Nos artigos que publicamos hoje você vai ler sobre a única empresa latina premiada no ‘Oscar da inovação’ é brasileira, Caio Tomazeli lança seu novo livro, a Geração Z é mais ambiciosa que os Millennials, a indústria do entretenimento gaúcha, saúde mental na indústria criativa é tema de painel da ARP, prestes a vender sua operação americana, TikTok elege Brasil como peça-chave para compensar a perda, jornalista Tiago Dimer assume o comando do Jornal da Manhã da rádio Jovem Pan, como trocar a frustração por novas oportunidades e o novo cargo para um amigo de muitos anos.
SXSW 2025: única empresa latina premiada no “Oscar da inovação” é brasileira
Por Maria Eduarda Nogueira
Entre startups do Vale do Silício e empresas americanas, uma player brasileira se destaca entre os onze premiados do SXSW Innovation Awards.
Considerada o “Oscar da inovação”, a premiação — que reconhece contribuições em áreas como inteligência artificial (IA), saúde e biotecnologia e empoderamento comunitário — ocorre no contexto do South by Southwest, o festival de tecnologia e criatividade conhecido por apresentar produtos e serviços disruptivos.
Um novo produto do Grupo Boticário, em parceria co
m o CESAR, a Neurobots e a EMBRAPI, foi o vencedor da categoria júri popular (People’s Choice Award).
Mas não se trata de nenhum cosmético rejuvenescedor ou com promessas mágicas de beleza.
O item que fez o Boticário ser a única empresa da América Latina com este r
econhecimento internacional no SXSW foi um batom inteligente, que permite que pessoas com deficiência visual ou limitações motoras nos membros superiores utilizem o item de maquiagem de forma autônoma e sem dificuldades.
O produto foi desenvolvido ao longo de sete anos, usando tecnologias de IA e visão computacional.
Ele funciona da seguinte forma:
acionando um botão, o sistema fotografa o rosto do usuário, mapeia os lábios, aplica o batom e faz uma foto de verificação para checar se a aplicação ficou certa. Isso tudo em apenas dois minutos.
O novo item se alinha à agenda de diversidade, inclusão e acessibilidade do Grupo Boticário.
Em comunicado à imprensa, o diretor executivo de pesquisa e desenvolvimento da empresa, Gustavo Dieamant, revelou que a equipe por trás do projeto foi formada por 42 profissionais multidisciplinares, incluindo engenheiros, designers de produtos, especialistas em UX e diversidade.
SOCIEDADE ABERTA, DEMOCRACIA E REFLEXIVIDADE
Caio Tomazeli lança seu novo livro
O texto aborda o processo de reflexividade na sociedade, com seu espelhamento instantâneo e reflexivo na sociedade contemporânea, com consequências na democracia atual. O livro elabora uma teoria para o funcionamento da sociedade com base em consensos reflexivos em tempos de relacionamentos baseados em reses sociais. A nova fronteira da política está na reflexividade das relações sociais. No passado as pessoas se comunicavam como viviam, e agora vivem como se comunicam. A construção de um modelo político para essa sociedade aberta e reflexiva constitui o conteúdo desse livro.
Para ter acesso, clica AQUI!
Geração Z é mais ambiciosa que os Millennials, aponta pesquisa
Por Mundo RH
Uma recente pesquisa rea
lizada pela Hogan Assessments, em parceria com a consultoria brasileira Ateliê RH, revela que a Geração Z (nascidos entre 1997 e o início dos anos 2010) se destaca pela ambição e curiosidade em relação aos Millennials (nascidos entre 1981 e 1996). O estudo sugere que, ao contrário da percepção comum, os jovens dessa geração não estão menos interessados no sucesso profissional, mas redefinem suas prioridades de carreira e relação com o trabalho.
“Criou-se a ideia de que a Geração Z prioriza exclusivamente qualidade de vida em detrimento da ambição profissional, mas, na realidade, esses jovens desromantizaram a relação com o trabalho e estão focados em ganhos financeiros”, explica Rob
erto Sant
os, sócio-diretor da Ateliê RH
.
Dados de uma pesquisa realizada pela YouGov em 2024 sobre as diferenças geracionais na América Latina reforçam essa tendência. Apenas 43,5% dos jovens da Geração Z afirmam amar seus empregos – o menor índice entre todas as gerações analisadas (Millennials, Geração X e Baby Boomers). Ademais, 47,4% dos jovens latinos priorizam ganhar dinheiro acima do progresso na carreira, evidenciando uma nova abordagem ao mundo profissional.
Aprendizagem e acesso à informação
A Geração Z também se diferencia na maneira como busca conhecimento. Segundo Santos, os jovens dessa faixa etária demonstram maior preferência pela aprendizagem formal, como livros, artigos e postagens informativas, em detrimento da aprendizagem prática. Uma pesquisa do Ibope/Instituto Pró-Livro indicou que 59% dos jovens Gen Z são leitores frequentes, superando os Millennials (53%). Esse comportamento se reflete também na revitalização das bibliotecas, cujos frequentadores mais assíduos têm entre 16 e 24 anos.
Por outro lado, a pesquisa dest
aca que a imersão digital da Geração Z impacta sua capacidade de manter o foco prolongado, o que pode levar a um rápido desinteresse por determinadas atividades. “Esses jovens cresceram em um ambiente onde a instantane
idade da informação é norma. Para eles, esperar respostas ou processos demorados pode ser frustrante, algo que as gerações anteriores não experimentaram na mesma intensidade”, destaca Santos.
Arrogância ou desilusão profissional?
Pesquisas de consultorias e instituições especializadas apontam que a Geração Z tende a superestimar sua competência e tem menos abertura para feedbacks, o que pode impactar sua evolução profissional. Entretanto, a pesquisa da Hogan Assessments sugere que, no Brasil, esse não é um traço exclusivo dessa geração. Os resultados não indicam diferenças significativas nos níveis de arrogância entre Millennials e a Geração X.
“A postura mais defensiva dos jovens pode estar relacionada a uma visão crítica sobre o mercado de trabalho e à desconfiança em relação à
s promessas do mundo corporativo”, analisa Santos.
Compromisso social e foco financeiro
Embora frequentemente retratados como desapegados de suas carreiras, os jovens da Geração Z demonstram preocupação com o impacto social e a ética empresarial. A pesquisa revelou que eles pontuam significativamente mais alto na escala de Altruísmo, evidenciando o desejo de atuar em organizações com propósito e impacto positivo.
As escolhas profissionais também são influenciadas por esse aspecto. Empresas comprometidas com diversidade, sustentabilidade e responsabilidade social tendem
a atrair mais talentos dessa geração. Por outro lado, corporações que não alinham suas práticas a esses valores podem enfrentar dificuldades para reter profissionais jovens.
Simultaneamente, a pesquisa destaca um forte interesse da Geração Z por questões financeiras e estratégias de negócios. Em comparação com os Millennials, esses jovens demonstram menor motivação por valores acadêmicos e maior foco em ganhos financeiros e empreendedorismo. Esse comportamento reflete uma mudança na concepção de sucesso profissional, que agora está mais ligada à estabilidade financeira do que ao prestígio ou crescimento hierárquico.
Metodologia do estudo
O estudo da Hogan Assessments foi conduzido a partir da análise de 23 mil testes aplicados no Brasil entre 2001 e 2022. Foram utilizados três instrumentos de avaliação: o HPI (Inventário Hogan de Personalidade), que avalia traços normais de personalidade; o HDS (Inventário Hogan de Desafios), que mensura comportamentos sob estresse; e o MVPI (Inven
tário Hogan de Motivos, Valores e Preferências), que identifica os fatores que impulsionam os indivíduos no ambiente corporativo. Esses testes são amplamente utilizados para compreensão de perfis profissionais e tomada de decisões no mundo corporativo.
INDÚSTRIA DO ENTRETENIMENTO
Um dos grandes orgulhos atuais do RS é a capacidade de produção e a competência dos nossos parceiros do Opinião Produtora que tem dado show.
10 eventos silmultâneos em dois dias neste final de semana, como mostra o Instragram da produtora.
Vida a longa a esse time!
Saúde mental na indústria criativa é tema de painel da ARP
A agenda será realizada no dia 20 de março, no Swan Gen, em Porto Alegre
“Por que os profissionais da indústria criativa são os que mais sofrem Burnout?” Para tentar entender a relação entre a síndrome de esgotamento no trabalho e as atividades da área, a Associação Riograndense de Propaganda (ARP) realiza um painel com especialistas sobre o tema, no dia 20 de março, às 19h30, no Swan Gen, em Porto Alegre.
A mediação do bate-papo ficará por conta da diretora de Conteúdo e Eventos da entidade, Daniele Lazzarotto. Na sua avaliação, é importante saber mais a respeito da saúde mental de todos envolvidos nesse segmento. “Sabemos que a qualidade e o bem-estar das pessoas são fundamentais para ambientes em que a criatividade é a base de toda a atividade”, destaca a diretora.
Entre outros tópicos, a psicóloga clínica e organizacional com foco em adoecimentos do trabalho, Kellen Munhoz, explicará como o burnout se manifesta, seu impacto na produtividade, os principais fatores de risco específicos do setor (pressão, prazos, competição, etc.) e estratégias para a prevenção do distúrbio.
Outra convidada, a advogada Carolina Ramires de Oliveira, especialista em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania pela PUCRS, irá apresentar dados e histórias reais, além de sugerir práticas para mudar esse cenário.
A atividade, é ABERTA e GRATUITA para todo mercado, e tem apoio do Grupo RBS e da Eletromidia.
Serviço
Data: 20 de março
Horário: 19h30
Local: Swan Gen (R. 24 de Outubro, 1611 – Auxiliadora, Porto Alegre – RS)
Inscrições: pelo e-mail arp@arpnet.com.br ou pelo WhatsARP: (51) 99872-5567
Prestes a vender sua operação americana, TikTok elege Brasil como peça-chave para compensar a perda
Por Sérgio Tauhata
O TikTok está em uma corrida contra o tempo. E para a chinesa ByteDance, dona da rede social, o Brasil virou um dos principais troféus a ser conquistado. O prêmio em jogo é um mercado que pode movimentar R$ 39 bilhões ao ano por aqui, de acordo com uma análise do Santander.
Em dólares, são US$ 6,7 bilhões. Dá mais de dois terços do que a ByteDance vende no seu e-commerce americano (US$ 9 bi em 2024). A empresa deve perder esse fluxo de dinheiro com a derrota no xadrez geopolítico – uma lei aprovada em janeiro de 2025 pelo Congresso dos EUA obrigou o grupo a vender a operação do TikTok nos EUA. Donald Trump concedeu um adiamento dessa exigência no início do ano, mas o prazo termina no dia 5 abril.
Com a eventual saída dos EUA, a ByteDance decidiu pisar mais fundo no acelerador da expansão internacional de sua plataforma de vendas de produtos. Para manter a receita sem os dólares dos americanos, o controlador da rede social de vídeos decidiu ampliar a atuação para seis países, incluindo o Brasil.
A toque de caixa, a TikTok Shop chega ao país entre fim de abril e início de maio, conforme informações do portal chinês Dao Insights. Quase um ano antes das previsões mais otimistas do mercado.
Nos planos da ByteDance, já haveria até uma data limite: a ideia é começar as operações a tempo de aproveitar o Dia das Mães. A comemoração, uma das principais janelas de vendas no ano para o comércio doméstico, vai cair no domingo, dia 11 de maio.
Além do Brasil, o conglomerado chinês planeja realizar inaugurações em série da TikTok Shop ainda no primeiro semestre. Mais quatro países devem receber a operação: Alemanha, Itália, França e Japão. Os novos mercados vão se juntar ao México, que ganhou sua TikTok Shop no início de fevereiro, além de Espanha, Irlanda, Indonésia e Tailândia.
No caso da operação local, o Santander estimou, em relatório, que a TikTok Shop possa representar entre 5% e 9% do e-commerce daqui nos primeiros três anos de operação. Isso significaria alcançar a segunda posição no ranking de maiores plataformas até 2028, atrás apenas do Mercado Livre, que tem uma participação de 12,4%, segundo dados da Conversion em janeiro.
Se a previsão se tornar realidade, a fatia representaria um faturamento entre R$ 12 bilhões e R$ 21 bilhões por ano, baseado na estimativa de receitas totais do setor para 2025 feita pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Em 2024, o e-commerce brasileiro registrou um faturamento de R$ 204,3 bilhões, com crescimento anual de 10,5%. A ABComm projeta um avanço de 15% neste ano para R$ 234,9 bilhões.
O Santander pondera ainda que TikTok Shop pode movimentar R$ 39 bilhões ao ano quando estiver plenamente estabelecido. Isso significa que só o Brasil já ajudaria a compensar dois terços – ou US$ 6,7 bilhões – das vendas potencialmente perdidas no mercado americano.
Os analistas do banco Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo classificam ainda como “potencialmente disruptiva” a chegada da TikTok Shop ao país. O trio destaca a combinação de entretenimento e comércio como uma tendência no setor.
A própria companhia define seu modelo como um e-commerce de conteúdo. Mu Qing, vice-presidente de comércio eletrônico internacional da TikTok Shop, afirmou em conferência internacional no fim de fevereiro, que “o ponto-chave e básico do crescimento empresarial está no conteúdo”
O modelo que mais se aproxima da nova plataforma é o Instagram Shopping, que permite aos usuários adquirir produtos vistos em publicações no feed ou nos stories. Sofia Hernandez, Diretora Global de Marketing Empresarial do TikTok, destacou em artigo no site da marca o “potencial infinito” de se criar histórias no TikTok. “Este ano as marcas e os criadores se unirão para continuar a moldar a cultura, gerar novas ideias e acelerar o crescimento dos negócios.”
A TikTok Shop prevê várias formas de associar conteúdo, tendências e comércio. Um estudo da própria companhia dentro de sua base mostra que 81% dos usuários dizem que o TikTok os ajuda a descobrir novos tópicos e tendências dos quais não sabiam que gostavam.
Essa mudança de comportamento de consumo se consolida, principalmente entre os mais jovens. Enquanto nas plataformas tradicionais de comércio eletrônico os usuários precisam buscar de maneira ativa produtos específicos, no TikTok as ofertas aparecem de maneira orgânica no feed, com ajuda do próprio algoritmo que analisa o comportamento do usuário.
O formato permite ao público fazer compras sem sair do aplicativo. Os criadores, por exemplo, podem promover produtos em vídeos e transmissões ao vivo, nas quais os usuário podem clicar em links ou ícones direcionados para a página da marca.
Os tiktokers também podem adquirir produtos e serviços diretamente da conta de um vendedor ou criador. Há ainda espaços como vitrines virtuais. Essas compras podem ser feitas por meio das carteiras digitais, como o Apple Pay e o Google Pay, com um clique ou uso de biometria.
Os analistas do Santander citam, especificamente, Natura, Renner, C&A, Mercado Livre e Magazine Luiza como “as marcas mais bem posicionadas para se beneficiar da plataforma”.
No Brasil, as vendas por meio de todas as redes sociais atingiram em 2023 a cifra de R$ 100 bilhões, conforme estudo da ABComm. O valor já representa metade do faturamento do setor em 2024.
A experiência no México deve balizar a implantação da loja brasileira. No exterior, a TikTok Shop isentou de comissões os vendedores nos primeiros 90 dias para estimular a adesão, além de oferecer bonificações para quem completar campanhas.
O primeiro mês da operação mexicana mostrou ainda que alguns criadores chegaram a gerar mais de US$ 7 mil em vendas poucos dias após o lançamento. Os analistas revelaram que desde março, o TikTok passou a permitir que vendedores se registrem como pessoa física, usando documentos pessoais, como título de eleitor, RG, CNH e passaporte. Até então era necessário um registro formal de empresa para operar na plataforma.
Os autores do estudo sinalizam ver a medida como uma preparação para o início das operações do novo ambiente, que será mais robusto e vai permitir uma experiência mais rápida e interativa de compra aos usuários. A Dao Insights disse também que a empresa tem convidado vendedores locais a se juntar a plataforma antes da abertura.
Os analistas do Santander enfatizam ainda a necessidade de as próprias marcas brasileiras correrem para ajustar as estratégias na nova plataforma. A experiência mexicana sinaliza “urgência de os varejistas desenvolverem estratégias específicas para a plataforma antes na chegada da TikTok Shop”.
Acorde bem informado
A partir de hoje, 17, Porto Alegre e região metropolitana tem mais uma opção de acordarem bem informados. O jornalista Tiago Dimer assume o comando do Jornal da Manhã da rádio Jovem Pan Porto Alegre (90.7), presente em mais 40 cidades da região, mas continua na direção do braço consultivo político e institucional da Moove. O programa é de segunda a sexta das 7h às 8h e terá a participação diária de Farid Germano Filho e Ramiro Ruchel (esportes); Jairo Jorge (atualidades); nas terças, Dr Ricardo Zimerman (saúde, autocuidado e alimentação); nas quartas, Karim Miskulin (política nacional e internacional); e sextas Ale Saucer (cinema e cultura). Dimer diz que o programa será informativo, com reflexões muito importantes e muito bom humor. Que assim seja!
Mudança de carreira: como trocar a frustração por novas oportunidades
Por Lucas Contente
O mercado de trabalho passa por uma transformação acelerada, impulsionada por mudanças tecnológicas, novas expectativas profissionais e um crescente desejo por propósito. No Brasil, três em cada cinco trabalhadores planejam mudar de emprego em 2025, segundo uma pesquisa do LinkedIn. Mas o que está por trás dessa tendência?
O conceito de carreira passou por uma revolução. Antigamente, era comum escolher uma profissão baseada na estabilidade financeira. Hoje, no entanto, o que move muitos profissionais é a vontade de encontrar um trabalho alinhado a seus valores e paixões.
A nova geração de trabalhadores, especialmente os Millennialse a Geração Z, está mais propensa a mudar de emprego caso não se sinta engajada. De acordo com uma pesquisa da Gallup, 77% dos trabalhadores globalmente não se sentem comprometidos com suas funções, e 51% estão ativamente procurando novas oportunidades.
Para muitos profissionais, a transição de carreira é um processo de autodescoberta. Murilo Henrique, de 28 anos, formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Pará (UFPA), decidiu trocar a engenharia pela Medicina. Mercado saturado, instabilidade da carreira e falta de aplicação prática dos conhecimentos acadêmicos o motivaram a buscar um novo caminho. “O risco ao qual eu estava exposto não compensa o que eu recebia”, afirma.
Murilo destacou ainda a transformação do papel do engenheiro, que, segundo ele, se tornou um “administrador que viu muito cálculo diferencial e integral na faculdade”
“Grande parte do conhecimento adquirido ao longo dos cinco anos de graduação acabou não sendo aplicada na prática, em um mercado onde o profissional assume funções administrativas e um trabalho engessado”, contou.
Dos números aos bichos
Juçara Nascimento também encontrou na sua paixão por animais a oportunidade de estudar Medicina Veterinária. Formada em Contabilidade desde 2018, a jovem natural de Muaná, na Ilha do Marajó, inicialmente escolheu a área com a expectativa de boa remuneração no mercado de trabalho. No entanto, o sonho delasempre foi ser médica veterinária. Em 2021, quando surgiu a oportunidade, ela não hesitou.
“Eu decidi que ia fazer. Apesar de já estar formada há algum tempo, voltar a estudar depois de uma certa idade sempre é um desafio. Em paralelo, continuei atuando como contadora (até 2024), mas comecei a cursar Medicina Veterinária . Minha experiência com esse curso, que sempre foi o meu sonho. Tem sido incrível, ainda mais agora, que estou na fase final e fazendo estágios”, contou.
“Eu era frustrada com a minha profissão. Não era algo que eu gostava de fazer, vivia no automático dentro do escritório. Hoje em dia, como médica veterinária, vejo que a área tem um campo de atuação enorme. Não me restrinjo a uma única coisa: posso ir a campo, trabalhar em laboratório, fazer pesquisa. Hoje, me encontrei. Não existe idade certa para seguir o que a gente realmente quer”.
Da sala de aula para o Corpo de Bombeiros
O matemático e professor Heitor Lima, de 27 anos, iniciou o sonho de dar aulas já no segundo semestre do curso, na UFPA. Após anos na área, ele decidiu se “arriscar” em uma profissão diferente de sua formação: trabalhar em um cartório de imóveis.
“Sou curioso e decidi fazer essa transição, e foi quando surgiu a oportunidade de trabalhar em um Cartório de Registro de Imóveis. Era uma excelente chance de me testar e descobrir se eu conseguiria ‘me virar’ em outra área, que, por sinal, era bem distante da minha!”, contou.
No entanto, Heitor sempre viu esse novo caminho como algo temporário, uma oportunidade de aprendizado, já que, por não ser sua área de atuação, ele se sentia deslocado no ambiente de trabalho.
Realidades que frustram
Embora tivesse começado na Matemática, Heitor se deparou com um grande desafio do sistema educacional brasileiro: lecionar na iniciativa privada para “promotores da educação”, o que, segundo ele, causou frustração, já que a prioridade era o lucro e não as necessidades do processo de ensino-aprendizagem.
“Quando era universitário, estagiei como instrutor de matemática tanto na iniciativa privada quanto na pública, o que foi muito positivo para minha formação. No entanto, depois de me formar e assumir o cargo de professor, trabalhei com alguns ‘promotores da educação’ da iniciativa privada, que estavam focados exclusivamente no lucro. Isso me motivou a buscar uma oportunidade na academia, talvez até um mestrado na área de Educação Matemática”, ressaltou.
Sonho do concurso público
Após algumas idas e vindas no mercado, oferecendo aulas particulares, o matemático decidiu se dedicar a um recurso utilizado por muitos profissionais: os concursos públicos. E, logo de primeira, passou no Corpo de Bombeiros do Estado do Pará. Para ele, além da estabilidade que o trabalho proporciona, a ideia de servir ao Estado lhe agrada bastante, pois oCorpo de Bombeiros é uma instituição com diversas possibilidades e uma profissão altamente prestigiada pela população, que vê os bombeiros como verdadeiros heróis.
A primeira coisa que se pensa ao falar de concurso público é a estabilidade, junto com os benefícios de ser servidor público. Mas, além disso, busco servir à minha comunidade, ao meu Estado. Escolhi o Corpo de Bombeiros pelas atividades desempenhadas, que são inspiradoras, e pelo prestígio que essa função tem diante da sociedade! É um lugar que, mesmo sendo distante da sala de aula e da função de professor de matemática, me permite identificar várias áreas de conhecimento com as quais me conecto, como: Matemática, Química, Física e Biologia, além das atividades físicas, em especial a natação.
Inteligência artificial ajuda na buscas por vagas?
O diretor geral do LinkedIn para a América Latina e África, Milton Beck, destaca que a tecnologia está reformulando os processos seletivos. “A crescente adoção de Inteligência Artificial permite maior personalização e otimização de tempo para todos os envolvidos”, afirma.
Com um mercado cada vez mais dinâmico, a tecnologia tem sido uma aliada tanto para candidatos quanto para recrutadores. O estudo do LinkedIn revela que 43% dos profissionais já utilizam ferramentas de inteligência artificial para otimizar currículos e cartas de apresentação, enquanto 56% pretendem aprender a usar IA para melhorar suas candidaturas em 2025.
As projeções do Fórum Econômico Mundial indicam que 22% dos empregos atuais serão impactados por mudanças estruturais até 2030, criando 170 milhões de novas vagas globalmente. O grande desafio estará na formação de habilidades, pois 40% das competências necessárias para o trabalho vão mudar nos próximos anos.
Em um mundo cada vez mais dinâmico, adaptar-se às transformações do mercado de trabalho é essencial. Mais do que um caminho predefinido, profissionais e empresas precisam abraçar a flexibilidade, priorizando habilidades e propósitos.
Propósito de vida
Ricardo Rocha, CEO da Acaso, empresa com foco em futuro do trabalho, destaca que essa mudança se reflete na inversão da lógica do Ikigai – conceito japonês que define o “propósito de vida”. Agora, muitos profissionais priorizam o impacto de seu trabalho no mundo, seguido pelo que amam fazer, suas habilidades e, só então, o retorno financeiro.
“Hoje, há uma inversão na lógica do Ikigai no mercado de trabalho, conceito japonês que significa um propósito para a vida. Nessa questão, podemos unir quatro elementos: o que nos dá dinheiro, no que somos bons, o que gostamos de fazer e o que impacta o mundo. Antes, a lógica do mercado era começar pelo que gera renda. Agora, a ordem se inverte: prioriza-se o impacto no mundo, seguido pelo que se ama, pelo que se faz bem e, por fim, pelo que gera retorno financeiro”, explicou o especialista.
“O que antes parecia limitado a profissões tradicionais, como engenheiro, médico ou advogado, agora se torna mais diversificado e adaptável. Na verdade, essa transformação sempre foi necessária. O que mudou foi a percepção de que esses “quadrados” precisavam ser desconstruídos e trabalhados de forma mais específica para acompanhar as mudanças do mundo”, completa.
Impacto nas empresas
O movimento de transição de carreira também impacta diretamente as empresas. Um levantamento do LinkedIn mostra que 72% dos profissionais de RH acreditam que o mercado se tornou mais competitivo, tornando mais difícil reter talentos.
Ricardo Rocha ressalta que muitas empresas ainda utilizam modelos ultrapassados de recrutamento e desenvolvimento profissional. “O mercado deve focar mais nas habilidades e menos nos títulos dos cargos. Nosso entendimento é que as empresas têm o papel de habilitar os profissionais a atingirem seu maior potencial, em vez de simplesmente direcioná-los a funções pré-definidas”, explica.
Novo Cargo
Paulo Trindade via Linkedin
Gostaria de compartilhar que estou começando em um novo cargo de Executivo Comercial na Midialand.