas é muito parecido com o DNA humano.
O cérebro humano é três vezes maior que o de um chimpanzé.
As evidências sugerem que a diferença não está ligada ao DNA — mas, sim, que há algo anatomicamente no cérebro humano que é irreproduzível.
Em outras espécies, o substrato é muito parecido, mas a diferença é que ele funciona de forma distinta.
É como se estivéssemos comparando dois computadores, um deles um pouco maior que o outro, mas aquele que é um pouco maior é infinitamente mais poderoso que o menor.
Assim, pode-se dizer que a diferença entre o cérebro humano e o de outras espécies não está ligada às suas características fisiológicas — mas, sim, ao fato de funcionar de forma diferente.
BBC News Mundo – Já houve tentativas de ensinar coisas aos primatas sem muito sucesso. O que aconteceu exatamente, e o que torna difícil ensiná-los?
Rodrigo Quian Quiroga – Muitas experiências foram feitas nas quais os chimpanzés foram educados desde pequenos, como se fossem bebês humanos.
Mas chega um momento em que a inteligência do ser humano dispara, e a do primata permanece estagnada.
A diferença entre o homem e os outros animais é que os seres humanos vêm evoluindo com a linguagem há cerca de 100 mil anos.
Ao usar a linguagem, pensamos com abstrações, porque todo substantivo é uma abstração; palavras são abstrações da realidade.
O primata não tem isso.
O macaco não tem linguagem. Ele guincha, tem uma maneira de se comunicar, mas não atribui palavras às coisas ao seu redor.
Pensar de uma maneira mais abstrata e 100 mil anos de evolução com o uso da linguagem são coisas que abriram caminho para a criação de neurônios conceituais.
BBC News Mundo – Então a linguagem é outra coisa que nos define como espécie, além da mente, do bom senso e da consciência…
Quiroga – Sim, mas um macaco também pode ter bom senso.
Ele pode saber que há algo que não deve fazer, e prever que existe um perigo.
Seu bom senso não tem o nível de sofisticação que a inteligência geral do ser humano tem, mas pelo menos tem um bom senso, algo que as máquinas ainda não têm.
As máquinas confundem, te enganam de certa forma, porque são imbatíveis em tarefas muito específicas.
Se você colocar uma máquina para jogar xadrez, ela é imbatível, mas esta mesma máquina não consegue reconhecer rostos.
Não pode sair para a rua e se virar sozinha, se você a colocar em um corpo. Ela só sabe jogar xadrez, e nada mais
BBC News Mundo – Que grande desafio a neurociência enfrenta neste momento?
Rodrigo Quian Quiroga – No epílogo do livro, falo sobre como não só a neurociência está mudando, mas a filosofia também, e muito rápido.
Há uma revolução e uma mudança de paradigma.
Acho que o desafio que a neurociência enfrenta é que ela está no meio de uma revolução, está se refundando, mas grande parte da ciência e do pensamento humano também está na mesma situação.
Você se pergunta: o que nos torna humanos? Mas a resposta que você dá hoje não é a mesma que você dava há três anos.
A diferença entre um humano e um androide não é tão óbvia, porque há coisas que antes eram atribuídas exclusivamente aos humanos, mas hoje vemos que as máquinas também podem fazer.
Então, acredito que os desafios não são apenas tecnológicos e de experimentos específicos, mas são muito mais profundos, porque é assim que estamos repensando as grandes questões da história da humanidade.
O que nos torna humanos? O que é consciência?
Há muitas perguntas que achávamos que não poderiam ser respondidas, e hoje estamos começando a responder.
Ou são perguntas que achávamos que já tínhamos respondido, mas agora estamos mudando a maneira de ver as coisas e repensando o que achávamos que sabíamos antes.
BBC News Mundo – Que avanços vistos na ficção científica você considera impossíveis de tornar realidade?
Quiroga – Acredito que a possibilidade de ser imortal, de prolongar a vida após a morte, é impossível.
Você pode acreditar que existe vida após a morte, por uma questão religiosa, e isso é aceitável.
Mas acho que é impossível prolongar a vida por meio de um dispositivo de IA. Acredito que a partir do momento em que você morre, sua vida na Terra acaba.
Se existe vida após a morte ou não é uma questão de fé, mas não acredito que a ciência possa te eternizar.
Maus líderes afastam talentos: veja 5 sinais de que algo está errado na gestão
Por Christian Stahler Padilha
A liderança vai muito além de ocupar um cargo de chefia. Um verdadeiro líder inspira, orienta e motiva sua equipe, criando um ambiente produtivo e saudável. Entretanto, nem sempre isso acontece. Alguns comportamentos podem transformar a rotina dos colaboradores em um verdadeiro desafio, comprometendo os resultados e o bem-estar da equipe.
Quando certas atitudes se tornam frequentes, os impactos são visíveis: desmotivação, alta rotatividade e queda na produtividade. Para identificar esses sinais e evitar problemas, confira cinco características que marcam um mau líder.
Comportamentos que identificam um mau líder
Maus líderes desmotivam e geram alta rotatividade. Compreender esses comportamentos ajuda a evitá-los. (Foto: Canva Pro)
- Falta de comunicação clara
Um líder que não se expressa de forma objetiva gera confusão e insegurança na equipe. Quando as expectativas não são bem alinhadas, os colaboradores podem acabar sobrecarregados ou sem entender suas reais funções no time.
Além disso, a ausência de um canal aberto para dúvidas e sugestões reduz a confiança e a colaboração. Sem um diálogo eficiente, o trabalho em equipe torna-se desorganizado e menos produtivo.
Nesse cenário, reuniões mal planejadas, instruções vagas e mudanças repentinas sem explicação fazem com que os funcionários se sintam desvalorizados e frustrados.
- Falta de reconhecimento
Todos gostam de ter seu trabalho valorizado, e um bom líder sabe reconhecer os esforços da equipe. Contudo, quando esse reconhecimento não acontece, os funcionários podem perder o entusiasmo e se sentir apenas mais um número dentro da empresa.
A falta de feedback positivo desestimula o crescimento profissional e pode levar à desmotivação. Pequenos gestos de valorização fazem toda a diferença para manter um ambiente de trabalho mais positivo.
Além disso, líderes que nunca elogiam, mas cobram constantemente, geram um clima de pressão excessiva. Isso pode resultar em aumento do estresse e, a longo prazo, na perda de bons talentos.
- Centralização excessiva de decisões
Um dos piores erros na liderança é acreditar que somente o chefe sabe a melhor forma de conduzir um projeto. Quando um líder não delega responsabilidades, ele se sobrecarrega e reduz a autonomia dos colaboradores.
A centralização de tarefas faz com que a equipe se sinta sem voz e sem oportunidades de crescimento. Isso impede que novas ideias sejam exploradas e limita a inovação dentro da empresa.
A confiança no time é essencial para um ambiente de trabalho equilibrado. Quando os colaboradores têm liberdade para agir, eles desenvolvem mais iniciativa e comprometimento com os resultados.
- Falta de empatia com a equipe
Liderar não é apenas cobrar metas e entregar resultados. Um bom líder entende que sua equipe é formada por pessoas, cada uma com desafios e necessidades. A falta de empatia pode fazer com que os colaboradores se sintam apenas peças descartáveis.
Ignorar dificuldades pessoais, desconsiderar o equilíbrio entre vida e trabalho e não oferecer suporte nos momentos difíceis são atitudes que afastam os funcionários e reduzem a motivação.
O bem-estar do time deve ser uma prioridade. Quando um líder demonstra compreensão e apoio, ele constrói um ambiente mais humano e produtivo.
- Dificuldade em ouvir críticas
Por fim, líderes que não aceitam feedbacks e ignoram opiniões contrárias acabam isolados em suas próprias decisões. Quando um chefe se fecha para sugestões, ele perde a chance de evoluir e melhorar sua gestão.
Além disso, o medo de represálias faz com que os funcionários evitem apontar problemas ou sugerir melhorias. Isso pode levar a falhas que poderiam ser evitadas com um simples diálogo aberto.
Lembre-se: a liderança exige humildade e aprendizado contínuo. Estar aberto a críticas e disposto a mudar é essencial para construir um time forte e motivado.
Instagram solta novo recurso e disputa com TikTok
Por Redação O Antagonista
Com o TikTok enfrentando desafios regulatórios nos Estados Unidos, a Meta está estrategicamente posicionada para fortalecer seus serviços, particularmente no Instagram. Recentemente, a companhia iniciou testes com uma nova funcionalidade muito esperada pelos usuários: a habilidade de pausar vídeos Reels. Esse desenvolvimento ocorre num momento em que o TikTok passa por possíveis mudanças, impactando o cenário de redes sociais no país.
Atualmente, a pausa nos vídeos está sendo testada por um grupo restrito de usuários, sem previsão de lançamento para todos. Até então, os usuários do Instagram precisavam tocar e segurar a tela para pausar vídeos, um processo menos direto comparado ao TikTok, que permite pausas com um simples toque. Essa inovação do Instagram é vista como um movimento deliberado da Meta para atrair usuários insatisfeitos com a situação do TikTok.
Desafios e Incertezas que Cercam o TikTok
A incerteza do TikTok nos EUA advém de uma legislação assinada pelo ex-presidente Joe Biden, que exige que o TikTok se desassociem da ByteDance, sua controladora chinesa, ou seja vendido a uma empresa americana até janeiro de 2025. Com pouca evolução nessa área, o aplicativo enfrentou quedas temporárias, representando o aumento da pressão regulatória sobre a plataforma.
Depois que Donald Trump assumiu a presidência, o prazo para conformidade foi estendido em 75 dias, concedendo ao TikTok uma oportunidade extra para ajustar sua situação. No entanto, o aplicativo ainda está banido das lojas virtuais da Apple e do Google nos EUA, embora continue acessível para usuários já existentes no país.
A Estratégia da Meta Frente à Incerteza
A Meta, que controla o Instagram e Facebook, está aproveitando este período de incerteza para inovar e solidificar suas plataformas. Além do recurso de pausa nos Reels, a empresa está preparando o lançamento de um novo aplicativo de edição de vídeos, o Edits, projetado para competir com o CapCut da ByteDance. Estas iniciativas mostram a rapidez com que a Meta se adapta às flutuações do mercado.
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, expressou sua confiança no crescimento contínuo do Reels, independentemente do resultado final para o TikTok nos EUA. Isso mostra o compromisso da empresa em diversificar e melhorar suas ferramentas para manter sua posição em um setor digital altamente competitivo.
Possíveis Compradores Americanos para o TikTok
Diante das exigências de uma maior participação americana no TikTok, diversos potenciais compradores surgiram. Empresas como a Microsoft estão em conversações para explorar a viabilidade de adquirir o aplicativo. Além disso, investidores como Frank McCourt e Kevin O’Leary, conhecido por sua atuação no Shark Tank, expressaram interesse.
Essas movimentações sinalizam que, além das questões regulamentares, há um reconhecimento do valor econômico que o TikTok possui, incentivando participantes do mercado a buscar formas de sua continuidade nos EUA através de soluções viáveis que atendam às exigências legais.
O cenário atual das redes sociais nos EUA é dinâmico, com empresas como a Meta adaptando-se e inovando para aproveitar as oportunidades emergentes. À medida que as questões envolvendo o TikTok se definem, a habilidade estratégica desses gigantes tecnológicos continuará a influenciar o futuro digital do país.
Coisas com as quais geração Z não gasta dinheiro, mas os Boomers ainda consomem
Por Lorena de Sousa
As diferenças entre os Boomers e a geração Z são notáveis, especialmente quando se trata de hábitos de consumo. Diversos fatores estão ligados a essas mudanças de comportamento, mas a evolução da tecnologia desempenha um papel crucial no processo.
Enquanto os Boomers, nascidos entre 1950 e 1964, mantêm práticas tradicionais, a Geração Z, nascida entre 1995 e 2010, adota abordagens mais modernas e digitais.
Os mais jovens têm redefinido suas relações de consumo, optando por alternativas mais flexíveis e tecnológicas. Enquanto isso, os Boomers mantêm hábitos enraizados, destacando a transformação dos padrões ao longo das gerações.
Coisas que os Boomers consomem e a geração Z não
Existe uma série de produtos e serviços com os quais os nascidos entre 1950 e 1964 ainda gastam dinheiro e que ainda fazem sentido para as gerações seguintes.
Porém, outros deixaram de ser consumidos por quem nasceu entre 1995 e 2010. Veja exemplos do segundo caso.
Mídia televisiva
A televisão a cabo continua popular entre os Boomers, que assistem em média 111 minutos diários. Já a Geração Z opta pelo streaming, assistindo apenas 47 minutos de TV por dia.
O consumo de televisão tem diminuído ao longo dos anos, especialmente entre os jovens.
Assinaturas e mídias
Os Boomers ainda valorizam assinaturas de revistas e jornais impressos, enquanto a Geração Z prioriza o conteúdo digital, consumindo informações online.
Dados revelam que os Boomers gastam menos de US$ 100 em assinaturas mensais, enquanto a Geração Z investe mais em serviços de streaming.
Jogos de loteria
Bilhetes de loteria são populares entre os Boomers, com 38% participando ativamente. Para a Geração Z, apenas 1% mostrou interesse em jogos de loteria em um ano.
Comunicação e telefonia
Muitos lares de boomers mantêm telefones fixos, enquanto a Geração Z prefere a comunicação por mensagens.
Apenas 25% dos jovens atendem chamadas, segundo pesquisa da BBC, sendo as mensagens de texto e voz o principal meio de interação para os mais jovens.
Compras e imóveis
Enquanto os Boomers apreciam lojas físicas, a Geração Z prefere compras online. As compras anônimas são mais valorizadas pelos mais jovens, mas os mais velhos não abrem mão da interação humana.
Além disso, os boomers investem em imóveis e timeshares, enquanto a Geração Z busca viagens flexíveis e acessíveis, como Airbnb. A flexibilidade é a prioridade para os jovens.
A evolução tecnológica molda os hábitos de consumo das gerações. Enquanto os Boomers mantêm práticas tradicionais, a Geração Z valoriza flexibilidade e inovação, refletindo uma mudança significativa na forma como diferentes gerações abordam o consumo.
Enquanto no Brasil os carros só ficam piores e mais caros, nos EUA as montadoras estão se esforçando para criar versões mais acessíveis
Por Eber do Carmo
As montadoras, lá nos Estados Unidos, estão respondendo às crescentes preocupações com a acessibilidade dos veículos ao ampliar suas ofertas de modelos mais baratos.
Algumas estão trazendo de volta versões básicas que haviam sido descontinuadas, enquanto outras criam edições especiais com foco no custo-benefício para manter os clientes dentro de suas marcas.
Durante o NADA Show em Nova Orleans, Ford, Mini, Mitsubishi e Ram informaram aos concessionários que pretendem ampliar a oferta de veículos mais acessíveis.
Marcas como Chevrolet, Chrysler e Volkswagen já adotam medidas semelhantes para equilibrar o impacto dos preços elevados dos automóveis.
A Ford anunciou o retorno da versão de entrada do Bronco para 2025 e uma nova campanha publicitária para os modelos Maverick e Bronco Sport, que estão entre os mais acessíveis do portfólio.
A empresa também pretende aumentar a produção da versão STX do F-150 e das variantes mais simples do Escape e do Explorer, garantindo mais opções econômicas nas concessionárias.
A Mitsubishi estuda reduzir o preço do Outlander Sport e lançar uma versão mais acessível. A Ram pretende expandir a oferta de versões de entrada do Ram 1500, seu modelo mais popular.
A necessidade dessas mudanças se dá pelo aumento dos custos de financiamento. Embora o preço médio dos carros tenha caído um pouco desde o pico em 2022, ele ainda gira em torno de 46.400 dólares, segundo a J.D. Power.
No entanto, as prestações mensais continuam subindo e atingiram um recorde de 756 dólares em dezembro, o que tem afastado consumidores mais jovens do mercado.
Em 2023, apenas 17,6% dos compradores tinham menos de 35 anos, uma queda significativa em relação ao período pré-pandemia.
A Ford busca equilibrar sua linha com modelos mais acessíveis, incluindo um novo picape elétrico médio previsto para 2027. Enquanto isso, a empresa aposta no aumento da produção de versões mais baratas dos modelos atuais.
Kaffl explicou que os revendedores têm solicitado mais unidades do F-150 STX, que custa cerca de 40% menos que o F-150 Platinum. Além disso, a Ford está analisando a demanda regional para ajustar a oferta.
Na Flórida, há maior interesse pelos F-150 híbridos, enquanto no Texas os consumidores preferem versões 4×2 com maior capacidade de reboque.
Outras montadoras também estão vendo sucesso com modelos mais baratos. A Volkswagen lançou a edição especial Wolfsburg Edition do Tiguan, que rapidamente passou a representar 6% das vendas do modelo em apenas três meses.
Essa versão custa 32.420 dólares, cerca de 600 dólares a menos que a versão SE, oferecendo um bom custo-benefício.
Na General Motors, a Buick viu os modelos Encore GX e Envista se tornarem seus best-sellers, com o Envista triplicando suas vendas. O crossover tem atraído compradores mais jovens, especialmente recém-formados.
A GMC lançou o novo Terrain 2025 diretamente na versão Elevation, que custa 31.395 dólares, sem oferecer inicialmente a versão topo de linha Denali.
A Chevrolet aposta forte no segmento abaixo dos 30 mil dólares com os modelos Trax, Trailblazer e Equinox. O Trax, que foi descontinuado em 2022 e retornou em 2024 com um novo design, teve o maior crescimento de vendas entre os modelos a gasolina da Chevrolet no último ano.
A versão mais cara do Trax custa apenas 25.395 dólares, tornando-o um dos SUVs mais acessíveis do mercado. O Equinox, renovado recentemente, parte de 29.995 dólares e foi o único modelo da Chevrolet a superar o Trax em vendas.
Scott Bell, vice-presidente da Chevrolet, destacou que a acessibilidade é um dos pilares da marca e que a linha atual de modelos reflete esse compromisso. A estratégia tem sido eficaz, ajudando a manter as vendas em alta mesmo em um cenário econômico desafiador.
Diante da crescente preocupação com os preços dos veículos, as montadoras estão se adaptando para oferecer mais opções acessíveis, seja trazendo de volta versões básicas, reduzindo preços ou lançando edições especiais voltadas para custo-benefício.
Essa movimentação pode ser essencial para manter a competitividade e atrair novos consumidores em um mercado cada vez mais seletivo.
Geração Z, Geração Alfa e Geração IA: conheça a nova força de trabalho
Por Mitel
Os “miúdos estão bem” – pelo menos, é o que esperam os líderes empresariais à medida que a Geração Z e a Geração Alfa começam a ocupar o seu lugar na força de trabalho. À medida que os “boomers” se reformam e os “millennials” passam a ocupar cargos de chefia, as novas gerações estão a definir o padrão para o futuro do trabalho.
Estes jovens trabalhadores, cujos anos de formação foram marcados pela COVID-19, vêm para o trabalho com expectativas e valores muito diferentes dos seus antecessores. São apaixonados e conhecedores de tecnologia, mas a sua experiência remota significa que podem ter perdido oportunidades de desenvolver competências fundamentais e relações profissionais da mesma forma que os seus colegas mais experientes.
São também as primeiras gerações que cresceram com acesso constante à Internet e os membros mais jovens da Geração Alfa não se lembrarão de uma época anterior à inteligência artificial (IA) generativa. A crescente proeminência da IA e das comunicações unificadas e da tecnologia de colaboração no local de trabalho desempenhará um papel fundamental na sua experiência profissional.
Quem são a Geração Z e a Geração Alfa?
A Geração Z é definida como os nascidos entre 1995 e 2012, o que significa que os mais velhos já estão a trabalhar e os mais novos estão no ensino secundário. Entretanto, as datas de nascimento dos Alfas variam entre 2013 e 2025, o que significa que os membros da geração mais recente estão a nascer e os mais velhos estão a começar a ganhar experiência profissional através de estágios e empregos a tempo parcial.
Até ao final de 2025, a Geração Z terá ultrapassado firmemente os boomers na força de trabalho e continua no bom caminho para ultrapassar os millennials até 2040. Entretanto, a geração Alfa ultrapassará os dois mil milhões de membros este ano, solidificando o seu estatuto como a maior geração da história.
As gerações Z e Alfa são nativos digitais – cresceram com smartphones e tablets. Sempre tiveram ferramentas de informação e comunicação na ponta dos dedos e sentem-se incrivelmente à vontade para experimentar a IA e a tecnologia mais recente.
O seu estilo de trabalho orientado para os valores é muito influenciado pelas suas experiências de infância. Têm uma grande consciência do ambiente e da justiça social. Motivados por um sentido de propósito, é mais provável que assumam o controlo das suas carreiras, mudando frequentemente de empresa ou trabalhando em várias funções a tempo parcial para obterem a flexibilidade que desejam.
O impacto da Geração Z e da Geração Alfa no mundo do trabalho
À medida que cada vez mais membros da Geração Z entram no mercado de trabalho, têm dificuldade em conciliar as suas expectativas de trabalho com as dos seus empregadores. As empresas estão preocupadas com a experiência, o profissionalismo e a ética de trabalho da Geração Z, sendo que 36% dos gestores de contratação admitem ter preconceitos em relação à idade dos seus contratados mais jovens.
Os anos de escola e trabalho à distância significam, de facto, que a Geração Z pode ter de recuperar o atraso quando se trata de navegar no ambiente de trabalho. No entanto, a linguagem profissional e o vestuário de trabalho – outrora os elementos básicos do escritório – já não são o status quo no novo local de trabalho. A nova abordagem ao trabalho é um pouco mais pessoal e menos tradicional. As videoconferências tornaram-se muito mais informais nos últimos anos, e outras ferramentas de comunicação, como os chats de equipa, fazem com que o trabalho pareça mais uma extensão da vida quotidiana.
Depois de passar tanto tempo de formação online, a Geração Z está a procurar ganhar experiência no escritório físico. De facto, 74% preferem um horário híbrido e apenas 11% preferem ficar completamente à distância. Estão ansiosos por experiências que não podem ser replicadas online, como a colaboração presencial, a orientação e a cultura do escritório.
Apesar das preocupações dos seus gestores, 64% da Geração Z diz que gosta do seu trabalho e 81% acredita que é um bom trabalhador. As suas atitudes descontraídas desmentem a sua paixão e resiliência, e uma vida inteira nas redes sociais significa que são a geração mais bem conectada de sempre. A futura força de trabalho da Geração Z (e da Geração Alfa que virá) será muito unida, socialmente motivada e tecnologicamente avançada.
Enquanto os seus colegas mais velhos tiveram de aprender a enviar mensagens de texto, as novas gerações praticamente nasceram com telemóveis nas mãos. Podem não saber enviar um fax, mas a Geração Z e a Geração Alfa são especialistas no mundo virtual. Sentem-se à vontade (se não mesmo ansiosos) para trabalhar à distância, passando sem problemas da conversa em grupo para as videochamadas enquanto colaboram entre plataformas.
Embora os líderes possam estar preocupados com a contratação de Gen Zers e Alfas, devem abraçar os seus pontos fortes. Se lhes forem dadas as ferramentas certas e o espaço para crescerem, estes novos colaboradores, conhecedores da tecnologia e orientados para os objectivos, têm o potencial de impulsionar as empresas para o futuro.
IA generativa, conheça e geração AI
Cada geração adotou uma nova tecnologia à medida que esta foi sendo desenvolvida: Os “Boomers” tinham telemóveis com telefone tátil, os “Gen Xers” tinham sempre um PDA nas mãos e os “Millennials” raramente são apanhados sem os seus smartphones. A geração Z e a geração Alfa serão conhecidas pela IA generativa.
Tendo crescido a par do rápido desenvolvimento da IA, a Geração Z e a Geração Alfa estão numa posição única para tirar partido desta tecnologia de formas inovadoras. Já estão mais predispostos a utilizar a IA do que as outras gerações. Setenta por cento da Geração Z afirma utilizar a IA generativa, enquanto 52% acredita que esta pode ajudá-los a tomar decisões informadas.
Adotar, e não resistir, à IA generativa é fundamental para os novos funcionários, cujos empregos de nível inicial são muitas vezes vistos como a principal fonte de substituição da IA. Em vez disso, as gerações mais jovens estão a integrar a IA nos seus fluxos de trabalho, utilizando-a para automatizar tarefas, analisar rapidamente dados e até como colaborador virtual.
A integração da IA nas soluções de colaboração e comunicações unificadas, como o MiCollab e o MiTeam, melhora as experiências de trabalho e as capacidades da Geração Z e da Geração Alfa, proporcionando-lhes interfaces fáceis de utilizar, conetividade em movimento e integração de terceiros. Para os novos funcionários que trabalham na assistência ao cliente, a IA é uma parte indispensável da experiência de call center, oferecendo funcionalidades como:
– Agentes virtuais para gerir os pedidos de informação básicos dos clientes.
– Assistência ao agente para manter informações importantes ao alcance dos funcionários.
– Análise de interação para monitorizar o sentimento do cliente em tempo real.
– Programação automatizada para equilibrar o volume de trabalho e garantir a cobertura das horas de ponta.
Como utilizadores nativos de IA e de tecnologias de comunicação, os novos trabalhadores já estão preparados para utilizar estas ferramentas nos seus fluxos de trabalho diários.