PAI DOS BURROS
Por José Maurício Pires Alves, Diretor Cultural da APP e CEO da Atalho Soluções em Comunicação
Nesta semana conversando com minha amiga Simone ela disse-me que seu filho, na infância, adorava ler dicionários para conhecer as palavras.
Conseguia até fazer caravana de amiguinhos para irem na biblioteca em busca de novas palavras.
Eu considerei a ideia boa para pensarmos aqui, entre adultos.
Como voces tratavam os dicionários, gostavam deles? Dizem que nosso primeiro dicionário da lingua portuguesa foi feito no século 18.
Um muito famoso foi o “pai dos burros”, voces se lembram dele?
Aliás uma injustiça pois quem os procurava eram pessoas inteligentes que não desejavam dar com os burros n’água.
Meu pai preferia o velho Aurélio e sua ordem alfabética que esclarecia tudo a todos. Ele teve 15 milhões de exemplares vendidos.
Para lhes dizer a verdade, eu frequentava mais os dicionários de inglês e francês.
Já idoso, quando trabalhei para uma empresa do Santander, comprei um dicionário de espanhol, por precaução e melhor entendimento do que era dito.
Muitas vezes os dicionários foram contestados e, na década passada ocorreu uma bronca contra o dicionário Houais que teria considerado a definição de Cigano com “expressões pejorativas e preconceituosas” relativas a essa etnia.
E quanto às palavras, voces preferem as difíceis ou as vulgares?
Como curiosidade perguntei ao meu velho amigo Google qual é a maior palavra da lingua portuguesa.
E ele prontamente respondeu: é pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico.
Sabem do que se trata? É alguma coisa relacionada a uma doença aguda dos pulmões.
E agora, gente amiga?
Agora temos a Wikipedia que se diz não ser dicionário.
É uma enciclopédia online gratuita que se propõe editável por qualquer pessoa com uma conexão à internet.
Ela tem 5 milhões de verbetes e deve ser ótima para o filho da minha amiga.
Ele tem assunto para muito tempo.