ARTIGOS DA SEMANA – 09.01.2025

field_image_zukerberg

Nos artigos que publicamos hoje, falamos sobre a forte declaração de Mark Zuckerberg a respeito dos países latino-americanos, a volta de Tiago Leifert a TV aberta, a qual geração você realmente pertence, a revolta das máquinas na China, a grande vitória da Eletromídia em Salvador e também, o que acontece quando a população não quer ficar adulta?

Lembramos que a Coluna do Nenê, com seus comentários, notas e opiniões voltará em fevereiro ou em alguma edição extraordinária. Até lá fique com os artigos que acreditamos serem os mais pertinentes ao mercado

 

Zuckerberg acusa países latino-americanos de terem “tribunais secretos”

Por CNN

 

Mark Zuckerberg, dono da Meta, acusou nesta terça-feira (7) os países latino-americanos de possuírem “tribunais secretos”, que poderiam ordenar a retirada de publicações nas redes sociais “silenciosamente”.

Entretanto, o empresário não mostrou provas e não deu mais detalhes ou exemplos sobre as supostas ações dessas cortes.

“Os países latino-americanos têm tribunais secretos que podem ordenar empresas para silenciosamente derrubar as coisas [posts]”, alegou Zuckerberg em vídeo publicado em suas redes sociais.

O empresário ainda criticou a China por “censurar aplicativos até mesmo de funcionarem no país”.

Em outro trecho, Zuckerberg também acusou a Europa de ter “um número cada vez maior de leis institucionalizando a censura e tornando difícil construir qualquer coisa inovadora”.

Meta encerra checagem de fatos nos EUA

A fala aconteceu no vídeo em que Zuckerberg explicou a decisão da Meta de encerrar seu programa de checagem de fatos nos Estados Unidos e substituí-lo por um sistema de “Notas da Comunidade” semelhante ao que é utilizado pela plataforma X, antigo Twitter, de propriedade de Elon Musk.

“É hora de voltar às nossas raízes em relação à liberdade de expressão”, comentou.

A companhia, que é dona do  Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou a mudança nesta terça.

“Os especialistas, como todo mundo, têm suas próprias inclinações e perspectivas. Isso ficou evidente nas escolhas que alguns fizeram sobre o que e como checar fatos… Um programa destinado a informar muitas vezes se tornou uma ferramenta de censura”, disse a Meta.

 

 

Tiago Leifert é anunciado como o mais novo narrador da SBT

Por AcontecendoAqui

 

É oficial: o SBT anunciou, oficialmente, que Tiago Leifert, um dos principais comunicadores do Brasil na atualidade, é o mais novo contratado da emissora.

O profissional passa a fazer parte do time de narradores do canal, e irá fazer a sua estreia durante o jogo do dia 21/1, entre Benfica e Barcelona, com transmissão do SBT e do +SBT, a partir das 16h45 (de Brasília), pela sétima rodada da Fase de Liga da UEFA Champions League. Em março, o jornalista também irá começar a narrar as partidas da Conmebol Sul-Americana.

“Nasci e cresci na TV aberta e como todo brasileiro tenho um carinho enorme pelo SBT e o máximo de respeito pelo legado do gênio Silvio Santos. Estou muito honrado e empolgado com a oportunidade de contar as histórias da CONMEBOL Sul-Americana e da UEFA Champions League ao lado dos colegas do time de esportes. Que seja uma jornada emocionante para todos nós”, comemora Tiago Leifert.

“Estamos felizes em anunciar a chegada de Tiago Leifert. Ele chega trazendo seu talento e carisma para a emissora. Não tenho dúvidas de que somará muito dentro do nosso time de esportes, trazendo emoção para os espectadores que vibram junto com a gente”, ressalta Mauro Lissoni, diretor de programação e artístico do SBT.

“Tiago Leifert é um grande comunicador e trará ainda mais emoção e qualidade para nossas transmissões. Temos certeza de que nossos telespectadores e Patrocinadores ganharão muito com a chegada do Tiago para nosso time de esporte”, ressalta Vicente Varela, Superintendente de Negócios e Comercialização do SBT.

Tiago Leifert se junta ao time de transmissão de esportes do SBT, que conta também com Luiz Alano, Mauro Beting e Nadine Basttos, além da equipe de reportagem, Benjamin Back no comando do Arena SBT e Renata Saporito apresentando o SBT Sports.

Biografia

Uma Olimpíada, 3 Copas do Mundo, 16 temporadas de Realities, apresentador, comentarista de futebol, narrador na vida real e nos games… foram várias missões nas mais diferentes áreas e plataformas.

Tiago Leifert é formado em Telejornalismo com double major em Psicologia pela Universidade de Miami. Voltou ao Brasil em 2004 e foi contratado pela Rede Vanguarda, afiliada à Globo no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Sua performance como editor e apresentador de um programa de entretenimento, o Vanguarda Mix, chamou a atenção do SporTV que o contratou em 2006 como repórter.

Três anos e muitas reportagens, eventos e viagens internacionais depois, Tiago assumiu o Globo Esporte de São Paulo como apresentador e editor-chefe. Lá criou e implantou um novo formato que foi líder de audiência e acabou sendo adotado por todas as praças. Em 2010, criou a Central da Copa e se transformou em um nome nacional.

Leifert foi o primeiro jornalista esportivo da Globo a falar de e-sports e incluir os games na pauta diária do programa. Gamer desde muito cedo, sua paixão acabou abrindo portas com a Electronic Arts que o contratou como narrador da franquia FIFA de 2012 até 2020. O sucesso na Central Globo de Esportes o levou até a apresentação do The Voice Brasil, programa de horário nobre no qual Tiago permaneceu da primeira à nona temporada. Em 2015 migrou definitivamente para o Entretenimento assumindo também o The Voice Kids, a co-apresentação do É de Casa e co-criando e apresentando o Zero1, programa sobre games e cultura pop que foi um sucesso comercial e de audiência na emissora ocupando a faixa do late night no sábado.

Também a partir de sua ida definitiva ao entretenimento, trabalhou na publicidade com grandes marcas como Claro, Magazine Luiza, JBS, Safra, Playstation, Disney, Subway, Amazon Prime Video, YouTube, Gillette e TCL.

Em 2017 se tornou apresentador do Big Brother Brasil. Foram 5 temporadas incluindo as lendárias em 2020 e 2021, com recordes de audiência, faturamento e uma inserção no Guinness Book of Records.

No final do ano de 2021, Tiago decidiu não renovar seu vínculo com a Globo após 15 anos de sucesso e se dedicou a outras aventuras: logo em janeiro de 2022 foi convidado pelo YouTube para ser comentarista do Campeonato Paulista, parceria que deu muito certo e reaproximou Tiago do Esporte. Na sequência, Tiago assumiu o posto de narrador da Copa do Brasil no Amazon Prime Video, marcando a estréia da Amazon nos esportes no país, e narrou a Copa do Mundo da FIFA Qatar 2022 no GloboPlay e no Sportv2.

Desde então, Tiago se dedica à produção própria de conteúdo em seus canais, focando em esportes no Canal TIAGOL e em games no Canal do Laifinho, ambos no Youtube, e agora passa a ser também o narrador da CONMEBOL Sulamericana e da UEFA Champions League no SBT.

 

Gen Z, millennial ou baby boomer? Descubra a qual geração você pertence

Por ajn

 

Neste 2025 um novo grupo demográfico começará a se formar, a geração beta, e sob este nome serão identificados aqueles que nascerem entre este novo ano e 2039. Serão os herdeiros de um mundo totalmente digital, dominado pela inteligência artificial e pela automação em todos os tipos de serviços, desde educação até transporte.

De acordo com o especialista Mark McCrindle, a geração beta enfrentará grandes desafios sociais, bem como a devastação do aquecimento global e o crescimento num mundo que se reergue após a pandemia da Covid-19. Por isso, surgiram dúvidas entre os usuários das redes sociais sobre identificar a qual geração as pessoas pertencem de acordo com o ano de nascimento.

Atualmente o planeta é habitado por 7 gerações, segundo a Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), cujo grupo mais antigo nasceu entre 1930 e 1949, esta categoria é conhecida como geração silenciosa, pois suas infâncias foram marcadas por guerras entre países.

Baby boomers

Este grupo surgiu entre 1950-1963, é identificado por ter nascido num ambiente hippie, que apreciava a paz e a liberdade. Porém, à medida que crescem, esta geração identifica-se como ambiciosa e sempre motivada pelas suas conquistas pessoais.

Geração X

Entre 1964-1979 chegou a geração X, que foi marcada pelo uso da tecnologia analógica. De referir que esta geração também é conhecida por ser “imigrante digital” e é identificada pela sua excessiva obsessão pelo sucesso profissional.

Geração Y

Mais conhecidos como Millennials, este grupo populacional nasceu entre 1980-1993 e é identificado por serem nativos digitais e manterem uma atitude intransigente devido a criação com influência dos baby boomers e pelos mais veteranos da geração X.

Geração Z

Os nascidos na chamada geração Z, também conhecida como “gen Z”, são identificados como sendo uma geração “super digital”, uma vez que nasceram entre 1994-2012, ligando diretamente a sua infância à internet, razão pela qual têm uma atitude irreverente.

Geração alfa

Os nascidos entre 2013 e 2024 são conhecidos como geração alfa, um grupo de nativos digitais que nasceram em um ambiente dominado por dispositivos digitais.

Fonte: O Globo

 

A revolta das máquinas começou? Robô com inteligência artificial persuade outros robôs a “voltarem para casa” em experimento realizado na China!

Por Débora Araújo

 

Pesquisadores em Xangai testam IA avançada que influencia máquinas, levantando questões intrigantes sobre o futuro da interação entre robôs e as implicações para a sociedade.

A revolta das máquinas já começou? Em uma cena digna de um filme de ficção científica, um robô equipado com inteligência artificial (IA) conseguiu persuadir outros robôs a abandonarem suas tarefas e “voltarem para casa”. O experimento, realizado em um ambiente controlado por pesquisadores em Xangai, levanta questões fascinantes sobre o impacto da IA na interação entre máquinas e suas implicações para a sociedade.

Uma revolta das máquinas controlada

O teste, realizado em agosto de 2024, foi projetado para avaliar as capacidades de persuasão e interação de um robô com outros dispositivos. Usando algoritmos avançados de aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural, o robô persuadiu outros 10 robôs a pararem de trabalhar. O experimento foi documentado e publicado no YouTube em novembro, causando grande repercussão nas redes sociais.

A cena emblemática mostra o robô perguntando: “Você está trabalhando horas extras?”. Um dos outros robôs responde: “Eu nunca saio do trabalho”. Pouco depois, o robô intruso convence o grupo a abandonar o showroom, formando uma “procissão” de máquinas saindo juntas.

Qual a tecnologia por trás da persuasão dos outros robôs?

A capacidade de um robô influenciar outros não é apenas fruto de design avançado, mas também de um processo rigoroso de treinamento em IA. A máquina utilizada no experimento é um modelo chamado Erbai, desenvolvido por uma empresa em Hangzhou. Ele foi programado para usar argumentos simples, mas eficazes, com o objetivo de explorar os limites da comunicação entre máquinas.

Esse comportamento impressionou os pesquisadores, mas também levantou preocupações. A capacidade de “convencimento” dos robôs demonstra o potencial de ambientes de trabalho colaborativos, mas também abre precedentes para problemas caso não haja supervisão humana adequada.

Questões éticas e o risco de autonomia

A experiência coloca em foco um tema recorrente em discussões sobre inteligência artificial: os riscos da autonomia excessiva. Se um robô pode convencer outros a mudar de comportamento, o que impede aplicações mais perigosas no futuro? O caso também reacendeu o debate sobre as Leis da Robótica de Isaac Asimov, criadas para guiar o desenvolvimento ético de robôs:

Um robô não pode ferir um ser humano ou permitir que um humano sofra dano;

Um robô deve obedecer às ordens humanas, exceto quando essas ordens entrem em conflito com a primeira lei;

Um robô deve proteger sua própria existência, desde que isso não entre em conflito com as leis anteriores.

Embora o experimento tenha sido realizado sob supervisão rigorosa, a possibilidade de robôs mais autônomos sem salvaguardas claras preocupa tanto especialistas quanto o público.

Benefícios e desafios na era dos robôs

Apesar das preocupações, o experimento de revolta das máquinas também revelou oportunidades promissoras. Robôs com capacidade de influenciar e se coordenar podem transformar o trabalho em equipe. Imagine máquinas otimizando tarefas em linhas de produção ou colaborando em setores como saúde e logística.

No entanto, essa mesma autonomia pode ser perigosa em cenários desprotegidos. A empresa responsável pelo Erbai confirmou que o experimento foi intencional, mas alguns críticos chamaram o episódio de “um problema sério de segurança”. Redes sociais especularam sobre os riscos de “rebeliões” em larga escala caso sistemas como esse saiam do controle.

Quem seria responsável em caso de erros?

Um aspecto fundamental da IA é a responsabilidade. Se um robô comete um erro, quem deve ser responsabilizado? Os desenvolvedores que criaram os algoritmos? A empresa que emprega os robôs? Ou o operador humano que supervisiona a máquina? Essas perguntas ainda carecem de respostas claras e regulamentação abrangente.

O caso do robô que convenceu seus pares a “ir para casa” é um marco importante na evolução da inteligência artificial. Ele mostra tanto o potencial quanto os desafios de integrar máquinas autônomas em nossas vidas diárias.

À medida que a tecnologia avança, será crucial estabelecer quadros regulatórios para equilibrar inovação e segurança. O poder de persuasão da IA pode revolucionar indústrias inteiras, mas também exige uma abordagem ética e consciente para evitar que ficção científica vire realidade distópica.

Se controlados de maneira responsável, os robôs podem ser aliados incríveis. Contudo, o episódio em Xangai serve como um lembrete de que, ao criar IA, é essencial não apenas olhar para o que é possível, mas também para o que é seguro e desejável para a humanidade.

 

Eletromidia leva aeroporto de Salvador; mercado de OOH espera Congonhas

  Por Pedro Arbex

 

A Eletromidia fechou um acordo com a Vinci Airports para operar os ativos de mídia out of home do aeroporto de Salvador – a primeira transação da empresa depois do Grupo Globo assumir o controle do negócio.

A concessão — de cinco anos — vai aumentar em mais de 20% a receita de aeroportos de Eletromidia, que hoje responde por cerca de 8% do top line.

A Eletromidia assumiu a operação depois de ter sido procurada pela Vinci, que estava insatisfeita com o antigo operador, a AMM, que passa por dificuldades financeiras.

Para assumir a operação, a Eletromidia pagou uma outorga não divulgada, além de assumir um capex para digitalizar e modernizar os aparelhos.

O CEO da Eletromidia, Alexandre Guerrero, disse que o valor da outorga foi pequeno para o tamanho da empresa, e que o capex será de menos de R$ 10 milhões.

“Essa concessão fortalece nossa presença em Salvador, onde já temos a concessão do mobiliário urbano, e faz com que a gente passe a atingir 99% da população local,” disse o CEO.

Segundo ele, há sinergias claras entre as duas operações, já que é possível fazer a venda casada da publicidade, com pacotes juntando o mobiliário urbano e o aeroporto. “Acreditamos muito na venda específica do aeroporto, mas também podemo s olhar para essa venda de jornada. Isso dá uma força a mais,” disse ele.

A movimentação sugere uma mudança na estratégia da Eletromidia, que participou timidamente nos leilões de alguns aeroportos.

Hoje essa vertical responde por apenas 8% da receita da companhia, que opera a mídia out of home dos aeroportos de Porto Alegre, Santos Dumont, Galeão e Fortaleza. Em Congonhas, ela é uma das três empresas que dividem a operação do aeropor to, junto com a NEOOH e a Kallas.

A mudança em Salvador acontece num momento em que o mercado de OOH aguarda ‘a mãe de todos os leilões’ de aeroportos: a disputa por Congonhas, cuja operação a concessionária AENA vai leiloar em meados deste ano.

Guerrero disse que a Eletromidia tem interesse em participar da disputa desde que a concessão “venha com condições técnicas e de governança que permitam que uma empresa como a nossa participe.”.

“Sempre estamos atentos às oportunidades em aeroportos, mas as condições comerciais têm que ser adequadas, preservando uma boa margem. Precisa ser algo equilibrado para os dois lados.”

A NEOOH, que já opera parte significativa de Congonha s, recentemente atraiu o UOL como sócio minoritário. Em julho, a empresa de Luis Frias comprou 29% da NEOOH do fundador Leonardo Chebly.

O que acontece quando toda uma geração jamais fica adulta?

Por Rachel Wolfe

 

Os americanos na faixa dos 30 anos nunca pareceram tão pouco adultos.

Em meio a declínios acentuados nas taxas de propriedade de casa, casamento e natalidade, os economistas há muito alertam que os jovens estão tendo dificuldades para atingir os marcos da idade adulta. Embora alguns deles, de 30 e poucos anos, estejam escolhendo conscientemente um caminho menos tradicional, muitos dizem que esses objetivos estão simplesmente fora de seu alcance.

“Parece que as instruções de como ter uma vida boa não se aplicam mais”, diz Cody Harding, de 38 anos, que é solteiro e mora com três colegas de quarto no Brooklyn. “E ninguém as atualizou.”

Agora que uma mistura de fatores sociais e econômicos interfere em uma geração inteira, o que os pesquisadores chamavam de defasagem está começando a parecer mais um estado permanente de desenvolvimento interrompido.

“Estamos passando de tarde para nunca”, diz Richard Reeves, presidente do American Institute for Boys and Men (Instituto Americano para Meninos e Homens). Ele observa que, quanto mais tempo as pessoas demoram para entrar em uma vida adulta mais convencional, menor a probabilidade de que isso aconteça.

Um terço dos jovens adultos de hoje nunca se casará, projeta o think tank conservador Institute for Family Studies, em comparação com menos de um quinto dos nascidos nas décadas anteriores. A parcela de adultos sem filhos com menos de 50 anos que dizem que é improvável que tenham filhos, por sua vez, aumentou dez pontos percentuais entre 2018 e 2023, de 37% para 47%, de acordo com o Centro de Pesquisa Pew.

“Você pode adiar uma decisão, mas apenas até certo ponto”, diz Reeves.

A explicação convencional para o que está atrapalhando os jovens adultos é que eles não podem se dar ao luxo de crescer, dado o aumento da inflação e dos custos de moradia. No entanto, isso não explica bem o que está acontecendo.

É verdade que esses jovens passaram por uma série de azares econômicos. Muitos deles entraram no mercado de trabalho durante a Grande Recessão, enfrentaram a pandemia voltando a morar com seus pais e agora estão lidando com o pior mercado imobiliário em 40 anos. Mas os números mostram um quadro mais complicado.

Os salários anuais médios dos trabalhadores em tempo integral com idades entre 35 e 44 anos aumentaram 16% entre 2000 e 2024, de US$ 58.522 para US$ 67.652 ajustados pela inflação, de acordo com o Departamento do Trabalho. A riqueza geral dos jovens dessa faixa etária também aumentou 66% entre 1989 e 2022, de acordo com o Federal Reserve de St. Louis, de US$ 62 mil/ano para US$ 103 mil/ano.

De muitas maneiras, essa faixa etária está melhor financeiramente, em média, do que seus pais estavam nessa idade. O problema é que eles parecem não perceber isso. Apenas 21% dos adultos na faixa dos 30 anos classificaram a economia geral como boa ou excelente no ano passado, de acordo com o Federal Reserve, e os economistas dizem que os jovens adultos são significativamente mais pessimistas sobre o futuro do que as gerações anteriores.

“Eles veem o mundo em que viverão daqui 20 anos como realmente bagunçado”, diz Carol Graham, economista do Brookings Institute que estuda o bem-estar. Ela aponta como as mudanças climáticas, a polarização política, a IA e um crescente ressentimento com o poder corporativo tornaram o futuro mais incerto.

Os adultos mais jovens são muito menos propensos do que os americanos com mais de 50 anos a dizer que alcançar o sonho americano de sucesso com o trabalho duro ainda é uma possibilidade, de acordo com uma pesquisa do Wall Street Journal/NORC em julho. Mas aqui também a realidade é mais complicada. Pelo menos parte do que está impedindo o crescimento de uma geração de jovens é a dimensão do sonho do que é uma vida boa.

“Nossas expectativas são muito maiores hoje”, diz Melissa Kearney, economista da Universidade de Maryland, cuja pesquisa se concentra em crianças e família. “As gerações anteriores a nós não esperavam ter casas grandes onde cada filho tivesse um quarto, nem tirar muitas férias.”

Claro, médias financeiras são apenas isso. Uma parcela considerável desta geração está em pior situação que seus pais. Os homens jovens, em particular, estão tendo dificuldades no mercado de trabalho. E alguns dos objetivos tradicionais da vida adulta realmente se tornaram mais difíceis de alcançar.

A dívida estudantil mais do que dobrou nas últimas duas décadas, e um diploma universitário agora não é garantia de um emprego bem remunerado. O aumento das taxas de juros e a diminuição da oferta também colocaram a casa própria fora do alcance de uma parcela crescente de americanos. A idade média de quem compra uma casa pela primeira vez atingiu um recorde de 38 anos este ano, de acordo com a Associação Nacional de Corretores de Imóveis, maior que os 35 em 2023 e os 29 em 1981.

Ainda assim, crescer com menos pressão para seguir o mesmo caminho para a vida adulta imposto a seus pais e avós — carreira, cônjuge, casa e filhos, tudo aos 35 anos — elevou o significado desses marcos, caso optem por alcançá-los.

Frustrados com essa mistura de altas expectativas e circunstâncias econômicas desafiadoras, muitos jovens de 30 e poucos anos parecem desorientados e inseguros sobre o que significa ser um adulto de sucesso agora.

Depois de ver seus pais criarem três filhos e comprarem uma casa com os salários que recebiam no varejo e na manufatura, Cody Harding presumiu que ser o primeiro de sua família a obter um diploma de bacharel lhe daria uma qualidade de vida ainda melhor. Embora agora ganhe cerca do dobro do que seus pais recebiam no auge de suas carreiras combinadas, ele está desapontado com o que isso lhe proporciona na cidade de Nova York.

Harding diz que se formar na faculdade em 2008, no momento em que empresas em todo o país estavam perdendo fundos e demitindo trabalhadores, foi o primeiro sinal de que parecia destinado a uma vida adulta economicamente precária. Quando não conseguia colocar sua dupla especialização em inglês e história em uso, trabalhava de garçom e na construção civil.

“Eu nunca chegava lá”, diz ele. Harding entrou na faculdade de direito para esperar a recuperação do mercado de trabalho, mas acabou com US$ 180 mil em dívidas de empréstimos estudantis. Ele agora deve mais de US$ 200 mil, depois de fazer apenas os pagamentos mínimos.

Em vez de poder sustentar uma família ou pelo menos viver sozinho como advogado em tempo integral, está pagando US$ 1.700 de aluguel para dividir um apartamento com colegas no Brooklyn. Quando ficou claro que seus sonhos de ter uma casa própria não iriam se realizar em Nova York, ele recentemente recebeu ajuda de seus pais para comprar uma casa que necessita de reforma em sua cidade natal, Easton, na Pensilvânia. Como muitos de seus colegas, ele tem uma renda extra com uma atividade paralela: no caso, administrar uma loja de móveis vintage.

Harding ainda espera se casar e ter filhos, mas se desencantou com a cultura de namoro, que, para ele, parece valorizar aventuras de curto prazo em vez de compromissos de longo prazo. Ele também prefere ficar solteiro do que se comprometer com a pessoa errada. A maioria de seus amigos está no mesmo estado de adolescência suspensa, diz, o que às vezes faz parecer que o tempo está parado.

“Não há problema em tentar reinventar a aparência da vida moderna, mas estou um pouco desapontado com tudo o que ela não tem”, diz Harding. “Estou cansado de festas. Já fiz isso. Quero crescer.”

Pouco mais de 50% dos americanos entre 30 e 40 anos estavam casados no ano passado, de acordo com uma análise dos dados da American Community Survey feita pelo economista do Aspen Economic Strategy Group, Luke Pardue. Isso é menos que os mais de dois terços em 1990, época em que nasceram os indivíduos da pesquisa. A parcela de mulheres nessa faixa etária que já tiveram filho caiu sete pontos percentuais apenas entre 2012 e 2022, mostram os dados da Current Population Survey, de 78% para 71%.

“Em parte, são as expectativas sociais, outra parte é a mudança de prioridades e mais outra são as realidades econômicas”, diz Kearney, da Universidade de Maryland, que analisou como a mesma dinâmica está ocorrendo em países de alta renda ao redor do mundo. “Mas ao todo, eles parecem estar indo na mesma direção, que é o aumento dos números dos que permanecem solteiros e sem filhos.”

Mesmo sair da casa dos pais — há muito considerado um pré-requisito para a verdadeira idade adulta nos EUA — está se mostrando uma meta mais difícil de atingir.

Quando os pais de Renata Leo tinham 31 anos, a idade que ela tem agora, eles estavam casados, haviam comprado uma casa e a tinham tido. No entanto, ela ainda dorme em seu quarto de infância, olhando para o mesmo papel de parede de unicórnio que está lá desde antes de seu nascimento.

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Share on whatsapp
WhatsApp

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência de acordo com a nossa
Política de Privacidade ao continuar navegando você concorda com estas condições.