Nos artigos que publicamos hoje você vai ler sobre como a Geração Z virou uma dor de cabeça para empresas, Nike se une a Kim Kardashian para tentar reverter crise, Steve Wozniak conta história real por trás da criação da Apple com Steve Jobs, expectativas extraordinárias para 2025, uma luz no fim do túnel das redes sociais, fraudes no e-commerce somam 200 milhões em janeiro, a percepção sobre a passagem do tempo e a relação com consumo, vamos entender como podemos aplicar a neurociência no merchandising, as expectativas e receios em relação às tecnologias pelo mundo, Sinergy abre espaço para colocar marcas em movimento, empresas se queixam de “epidemia de bets” no ambiente de trabalho e estilo de vida afeta mais o envelhecimento do que a genética.
Lembramos que a Coluna do Nenê, com seus comentários, notas e opiniões voltará em março ou em alguma edição extraordinária. Até lá fique com os artigos que acreditamos serem os mais pertinentes ao mercado.
Nike se une a Kim Kardashian para tentar reverter crise
Por Jordan Valinskyda
A Nike está em crise. Suas vendas caíram, as ações perderam mais de um quarto do valor no último ano e o novo CEO, Elliott Hill, precisa de ajuda para reverter a situação da empresa esportiva em declínio. Com isso, entra Kim Kardashian.
A Nike fechou uma parceria com Kardashian para uma nova marca chamada “NikeSkims”. A informação foi anunciada em conjunto nesta terça-feira (18).
A coleção, que é baseada em sua popular linha de shapewear, “irá revolucionar a indústria global de fitness e roupas esportivas com a melhor inovação da categoria a serviço de todas as atletas mulheres”, de acordo com um comunicado à imprensa.
Poucos detalhes foram disponibilizados inicialmente, incluindo preços e imagens. No entanto, a marca será lançada primeiro nos Estados Unidos nesta primavera de maneira online e em “locais de varejo selecionados”, com um lançamento global planejado para 2026.
A nova coleção é a primeira da Nike, que não fez parceria com uma empresa externa antes para criar uma nova marca, confiando em aquisições ou atraindo atletas populares (por exemplo, Michael Jordan) para vestuário. Os termos financeiros da marca não foram revelados.
A Nike disse que a Skims “propôs uma linha de produtos compartilhada”, mas sugeriu “algo ainda maior”, daí a criação da NikeSkims. “Mais do que uma parceria, a nova marca definirá um novo padrão na indústria global de fitness e roupas esportivas com uma extensa linha de vestuário de treinamento, calçados e acessórios”, afirmou em comunicado.
A nova marca ajudará a Nike a ser mais relevante na categoria de roupas esportivas, ajudando-a a competir com a Lululemon e a Alo, uma área “na qual ela tem fracassado e ficado em segundo plano”, de acordo com Neil Saunders, analista de varejo e diretor administrativo da GlobalData Retail.
“Em teoria, a Nike deveria ter todas as habilidades necessárias para impulsionar sua própria marca em moda feminina, mas a realidade é que ela perdeu parte de sua capacidade de contar histórias, inovar e impressionar os consumidores”, avaliou Saunders à CNN. “A parceria com a Skims corrige algumas dessas fraquezas”, acrescentou.
A Skims tem sido um grande sucesso para Kardashian, com a empresa privada avaliada em US$ 4 bilhões em julho de 2023. A marca é voltada para o uso diário, expandindo-se além das mulheres com uma linha masculina e firmando patrocínios com a NBA, WNBA e Team USA para as Olimpíadas mais recentes em Paris.
Enquanto isso, a Nike enfrenta uma competição acirrada de marcas de corrida iniciantes como Hoka e On. Além disso, os clientes estão mudando seu comportamento, abrindo mão de compras discricionárias de tênis caros e roupas esportivas por itens básicos e experiências como shows e viagens. A Nike trocou de CEO recentemente para ajudar a “virar o jogo”.
A Nike (NKE) relatou uma queda de 8% nas vendas em seu trimestre mais recente, sinalizando que a empresa ainda está lutando. No entanto, as ações se animaram após as notícias de Kardashian — subindo quase 3% — no início do pregão. Enquanto isso, as ações da Lululemon ( LULU ) caíram quase o mesmo volume.
“Não a criamos em uma garagem; é uma história inventada”: Steve Wozniak conta história real por trás da criação da Apple com Steve Jobs
Por Ketlyn Ribeiro
Em 1 de abril de 1976, em Palo Alto, nasceu o que se tornaria uma das marcas mais renomadas no ramo de tecnologia no mundo inteiro. No entanto, o que poucos sabem é que a Apple não foi fundada por Steve Jobs e Steve Wozniak em uma garagem, como é amplamente divulgado. Na verdade, a história é outra…
Os dois empresários se conheceram em 1971, quando Steve Jobs tinha apenas 15 anos. Wozniak queria criar seu próprio computador e após cinco anos tentando, conseguiu apresentar o Apple I no Homebrew Computer Club, em 1976. A invenção teve uma recepção tão boa que Jobs finalmente decidiu criar a Apple Computer, empresa que hoje conhecemos apenas como Apple.
Em uma conferência na Escola de Negócios da Universidade Europeia em Alcobendas, Steve Wozniak foi direto ao dizer que a crença popular de que a empresa foi criada em uma garagem está errada. “Nunca projetamos novos produtos na garagem. Não projetamos nada, nenhum negócio. Essa é uma história inventada. Steve Jobs criou sua parte do negócio em seu quarto. A garagem éramos nós, tínhamos que usar tudo o que podíamos para ganhar dinheiro… Admito que a história de duas crianças numa garagem é muito melhor”.
“Eu queria que todos pudessem montar seu próprio computador por 300 dólares, mas Steve não estava interessado nisso. O que ele queria construir uma peça de computador por 20 e vendê-la por 30 dólares. Ele era o homem de negócios. Eu queria ganhar dinheiro”.
No fim, os dois souberam administrar bem a empresa, que hoje é um sucesso. Agora você já sabe que a história sobre o surgimento da empresa em uma garagem não passa de um mito
Geração Z virou dor de cabeça para empresas: 95% dos jovens admitem que relaxam no horário de trabalho
Por Elissandra Silva
Que grande parte da Geração Z colide com o que consideramos padrões usuais quando se trata de trabalho, muita gente já sabe. No entanto, isso não impede que continuemos nos surpreendendo com o abismo geracional que a Geração Z oferece em relação aos mais velhos, apesar de pesquisas mostrarem que 95% dos jovens fogem de seus empregos ou tarefas durante o horário de trabalho.
Como mostra o estudo da PapersOwl, a grande maioria da Geração Z admitiu recorrer a truques de legalidade e qualidade moral duvidosas, como faltar ao trabalho, usar ativos da empresa para ganho pessoal ou até mesmo tirar uma soneca durante o horário de trabalho. Das 15 formas de fugir apresentadas pela pesquisa, a maioria admitiu ter feito pelo menos uma dessas ações.
A ousadia da Geração Z na jornada de trabalho
De todas as opções apresentadas à Geração Z para descobrir como contornar os limites do que suas empresas consideram apropriado, as opções que ganham de longe são sair mais cedo do trabalho e ligar para dizer que está doente e tirar o dia de folga, com 34% e 27%.
Atrás, mas com percentuais abaixo de 20%, estão outras opções como chegar atrasado, seguir a lei do menor esforço por meio da saída silenciosa, usar IA para concluir tarefas, tirar sonecas durante o trabalho remoto, contabilizar mais horas do que realmente trabalhou e usar ferramentas ou softwares da empresa para hobbies pessoais ou segundos empregos.
Utilizando truques aprendidos nas redes sociais ou descobertos por eles mesmos através da experiência, a razão por trás dessas práticas não é outra senão, de certa forma, protestar contra as condições da empresa sem ter que lidar com o confronto que seria necessário para fazer uma reclamação, a fim de atingir os marcos que os motivariam a trabalhar sob os padrões habituais.
Entre essas conquistas profissionais, 50% dos entrevistados da Geração Z dizem que a chave seria receber salários mais altos, mas isso está longe de ser a única coisa que os motivariam a trabalhar mais e melhor.
O restante das respostas se divide entre alcançar um ambiente de trabalho mais positivo e menos tóxico, a necessidade de prover um salário para suas famílias e estar envolvido em uma cultura maior de reconhecimento e desafios que os leve a encarar sua vida profissional com maior entusiasmo.
A resposta dos pesquisadores do estudo é que a Geração Z, na verdade, não é tão absurda em suas ambições quanto seus chefes podem pensar. Optar por sistemas de comunicação abertos, oferecer flexibilidade e priorizar a saúde mental dos trabalhadores sem dúvida ajudaria a reduzir essas omissões muito mais do que optar por controles de tempo mais rígidos, verificações diárias ou usar ferramentas de espionagem, como monitorar suas telas.
O Marketing enfrenta expectativas extraordinárias para 2025
Por Beto Sirotsky via Linkedin
“O Marketing enfrenta expectativas extraordinárias para 2025, e os CMOs não podem arriscar mudanças incrementais quando a empresa espera resultados transformadores.” – Ewan McIntyre, Gartner
A pressão sobre os CMOs nunca foi tão intensa. O marketing deixou de ser apenas um pilar de comunicação e passou a ser um motor de crescimento e inovação dentro das empresas. Para 2025, segundo o Gartner, três prioridades serão essenciais para que CMOs entreguem resultados que realmente façam a diferença:
Superar a Disrupção – Reduzir o gap entre estratégia e operação, garantindo que a execução acompanhe a ambição.
Elevar o Impacto da Marca – Posicionar o marketing como um diferencial competitivo e influenciar a organização de forma ampla.
Maximizar Retornos – Priorizar investimentos na jornada do cliente para gerar valor sustentável.
Em nossas conversas com líderes de marketing, um dilema recorrente se destaca: como estruturar equipes e parceiros para equilibrar eficiência e inovação:
– Qual o papel do time interno e quais especialidades priorizar?
– Quando e como estruturar uma In-House Agency?
– Como equilibrar grandes holdings com a inovação e a agilidade vinda de agências independentes e hiper especializadas? Qual é o roster ideal?
– Como garantir agilidade sem comprometer governança e controle de custos?
A resposta a essas questões não é apenas uma decisão operacional, mas estratégica. Ela define se o marketing será apenas um executor de campanhas ou um pilar de transformação para novos produtos, serviços, impactando o crescimento sustentável das organizações.
Na BPool e na ollo.is evoluímos continuamente para ser o parceiro estratégico dos CMOs que buscam estruturar seus times e ecossistemas de forma mais ágil e eficiente. Conectamos talentos individuais e squads sob demanda e oferecemos uma curadoria especializada de agências para atender tanto demandas criativas (campanhas, eventos, branding) quanto necessidades operacionais (como desdobramento de assets) além de pagamentos de marketing / tail spends.
2025 exige mais do que ajustes incrementais. Os CMOs que realmente farão a diferença são aqueles que estiverem mais preparados estruturalmente em termos de times e parceiros, conectando inovação à execução para mexer ponteiros.
Bora!
Do cancelamento ao acolhimento: uma luz no fim do túnel das redes sociais
Por Jamylle Bezerra
As redes sociais são um espaço onde convivem informação, entretenimento e interação, mas também se tornaram palco para discursos de ódio, fake news, cancelamentos e julgamentos rápidos. Um verdadeiro júri virtual ao qual os usuários são submetidos diante de um mínimo deslize. Indo contra a onda negativa de conteúdo e comportamento, há movimentos e iniciativas que acendem uma luz de esperança e promovem um ambiente mais acolhedor e positivo, tornando a rede mais respeitosa e empática.
São pessoas e perfis que tornam os dias dos seguidores mais leves e felizes ao desejarem um bom dia, compartilharem uma história com final feliz e conversarem sobre assuntos, muitas vezes, óbvios e corriqueiros, que talvez por esse motivo acabem passando despercebidos diante da correria do dia a dia.
Um desses perfis é o @pagevibe. Criada pelo publicitário maceioense Marcello Victor Silva, de 29 anos, a página conta com mais de meio milhão de seguidores e já teve diversas postagens compartilhadas por famosos como Emma Watson, Marcos Mion, Candice Swanepoel, Gisele, Tame Impala, Anne Hathaway, Jack Johnson e Gilberto Gil.
Nesse espaço virtual, Marcello, que se mantém anônimo mesmo com o sucesso do perfil, compartilha imagens felizes e divertidas, acompanhadas de mensagens simples, mas, muitas vezes, profundas, que fazem as pessoas refletirem sobre seus comportamentos e a própria vida. Ele conta que tudo começou com a ideia de tranquilizar os colegas de sala do 3º ano do Ensino Médio, que se preparavam para a prova do Enem e, de repente, acabou conquistando diversos públicos não só de Maceió, mas do Brasil e do mundo.
“Eu criei a página quando estava no último ano do Ensino Médio. Na época, o Facebook estava no auge aqui no Brasil e todos os meus amigos e colegas da escola tinham. Eu criei com o intuito de compartilhar boas mensagens que deixassem a minha turma mais tranquila quando estava na época de prova e Enem. Comecei a compartilhar umas frases que criava na cabeça e adicionava uma foto de por do sol. Até então, não sabia que a página ia explodir. Não fiz com essa intenção e ainda não existia o termo ‘influenciadores’. Após uns dois meses de página criada, surgiu o Instagram também, então começaram a aparecer novas pessoas de outras escolas de Maceió, outros estados do Brasil e até de fora do Brasil. Isso foi um susto pra mim, pois eu não entendia nada.Continuei compartilhando mais e mais, mas nunca quis ser famoso. Nunca me preocupei com isso. A página em si é conhecida, mas eu sempre me mantive anônimo. Nunca apareci por lá”, conta.
Segundo ele, a inspiração para as postagens vem da própria vida, dos erros e acertos dele, e do que observa na vida de pessoas desconhecidas que encontra na rua e de parentes e amigos. “O que não me faz parar são as mensagens que recebo, o carinho em um simples obrigado. Sempre deixo claro que não estou ali para agradar ninguém e quem me segue há muito tempo costuma dizer que dia sim e dia não levam um ‘tapa na cara’ ao ler um texto meu”, fala.
O publicitário alagoano diz ainda que o sentimento, ao final de todo o processo, é prazeroso. “Imagine você ganhar dois ingressos para o show da sua banda favorita e poder levar um teu melhor amigo que tá num momento triste. No fim ele chora, te abraça e te agradece por ter esquecido um problema mesmo que por algumas horas. O sentimento é esse aí. É bom demais”, relata Marcello.
O psicólogo Carlos Gonçalves explica que, desde a pré-história, o homem tem a necessidade de se comunicar. E hoje, com as redes sociais, não é diferente. As pessoas precisam falar e se manter em contato, mas muitas vezes esquecem de mudar de posição e se colocar no lugar do outro, o que acaba ocasionando os cancelamentos. Além disso, nas redes sociais, e na internet como um todo, os usuários assumem uma postura diferente, como se pudessem fazer e falar tudo, sem filtrar as palavras.
“Hoje, o contato entre as pessoas é muito instantâneo, e essa velocidade faz gerar, com certeza, uma série de contextos de problemas de saúde mental. Um deles é a questão da ansiedade. Temos tudo tão rápido que, se eu mandar uma informação para você e perceber que você não retornou, já é motivo para discussão. Isso faz com que a gente se sinta na obrigação de ter que andar com o celular para cima e para baixo. Mas, ao mesmo tempo em que a internet promoveu esse processo de comunicação com o mundo todo, há também uma falta do contato presencial. E por trás desse lugar onde a gente fica, por trás das telas, acreditamos que podemos tudo, inclusive falar mal do outro e ser agressivo. É como se fosse uma terra de ninguém. Na internet, as pessoas assumem um poder, uma força maior para falar e fazer o que quiserem. É um lugar permissivo, mas muito perigoso, porque faz com que a gente revele traços nossos que às vezes a gente até desconhece”, diz o psicólogo.
Do cancelamento ao acolhimento: uma luz no fim do túnel das redes sociais
Ele conta que, de fato, a internet não tem sido um lugar de gentilezas, apesar de algumas pessoas atuarem para promover uma mudança nesse aspecto, plantando uma semente para delicadezas, para falar de coisas boas. “Se formos prestar atenção, quando assistimos a um filme ou uma novela, há um certo masoquismo ligado a isso. Esperamos sempre a parte ruim, a tragédia. O ser humano tem uma ligação maior por esse lado da sombra, por esse lado perverso, e é nesse lugar que, muitas vezes, as pessoas se revelam e acabam atuando como juízes, por acreditar que têm o direito de julgar uma atitude do outro”, afirma.
Carlos chama a atenção para o fato de o cancelamento ser um tipo de punição que gera graves problemas para quem sofre, por isso, é importante estar atento ao que se comenta e se fala nesse espaço virtual.
“O cancelamento pune, deixa as pessoas sem uma coisa que é extremamente importante, que é a comunicação. Acabam o diálogo e a oportunidade de se defender. Hoje, as pessoas não estão mais com a prática de querer ouvir o lado A ou o lado B. Elas apenas fazem o julgamento dessa pessoa e a colocam nessa fogueira. Então, esse campo virtual acaba prejudicando e muito a vida de quem é atacado e pode desenvolver medo, pânico, depressão, ansiedade e outro tipo de transtornos. Ainda temos poucos movimentos no sentido contrário, pois fazer o bem não dá tanto ‘Ibope’, mas se a gente vê um desastre, algum crime, há essa tendência de as pessoas buscarem essas tragédias”, diz.
Carlos explica que, para entender determinados comportamentos do ser humano, é preciso fazer um mergulho na educação que a pessoa teve, pois isso é fator determinante para os comportamentos futuros. Por isso, é importante que os pais estejam atentos à maneira de educar seis filhos, permitindo que eles sintam medos, inseguranças e até frustrações, pois assim se tornarão adultos mais conscientes.
“Se formos fazer um mergulho na educação, os pais estão cada vez mais permissivos e colocam as crianças em uma redoma muito grande, onde elas não podem se sentir frustradas, inseguras e nem medo. Ou seja, eles protegem elas de todos os tipos de emoções, sensações e sentimentos. E no mundo interno, por não ser frustrada, a criança acredita que pode tudo diante das redes sociais. Por isso, é importante que os pais assumam suas responsabilidades, porque, de alguma forma, isso vai respingar no que estamos discutindo hoje. Fazer o bem é uma forma de aprendizado, muitas vezes, e na maioria das vezes, que aprendemos dentro das nossas casas. É aquela velha história: gentileza gera gentileza”, conclui Carlos Gonçalves.
A empresária e influenciadora Vanessa Severo, de 34 anos, sabe bem os efeitos que uma comunicação positiva e verdadeira pode gerar. Diariamente, ela compartilha com os seguidores a própria rotina, que passa pelo treino na academia e a ida ao trabalho, sempre precedidos pelo bom dia cheio de alegria e animação, um momento já esperado por todos que a seguem.
“Desde que eu comecei a expor minha rotina de mudança de hábitos, decidi que eu levaria ali o melhor de mim, não que eu não tenha problemas ou dificuldades, mas como sei que o outro não lida tão bem com isso, eu não seria mais uma gerando negatividade pro dia a dia das pessoas. Mostro minha rotina de trabalho, de treinos, leio textos motivacionais, passo minha mensagem de forma verdadeira e autêntica, sem mostrar uma perfeição que não existe e isso fez e faz com que as pessoas se conectem a mim e à minha história”, fala Vanessa.
Ela ressalta que, ao postar alguma coisa, sempre pensa no impacto que isso vai causar nas pessoas e no bem que uma simples mensagem pode gerar. Isso é o que a motiva, todos os dias, a dar o melhor que puder.
“O que me preocupa é justamente que as pessoas achem que eu sou perfeita e não só se inspirarem em mim, mas em querer ter a mesma vida que a minha e esquecerem de cuidar verdadeiramente de si. Mas como sempre tenho depoimentos de pessoas que esperam uma mensagem minha de bom dia, por exemplo, para se sentirem mais felizes, ou pessoas que lutam contra a depressão e ansiedade e que eu sou responsável pela melhoria dela… isso me motiva acordar e fazer o que faço todos os dias! Porque não é mais só sobre mim, é também sobre fazer o bem para outras pessoas”, diz.
Sobre o cancelamento, Vanessa conta que esse tipo de atitude fala muito sobre as pessoas que a praticam. Para ela, são pessoas que precisam cuidar da saúde mental antes de saírem julgando e agredindo virtualmente outros usuários das redes, simplesmente pelo fato deles pensarem ou agirem de maneira diferente.
“O cancelamento fala muito mais sobre as pessoas que o fazem, sobre os sentimentos que elas têm dentro de si. As redes sociais ganharam uma dimensão de utilização inesperada e incontrolável que, nem quem se expõe, nem quem apenas ‘olha’, estavam preparados para isso. Em geral, as pessoas não cuidam da sua saúde mental e preferem atacar as outras que agem de forma diferente. As críticas sempre existiram, mas as redes sociais se tornaram um depósito de críticas com ódio para as pessoas que não sabem lidar com as próprias frustrações. No fim, acredito que as pessoas deveriam cuidar muito mais da sua saúde mental para que isso não atingisse negativamente tantas pessoas”, completa.
A dica do psicólogo Carlos Gonçalves para quem usa as redes sociais é praticar a empatia e sempre se colocar no lugar do outro, o que, segundo ele, passa por um processo de autoconhecimento, de educação dentro de casa, dos valores, da ética e das responsabilidades que cada um carrega.
“A dica é sempre essa: prestar atenção e se colocar no lugar do outro. Se tivéssemos esse entendimento, as redes sociais e os processos de comunicação como um todo seriam mais leves, mais suaves”, conclui o especialista.
Fraudes no e-commerce somam R$ 200 mi em janeiro
Por PODER360
As tentativas de fraude no comércio eletrônico brasileiro alcançaram R$ 211,6 milhões em janeiro de 2025, revelou estudo da ClearSale, companhia de inteligência de dados e soluções antifraude, divulgado na 3ª feira (17.fev.2025). O valor representa queda de 14% em relação ao mesmo período de 2024, apesar do aumento de 29,21% no ticket médio das transações suspeitas. A empresa identificou 157,4 mil tentativas de fraude no período. O valor médio das transações fraudulentas chegou a R$ 1.300. O índice de fraudes ficou em 1,35% do total de transações analisadas, próximo aos 1,54% registrados em janeiro de 2024.
O levantamento analisou 14,5 milhões de compras realizadas com cartão de crédito no varejo digital entre 1º e 31 de janeiro de 2025. A ClearSale considera tentativas de fraude as transações classificadas como suspeitas ou confirmadas. Games lideraram o ranking de categorias mais visadas, com 5,4% das tentativas de fraude, seguidos por celulares (5,3%), informática (3,7%), acessórios eletrônicos (3,5%) e eletrodomésticos (3%). A categoria de games mantém a liderança pelo segundo ano consecutivo.
“Janeiro costuma ser um mês menos expressivo para o varejo, após as festas de fim de ano. Os golpistas, no entanto, tendem a intensificar suas ações com a aproximação de datas comemorativas importantes, como o carnaval”, afirma Matheus Manssur, superintendente comercial da da ClearSale.
O crescimento do comércio eletrônico brasileiro tem atraído cada vez mais a atenção de fraudadores. O setor movimentou R$ 185,7 bilhões em 2024, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
A percepção sobre a passagem do tempo e a relação com consumo
Por Andre Cruz
Vivemos hoje um momento transacional em que o presente é um momento único entre o passado que não nos representa mais e um futuro muito mais complexo do que estávamos acostumados a prever.
Já pararam para pensar em qual dia ficamos velhos ou deixamos de ser jovens? Chegaremos aos 100 ou entraremos em depressão aos 70? Voltaremos a estudar aos 80? Abriremos um novo negócio aos 25 e estaremos desempregados aos 35? Casaremos novamente? Mas o que é casar? O que realmente queremos?
Vivemos permeados por tradições culturais: uma data para casar, outra para ter filhos, um papel para os homens, outro para as mulheres. É como se tivéssemos que seguir, de forma consciente ou não, um cronograma homogêneo sobre o que deve ser vivido, como e quando, com prazos, regras e normas únicas, desconsiderando as pessoalidades e uniformizando comportamentos e traços culturais.
Vivemos hoje um momento transacional em que o presente é um momento único entre o passado que não nos representa mais e um futuro muito mais complexo do que estávamos acostumados a prever.
Se a ideia de estudar, trabalhar, ganhar dinheiro e se aposentar não faz mais sentido, como as pessoas estão percebendo e vivendo essa nova passagem do tempo? De que forma essas percepções influenciam e continuarão influenciando a tomada de decisão e o comportamento de consumo?
Analisar como a sociedade entende o consumo, a longevidade, a vida, a morte e outros temas correlatos nos faz perceber como a população é diversa e possui entendimentos diferentes das mesmas situações
Lançado recentemente, “A Permanência da Impermanência” é um estudo realizado pela Neura, consultoria de estudos comportamentais e porquês. O material revela as percepções dos brasileiros sobre a passagem do tempo, e provoca uma nova maneira de enxergar a vida, a sociedade e a forma como consumimos. A análise foi realizada com 1.538 respondentes brasileiros de diversas idades, classes sociais e regiões do país, além de 523 depoimentos e entrevistas em profundidade.
Para exemplificar o tema, a impermanência é uma lógica flexível que defende uma jornada de vida sujeita à influência de fatores externos. Esse conceito sobrepõe o envelhecimento e a longevidade com a ideia de que a vida é uma jornada com direções distintas, tempos diferentes e passível de ganho de qualidade ou quantidade, que não depende apenas das pessoalidades, mas também dos eventos que ocorrem cronologicamente e ocasionam o ganho de experiência.
É uma brincadeira com o tempo, um reconhecimento de que, para nós, as coisas precisam ir para poder ficar. Assim como os produtos, as marcas e os hypes que hoje fazem sentido e dão like amanhã podem perder relevância, ter menos apelo ou sair de moda. Entretanto, nem por isso o impermanente virará descarte, ele será uma outra coisa, uma reinvenção, uma continuidade que nada cria, mas tudo continua.
E, por que a impermanência é importante para compreender o momento em que vivemos? Existe uma carga simbólica sobre o que é considerado velho. Um medo ultravigilante que nos coloca em posição de alerta, que dispara sempre que a nossa idade avança ou quando “achamos” que temos uma ruga, ou quando nos comparamos com quem sequer conhecemos nas redes sociais.
A estetização de nossas vidas ainda passa pelo que é belo e jovem. Manter-se jovem é mais um reflexo de imposições sociais do que uma real preocupação com a saúde e o autocuidado. Falando em dados, de acordo com o estudo “A Permanência da Impermanência”, 81,4% das pessoas se sentem socialmente pressionadas a parecer mais jovens em algum grau. Para 33,4% das respondentes mulheres, existe uma enorme pressão estética da juventude, enquanto, para os homens, a pressão atinge 22,7%.
Analisar como a sociedade entende o consumo, a longevidade, a vida, a morte e outros temas correlatos nos faz perceber como a população é diversa e possui entendimentos diferentes das mesmas situações. Pois, claro, cada um tem a sua personalidade, pessoalidade e vivência. E é com isso em mente que, no estudo, foram identificados sete perfis comportamentais personificados por formas distintas de encarar a vida:
Perfil impermanente relativista: pessoas que negam o envelhecimento por medo ou resistência ao futuro. Preferem a morte antes de se tornarem “velhas”
Perfil impermanente pessimista: pessoas que acreditam não haver nada que se possa fazer para almejar uma vida melhor ou mais longa.
Perfil impermanente otimista: acreditam que a idade é irrelevante e que, se a mente continua jovem, a vida também permanece jovem. Elas têm uma visão mais leve para conduzir o futuro
Perfil impermanente idealista: pessoas que desejam viver mais, mas não praticam no presente nenhuma ação para conquistar tal desejo
Perfil impermanente progressista: encaram a vida de forma responsiva. Praticam ações para ter uma vida com mais qualidade, mesmo que planejada em curto ou médio prazo
Perfil impermanente protagonista: encaram a vida como algo passível de adaptação e mudanças. Exercem de forma contundente, desde sempre, uma série de ações propositivas para uma vida harmônica, de maneira planejada e em longo prazo
Perfil impermanente utopista: enxergam o futuro como uma certeza, onde a vida, sem dúvida, será mais longeva e com uma qualidade que, apesar do momento, continuará se manifestando de forma planejada e de acordo com as expectativas
Na impermanência, podemos ser todos os perfis comportamentais impermanentes ao longo da jornada da vida, do ano, da semana ou até no mesmo do dia. Desfrutamos os avanços da nanotecnologia, da aprendizagem profunda, da robótica, da tecnologia da informação e das comunicações, da vida sintética e de inúmeros outros campos emergentes que tornarão possível a todos viver mais e melhor.
Mas estamos prontos para viver mais e melhor? Se você vivesse até os 141 anos, como gostaria que o mundo fosse ou que serviços gostaria de ter?
Promover a autoaceitação e o conceito pró-idade. Estimular a complementação da saúde impermanente por meio da saúde preventiva. Promover movimentos inclusivos e experiências que proporcionem maior integração entre gerações. Ter uma educação continuada e com conteúdos que incentivem o desenvolvimento pessoal.
Como tempo de sobra ou vida de menos, a impermanência permanece daqui para a frente cada vez mais rápida, cada vez mais frequente, no seu tempo, e enquanto fizer sentido.
A vida é feita para acabar, mas quando acaba, começa de novo.
Vamos entender como podemos aplicar a neurociência no merchandising
Por Eduardo Eleuterio da Silva via Linkedin
A neurociência aplicada ao merchandising utiliza conhecimentos sobre o funcionamento do cérebro para influenciar as decisões de compra dos consumidores. Isso envolve estudar como os estímulos sensoriais, emoções e processos cognitivos afetam o comportamento do consumidor no ponto de venda.
Principais Aplicações da Neurociência no Merchandising
- CORES E EMOÇÕES
As cores ativam diferentes áreas do cérebro e influenciam o comportamento. Exemplo: o vermelho pode estimular impulsividade e urgência (promoções), enquanto o azul transmite confiança e tranquilidade.
- DISPOSIÇÃO DOS PRODUTOS (Planograma)
Produtos em nível dos olhos têm mais chances de serem notados e comprados.
Itens mais lucrativos costumam ser colocados à direita nas prateleiras, pois a maioria das pessoas é destra e olha primeiro para esse lado.
- GATILHOS SENSORIAIS
Música: Ritmos mais lentos fazem o cliente passar mais tempo na loja, enquanto músicas animadas podem estimular compras por impulso.
Aromas: Cheiros agradáveis ativam áreas do cérebro ligadas à memória e emoção. Exemplo: cheiro de pão assado em supermercados aumenta a compra de produtos de padaria.
- ILUMINAÇÃO ESTRATÉGICA
Luzes mais quentes e suaves criam uma sensação de conforto, incentivando o cliente a permanecer mais tempo.
Focos de luz direcionados para produtos específicos aumentam sua atratividade.
- PREÇO E PERCEPÇÃO DE VALOR
O cérebro processa preços terminados em .99 como mais baratos (exemplo: R$ 9,99 parece significativamente menor que R$ 10,00).
A técnica de “preço âncora” (mostrar um preço alto antes de um desconto) faz com que o consumidor perceba a oferta como mais vantajosa.
- ESCASSEZ E URGÊNCIA
Frases como “últimas unidades” ou “promoção por tempo limitado” ativam o medo de perder a oportunidade, aumentando as compras impulsivas.
- NEUROIMAGEM E EYE-TRACKING
Empresas usam ressonância magnética funcional (fMRI) e eye-tracking para entender como os clientes reagem visualmente às embalagens, propagandas e disposição dos produtos.
Essas estratégias mostram como o neuromarketing e o merchandising se combinam para criar experiências que influenciam o consumidor de forma inconsciente, aumentando as vendas e a fidelização.
As expectativas e Receios em relação às tecnologias pelo mundo
Por Kantar/Ibope
Na 45ª edição do Data Stories, exploramos a relação entre consumidores e as tecnologias no Brasil e ao redor do mundo, destacando como diferentes regiões percebem os efeitos das mudanças tecnológicas mais recentes e suas expectativas para as próximas que virão.
Clique AQUI e confira o estudo!
Sinergy abre espaço para colocar marcas em movimento
Por QG Comunica
A Sinergy, sempre com foco na conectividade e conteúdos personalizados para aproximar marcas e pessoas, firmou uma nova e importante parceria.
Agora a ação envolve a OD Drive, uma plataforma tecnológica de mídia Out of Home (OOH) para veículos de aplicativo. O objetivo é transformar carros de aplicativo em verdadeiros outdoors em movimento e seus motoristas, em promotores da marca. Até o início deste ano havia 7 mil motoristas parceiros, 230 anunciantes ativos em 16 Estados. Trata-se de mais ummavanço para proporcionar campanhas muito além da publicidade, transformando o fluxo das cidades em experiências. Com a união, firmada agora no início do ano, em um almoço para convidados no restaurante italiano Di Paolo, a Sinergy será a representante da OD Drive no Rio Grande do Sul e em São Paulo.
“A Sinergy começa o ano de 2025 muito bem, abrindo com um pé direito, com o lançamento da OD Drive, que é a mais nova parceria que a gente está fazendo agora. Somos parceiros na parte de produção. Praticamente todos os carros por aplicativo têm essa conexão com a OD Drive. Poderemos envelopar esses carros. São várias modelagens para as frotas.
Com isso, voltamos para a nossa origem, na volta de telas estáticas em movimento. O mundo digital é incrível, mas agora vamos ter um equilíbrio entre digital e as telas estáticas com a parceria com a OD Drive, que a gente está apresentando para o mercado“, ressalta Eduardo Ferreira, sócio-fundador e CEO da Sinergy.
Para Eduardo Guidi, diretor comercial da OD Drive, reforça a importância da parceria. “A Sinergy vai comercializar e representar a OD Drive em todo Rio Grande do Sul, inclusive podendo comercializar essas mídias fora do Estado. A OD Drive é uma mídia para carros de aplicativo com tecnologia embarcada e está presente em todo o Brasil.” Mais oportunidades dentro de um universo de ativos próprios da Sinergy, que conta mais de 80 exibidores parceiros em todo o Brasil de mídia Out of Home, que é uma ferramenta fundamental para empresas que desejam se destacar em um mercado cada vez mais competitivo. Trata-se da presença estratégica em locais de alta visibilidade, aliada ao poder de impactar diferentes públicos, E agora com a possibilidade também da marca ganhar espaço em veículos de aplicativos. Investimento inteligente para conexão com a comunidade. E mais.
Em um mundo repleto de informações digitais, a mídia OOH representa um contato visual poderoso da comunicação criativa que tem o diferencial de acompanhar e estar no caminho de forma impactante no cotidiano das pessoas. Para completar, recentemente, a Sinergy, no compromisso com a qualidade para solidificar ações, produtos e serviços, assumiu a representação na região Sul da NEOOH, que atua nos setores de mídia aeroportuária e mídia em terminais rodoviários, impactando milhões de passageiros todos os anos.
Empresas se queixam de “epidemia de bets” no ambiente de trabalho
Por Maria Luiza Dourado
Os jogos de azar, conhecidos popularmente por bets, estão afetando a vida dos funcionários de empresas de diversos segmentos, em uma “epidemia” que faz apostas serem encaradas como investimento e traz problemas financeiros para os envolvidos, segundo estudo inédito realizado pela Creditas Benefícios, em parceria com Wellz by Wellhub e Opinion Box.
De 405 entrevistas realizadas com profissionais de recursos humanos e em cargos de gestão de médias e grandes empresas entre novembro e dezembro de 2024, a maioria (80%) acredita que as apostas podem afetar o desempenho dos colaboradores, e 73% afirmaram que o tema deve ser tratado internamente – apesar disso, poucas (6%) tomaram algum tipo de providência.
Dos entrevistados, 53% relatam que os colaboradores enfrentam dificuldades financeiras devido às apostas; 54% afirmam que funcionários utilizam horários de descanso, como a pausa para o almoço, para jogar; e 56% acreditam que seus colaboradores acreditam que apostas sejam uma forma de investir.
Quando perguntados sobre a impressão em relação ao envolvimento dos funcionários com apostas, 47% afirmou que percebeu um aumento nos últimos anos, enquanto 20% acha que se manteve o mesmo. Apenas quatro 4% acredita que o envolvimento tenha diminuído.
“É interessante perceber que 20% não soube responder essa questão. Isso significa que profissionais de RH e gestores estão distantes dos seus colaboradores, considerando que mais de 70% dos entrevistados reconhecem a importância do tema”, explica Felipe Schepers, diretor de operações do Opinion Box.
Bets e educação financeira menos relevantes
A falta de atenção também foi refletida ao descobrir que o tema “bets” é menos discutido (6%) do que ergonomia, citado por 26% dos entrevistados. Educação financeira vem logo após, com 30% de citações, superado por comunicação assertiva (31%) e gestão tempo (37%).
Os temas com mais popularidade entre os gestores foram liderança e saúde mental, com 60% das citações cada; plano de carreira, com 48%; diversidade, 46%, e inteligência artificial, com 41%.
O erro de não falar
A insatisfação expressada por 29% dos entrevistados em relação aos esforços das empresas para lidar com as bets e o impacto na saúde financeira e emocional dos funcionários também expressa a falta de atenção para o tema.
Embora quase metade (47%) dos entrevistados acreditem que seus colaboradores estejam cientes de potenciais consequências negativas das apostas, apenas 36% sentem que a liderança de suas organizações está preparada para lidar com o problema – uma contradição em vista dos riscos ao indivíduo e à organização que as apostas representam.
“A alta capacidade de gerar dependência faz das apostas e jogos de azar – reconhecidos no DSM-5 como ‘Gambling Disorder’ – um problema de saúde mental grave, que pode levar a consequências extremas, incluindo o suicídio”, explica Ines Hungerbühler, psicóloga PhD e Head de Estratégia Clínica do Wellz.
Do lado do impacto na organização, os profissionais entrevistados, que são especialistas em gestão de pessoas, enxergam como potenciais malefícios causados pelas bets nas suas equipes: impacto na saúde mental e física dos colaboradores (66%), queda de produtividade (59%), colaboradores mais ansiosos (51%).
“As bets tanto causam ansiedade quanto são usadas como fuga de um quadro de ansiedade”, pontua Schepers, do Opinion Box, que complementa explicando que, no limite de uma reação em cadeia, este cenário pode até mesmo levar a uma insatisfação do colaborador com o próprio salário, gerando um efeito real na produtividade, nas relações interpessoais e no resultado na empresa.
Debater bet é debater educação financeira e saúde mental
“Essa pesquisa serve como um alerta para que as organizações abordem proativamente esse tema entre os funcionários. Ao implementar estratégias abrangentes que incluam educação financeira, para que as pessoas entendam que apostas não são investimentos ou segunda fonte de renda, apoio e comunicação aberta, as empresas podem mitigar os impactos negativos do jogo e promover um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo”, explica Guilherme Casagrande, educador financeiro da Creditas.
Ines Hungerbühler reforça a importância de implementar essas estratégias de maneira personalizada, considerando o perfil social e econômico dos colaboradores. “A primeira conversa tradicionalmente acontece de uma maneira mais geral, mas esse primeiro momento precisa abrir espaço para uma orientação personalizada”, finaliza.
Estilo de vida afeta mais o envelhecimento do que a genética, diz estudo
Por Gabriela Maraccini
Um novo estudo mostrou que o estilo de vida, como fumar ou manter uma rotina de atividade física, pode ter um impacto maior na saúde e no envelhecimento do que a genética. O trabalho, liderado por pesquisadores da Oxford Population Health, foi publicado nesta quarta-feira (19) na revista médica Nature Medicine.
O estudo foi feito usando dados de quase meio milhão de participantes do UK Biobank, um grande banco de dados biológicos de longo prazo feito no Reino Unido. Os pesquisadores avaliaram a influência de 164 fatores ambientais e pontuações de risco genético para 22 doenças comuns no envelhecimento, além de doenças relacionadas à idade e à morte prematura.
Segundo o estudo, fatores ambientais (incluindo o estilo de vida) explicaram 17% da variação no risco de morte, em comparação com menos de 2% explicados pela predisposição genética. Dos 24 fatores ambientais identificados, o tabagismo, status socioeconômico, atividade física e as condições de vida tiveram maior impacto na mortalidade e no envelhecimento biológico.
O tabagismo foi associado a 21 doenças, enquanto fatores socioeconômicos, como renda familiar, propriedade de casa e situação de emprego, foram associados a 19 doenças. Já a falta de prática de atividade física foi associada a 17 doenças.
Outra conclusão feita pelo estudo é que a exposição precoce a fatores de risco, como tabagismo durante a gravidez e sobrepeso aos 10 anos, podem influenciar no envelhecimento e no risco de morte prematura cerca de 30 a 80 anos depois.
“Nossa pesquisa demonstra o profundo impacto na saúde das exposições que podem ser alteradas por indivíduos ou por meio de políticas para melhorar as condições socioeconômicas, reduzir o tabagismo ou promover a atividade física”, afirma Cornelia van Duijn, professora de epidemiologia da St. Cross na Oxford Population Health e autora sênior do artigo, em comunicado à imprensa.
“Embora os genes desempenhem um papel fundamental nas condições cerebrais e em alguns tipos de câncer, nossas descobertas destacam oportunidades para mitigar os riscos de doenças crônicas do pulmão, coração e fígado, que são as principais causas de incapacidade e morte em todo o mundo”, completa. “As exposições no início da vida são particularmente importantes, pois mostram que os fatores ambientais aceleram o envelhecimento no início da vida, mas deixam ampla oportunidade para prevenir doenças duradouras e morte precoce.”
Os pesquisadores utilizaram uma medida única de envelhecimento, com base nos níveis de proteína no sangue, para monitorar a rapidez com que as pessoas estão envelhecendo. Isso permitiu que eles vinculassem exposições ambientais que preveem mortalidade precoce com envelhecimento biológico.
“Nossa abordagem nos permitiu quantificar as contribuições relativas do ambiente e da genética para o envelhecimento, fornecendo a visão geral mais abrangente até o momento dos fatores ambientais e de estilo de vida que impulsionam o envelhecimento e a morte prematura. Essas descobertas ressaltam os benefícios potenciais de focar intervenções em nossos ambientes, contextos socioeconômicos e comportamentos para a prevenção de muitas doenças relacionadas à idade e morte prematura”, avalia Austin Argentieri, autor principal do estudo na Oxford Population Health and Research Fellow no Massachusetts General Hospital.
“Há muito tempo sabemos que fatores de risco como fumar impactam nossa saúde cardíaca e circulatória, mas esta nova pesquisa enfatiza o quão grande é a oportunidade de influenciar nossas chances de desenvolver problemas de saúde, incluindo doenças cardiovasculares, e morrer prematuramente. Precisamos urgentemente de uma ação ousada do Governo para atingir as barreiras superáveis à boa saúde que muitas pessoas no Reino Unido estão enfrentando”, acrescenta Bryan Williams, diretor científico e médico da British Heart Foundation.