TROCA DE EXPERIÊNCIAS ENTRE GERAÇÕES É O CERTO 25/10/2024

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Por muito tempo, o mercado de trabalho focou em classificar as gerações de acordo com características rígidas, criando barreiras desnecessárias entre profissionais mais jovens e mais experientes. No entanto, o que se observa hoje é uma necessidade de desconstruir essas divisões. Não se trata mais de focar em gerações isoladas, mas em como todas elas têm muito a oferecer umas às outras. É cada vez mais consenso entre especialistas que é preciso questionar a insistência em encaixar os profissionais em rótulos baseados apenas na idade.
Os benefícios se refletem na comunicação e satisfação das equipes, mas não apenas. Um estudo realizado pelo World Economic Forum em parceria com a Associação Americana de Aposentados (AARP) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) destaca que times compostos por diversas gerações impulsionam a inovação e contribuem para um aumento de até 19% no PIB per capita nos próximos 30 anos.
Segundo Andrea Eboli, estrategista de negócios com mais de 25 anos de experiência, o mercado de trabalho precisa de uma nova abordagem, deixando para trás o costume de julgar a competência de alguém com base na idade. “Quando falamos de colaboração no trabalho, a questão não é a idade ou a geração, mas sim a capacidade de trabalhar juntos para criar algo produtivo e inovador. Essa lógica antiga é simplista e divisiva”, pontua.
Nas últimas décadas, o mercado de trabalho era muito mais rígido, e a progressão profissional seguia uma estrutura linear. Jovens entravam como aprendizes ou estagiários e só depois de muitos anos alcançavam cargos de liderança. No entanto, com o surgimento das startups e a agilidade que o mercado exige, as empresas perceberam que líderes mais jovens estão assumindo grandes responsabilidades mais cedo em suas carreiras, chegando inclusive à posição de CEOs.
Essa mudança reflete um ambiente de trabalho que é muito mais focado em resultados e flexibilidade do que em seguir um caminho tradicional e hierárquico. “Estamos vendo uma mudança clara. A idade deixou de ser um critério fixo para avaliar competência. O mercado valoriza quem consegue se adaptar e inovar rapidamente, independentemente da geração”, ressalta Andrea.
Em paralelo, algumas empresas estão revisando suas políticas de aposentadoria e buscando profissionais sêniores para ocupar posições estratégicas em áreas que exigem uma visão de longo prazo e experiência em gestão de crises. Essas mudanças mostram que o foco hoje não é mais apenas no tempo de serviço, mas na capacidade de entregar resultados em diferentes contextos. Estamos começando a entender que gerações diferentes trazem pontos fortes complementares. Isso cria um ambiente mais colaborativo e diversificado, ajustado às novas demandas do mercado.
No ambiente de trabalho atual, em vez de focar em quem pertence a qual geração, as empresas estão começando a valorizar a flexibilidade e a capacidade de adaptação de cada indivíduo. O que antes era visto como uma divisão natural — jovens trazem inovação, e os mais experientes oferecem estabilidade — agora está sendo ressignificado. Ambos os grupos são vistos como agentes dinâmicos, com o potencial de contribuir de maneira criativa e estratégica.
Essa mudança de mentalidade abre espaço para algo ainda mais interessante: a fusão de habilidades, onde profissionais de diferentes idades trabalham de forma fluida e colaborativa, sem estarem limitados ao papel que tradicionalmente seria atribuído à sua faixa etária. Segundo Andrea Eboli, a troca de ideias entre gerações é o que realmente faz a diferença. Não se trata de dividir as pessoas em categorias de idade, mas sim de integrar diferentes habilidades e visões para resolver problemas de forma mais eficaz. O futuro do trabalho será construído por equipes que se complementam e inovam juntas.

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