A IA E AS COMUNIDADES 26/07/2024

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O Spotify anunciou que está transformando sua plataforma de música em uma rede social, movimento esse que, segundo eles, tem como objetivo criar conexões sociais entre seus usuários com foco em aumentar engajamento. Isso porque, para qualquer tipo de produto ou serviço, a troca de experiência entre usuários, sejam eles conhecidos ou não, ajuda no processo de descoberta de novas formas e possibilidades de uso, e por consequência o aumento do consumo. Quem nunca pegou uma dica nova de receita para cozinhar algo que nunca havia imaginado em uma AirFryer? Ou então, quem aqui por vezes não precisa de umas dicas de amigos sobre alguma nova série para voltar a se engajar em alguma plataforma de streaming.
Querendo ou não, provavelmente já existem conversas ou trocas de experiências ao redor do seu produto ou serviço, porém muitas vezes elas não acontecem de forma organizada e desta forma esse potencial não é explorado ao máximo.
Um grande ponto para a mudança no Spotify foi perceber que seus usuários não queriam apenas ouvir músicas, eles queriam compartilhar experiências, tanto que muitas pessoas acabavam compartilhando o que estavam ouvindo em outras redes sociais como Facebook, Instagram, Whatsapp e X (Twitter). Já com a adição de playlists colaborativas e um feed social próprio, o Spotify se tornou um espaço de interação, se assemelhando às redes sociais, e isso abriu novas oportunidades de engajamento, mantendo os usuários mais tempo na plataforma e criando um senso de comunidade.
Num momento no qual tudo se pauta ao redor dos dados e da inteligência artificial, é interessante pensar como os próprios usuários podem ser o maior alavancador de engajamento. Vide o Spotify, que sempre teve a contagem de quantos plays uma música já teve, e já utilizava o conceito de “gostei” ou “não gostei” para recomendar músicas baseadas no seu perfil em comparação a outros perfis, mas percebeu que faltava transformar isso em uma experiência de comunidade. Quer outro exemplo interessante? Vamos pensar no Netflix, a empresa é referência no uso de dados dos usuários para gerar insights, seja para recomendação do que assistir, ou até para pautar novas produções. Não apenas o nosso “Like” via os famosos “thumb up” e “thumb down”, ou o “Adicionar na Lista”, mas também todo nosso padrão de quando, como e de que forma assistimos aos conteúdos alimentam seus algoritmos. Porém, mesmo com toda essa tecnologia e insights a disposição, quem aqui não sai atrás de dicas do que assistir com seus amigos ou mesmo pegando dicas de influencers e creators que seguimos em outras redes sociais. Não faria sentido o próprio Netflix se tornar uma comunidade? Ter seu próprio feed social, permitindo que seguíssemos nossos amigos, conhecidos ou pessoas que admiramos, com objetivo de buscar referências, dicas ou recomendações do que assistir?
Muitas empresas não percebem o potencial de engajamento de se criar uma comunidade dentro de suas próprias operações e soluções, ou por vezes elas até já existem, mas não são aproveitadas da melhor forma.
O primeiro passo é entender se o uso do seu produto ou serviço gera experiências únicas que podem ser compartilhadas. A experiência pode ser na linha de discovery, como uma nova receita que pode ser feita na AirFryer, uma experiência de conquista, como um recorde de corrida no Strava ou uma experiência de valor agregado, como a criação de uma playlist no Spotify. Esses são exemplos de possibilidades que estimulam o comportamento das pessoas que vão sempre querer compartilhar algo quando se sentem parte da construção, ou quando usam a plataforma para divulgar algo sobre elas mesmas.
Passada essa etapa, e entendido qual, ou quais os pilares, você irá se apoiar, vem um passo também muito importante que é como sair da inércia. Comunidades são como festas, só vale participar das que estejam cheias e divertidas, então o maior risco de tentar criar algo nesse sentido é, na linguagem das próprias comunidades, ver o seu projeto “flopar”, ou seja, não gerar o engajamento inicial para movimentar os usuários.
A viabilidade tecnológica para se criar uma comunidade. E por mais que pareça complexo, na verdade não é tanto assim. Existe sempre o caminho de tentar fazer algo do zero, com código próprio desenvolvido dentro de sua própria plataforma, mas vale lembrar que assim como qualquer outra iniciativa que você queira testar, pode fazer mais sentido usar algo pronto nesse começo, testar seu MVP, deixar evoluir, para apenas depois, e caso faça sentido, pensar em fazer algo próprio, mas já com os aprendizados.
E lembre-se, transformar seu negócio em uma comunidade engajada é mais do que uma tendência – é muitas vezes uma evolução necessária para manter a relevância e o engajamento no mercado atual. Assim como o Spotify e Strava, descubra como você pode criar conexões mais profundas e significativas com seu público dentro da sua própria operação e solução.

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