Nos artigos que publicamos hoje, falamos sobre a IA no futuro do varejo, a relação da Gen Beta com a Inteligência Artificial, as previsões para o setor varejista em 2025, uma campanha para tirar as redes sociais dos bilionários, nova geração no planejamento e o ChatGTP Pro dá prejuízo.
Lembramos que a Coluna do Nenê, com seus comentários, notas e opiniões voltará em fevereiro ou em alguma edição extraordinária. Até lá fique com os artigos que acreditamos serem os mais pertinentes ao mercado
Circularidade e IA no futuro do varejo de moda
Por Taís Farias
Com projeção de crescimento de 10,1% na quantidade de peças comercializadas e 13,1% em valores nominais no último ano, segundo a consultoria Inteligência de Mercado (Iemi), o varejo de moda brasileiro se recupera de uma sequência de anos desafiadores. As mudanças nos hábitos de consumo, o avanço da inflação, da taxa de juros e o avanço das plataformas cross-border criaram pressão sobre as companhias que investiram em revisões estratégicas.
Em meio a esse cenário, o CEO da Lojas Renner, Fabio Faccio descreve 2024 como um ano de colheita, após um ciclo de investimentos em estrutura física e tecnológica. Na NRF 2025, ele cedeu entrevista ao Meio & Mensagem e destacou o papel dos dados, da inteligência artificial e da circularidade no futuro do varejo de moda.
Meio & Mensagem – Como você analisa o desempenho de 2024 e quais as projeções para esse ano?
Fabio Faccio – O ano passado foi um ano importante para a Renner. Nós investimos muito nos últimos três anos e viemos em um ciclo de crescimento, de finalização de muitos investimentos em infraestrutura. Tanto de infraestrutura física, quanto tecnológica. Bases de dados, automação para usar cada vez mais inteligência artificial, por exemplo, que é o assunto mais importante aqui na feira. Acho que os nossos investimentos são muito voltados a melhoria de produtos, melhoria de jornada e de produtividade. Tudo isso com uso de tecnologia e pelas pessoas, pelo nosso time que é um time de muita qualidade. Do meio do ano para frente, viemos em um ciclo de colheita. De começar a ter melhores resultados, muito do ciclo de investimentos que fizemos. Então, foi um ano bom. Foi um ano de melhoria, principalmente no segundo semestre. E temos uma expectativa que isso continue para 2025. Sabemos que o cenário no Brasil ainda é bastante desafiador. Mas, apesar disso, acreditamos ter o potencial de um bom ano em 2025, pelas melhorias que fizemos na empresa, os investimentos. Acho que temos condições de proporcionar um produto, um serviço e um atendimento cada vez melhor para os nossos clientes brasileiros.
M&M – Como a estratégia de Renner se adaptou às oscilações econômicas do último ano e a pressão trazida pelo avanço das plataformas cross-border?
Fabio – Acho que têm algumas pressões negativas. O cenário no Brasil vem, há bastante tempo já, com juros altos e, agora, mais altos ainda, o que dificulta bastante o crescimento econômico do país. Tínhamos e ainda temos uma concorrência desleal com falta de isonomia. Enquanto um varejista que opera no Brasil, seja nacional ou estrangeiro, tem uma carga média tributária de 89% nos seus produtos, tinha plataforma de cross-border com carga zero. Zero contra 89% é uma concorrência desleal. É falta de isonomia total. De uns meses para cá, essas plataformas passaram a pagar metade dos impostos que empresas que trabalham no país, sejam nacionais ou estrangeiras, pagam. O que ainda não é uma isonomia. Nosso desejo é que a nossa carga tributária fosse menor. O ideal seria que a nossa fosse igual à deles, mas o justo seria que todos pagassem a mesma coisa. Seria ótimo que todos pagassem o mínimo possível. Melhorou porque era zero contra o 89%, mas agora é 44,6% contra 89%. Ainda não é correto. Não é leal. Quem sabe, se tivermos no futuro, autoridades e governantes com um trabalho cada vez melhor, possamos reduzir a carga tributária brasileira e trazer todo mundo para o mesmo patamar.
M&M – Na NRF, omnicanalidade é um tema quase onipresente. Quais os principais desafios e gargalos de criar uma estratégia integrada e sem fricções?
Fabio – Nós, na Renner, sempre acreditamos nisso. Aqui, na feira, por exemplo, uma época se falava que o varejo físico estava acabado, que só ia existir o varejo digital. Em outros momentos, com o final da pandemia, o varejo físico era a bola da vez e o varejo digital ia acabar. Nós nunca acreditamos. Nem em um, nem no outro. A nossa crença muito forte é que o físico e digital se completam. As pessoas vivem presencialmente, fisicamente. E vivem também em um mundo digital. Elas estão, ali, o tempo inteiro, conversando ao vivo, presencialmente, mas conversando no WhatsApp, em outras redes sociais. E é assim também no consumo. Elas têm a experiência em uma loja física, a experiência na loja digital. Às vezes, provam o produto e compram digital. Muitas vezes, pesquisam digitalmente e vão comprar na loja. Então, nós acreditamos muito que a experiência completa, integrada, omni, phygital ou qualquer outro nome é a experiência que faz sentido para a cliente e o que faz sentido para cliente é o que precisamos fazer para encantar. Acho que, cada vez mais, existem ferramentas para facilitar essa vivência. Trazer o que tem de bom do mundo digital para facilitar a vida da cliente na loja física, digitalizando. E o que tem de bom da experiência do físico, tentando trazer ferramentas para o mundo digital para que ela possa ter uma experiência semelhante ao que ela tem no físico. Acho que, principalmente no mundo da moda, sempre vai ter que ter a experiência completa. Nunca vai ser só o físico ou só digital. Sempre vai ser omni, o integrado e é isso que trabalhamos para proporcionar: o encantamento, a melhor jornada integrada para as nossas clientes.
M&M – Como a circularidade deve transformar o varejo de moda nos próximos anos?
Fabio – De várias formas. A inteligência artificial, por exemplo, ajuda muito nosso setor em sustentabilidade. Porque você tem melhores decisões de tamanho de sortimento, de profundidade de sortimento, com o uso de algoritmos e inteligência artificial. Você consegue ser mais granular nas suas decisões de produção, de distribuição de proposta para os clientes. Fazendo isso, conseguimos produzir menos e gerar mais valor. Um produto melhor, com melhor qualidade e melhor custo para o nosso cliente. E, mesmo assim, com melhores margens tanto para os fornecedores, quanto para nós, podendo remunerar melhor a cadeia. O cliente sai mais satisfeito, mais encantado; os resultados para a empresa e para as demais empresas são melhores; você tem um menor uso de recursos e gera mais valor para todos. Acho que isso é a inteligência artificial aplicada para eliminar desperdício. Quanto menos você desperdiça, mais sustentável é. E, do que produz, escolher os melhores materiais, as melhores matérias-primas com as melhores técnicas para poder dar uma nova destinação para esse produto, seja através de uma reciclagem ou de um segundo uso como temos nossa plataforma de second hand, a Repassa, que é uma plataforma de reuso em que a maior parte das roupas que transacionamos ali são da Renner. O que mostra que também temos um ciclo alongado do uso do produto.
M&M – Pensando em encantamento, como Renner vem trabalhando para acompanhar as expectativas das novas gerações? Quais as diferenças?
Fabio – O encantamento é o propósito da empresa, da Renner. Para nós, encantar é superar a expectativa. É a nossa realização, para que nós existimos e como acreditamos gerar mais resultado para todos também. Superando a expectativa do cliente, automaticamente, superamos os nossos resultados, a expectativa do time, a expectativa do acionista e, quando o cliente é encantado, ele retorna a nossa loja. Supera a nossa expectativa. É um ciclo virtuoso. No passado, nas gerações anteriores, o encantamento era muito presente no produto acima da expectativa e no atendimento presencial na loja física. Hoje em dia, ele está presente de várias formas. A jornada é muito mais complexa, mas todos os pontos de contato são oportunidades de você ter uma experiência encantadora de superação de expectativa ou de ter atrito. Mas, se tem um atrito, resolver rapidamente para poder ter uma experiência encantadora. A diferença das novas gerações é que a expectativa é ainda maior, pelo nível de informação, conhecimento e pelas experiências que são cada vez melhores. Por um lado, você tem uma complexidade maior, mas, por outro, também tem mais ferramentas. A essência é a mesma, mas as formas são diferentes e é uma variedade muito maior.
M&M – Nesse sentido, qual o papel dos dados na estratégia de predição? Como eles são usados?
Fabio – São fundamentais para nós e, principalmente, no básico do negócio. Quando olhamos para tendências, o time captura milhares. Quais são as que as clientes mais vão querer? Antigamente, você tinha um número menor de fontes. Tinha as revistas e os desfiles. Hoje em dia, você tem revista, desfile, rede social, o que se usa nas ruas em países diferentes. As fontes são diversas e, para você capturar, filtrar e tomar as decisões, o uso de inteligência artificial ajuda muito o time para poder fazer um trabalho melhor. Ele potencializa o trabalho do time, que é especialista nisso. Tomando as melhores decisões das tendências a serem propostas para as clientes, já é um grande ganho.
“Geração Beta Será a Primeira a Presenciar IA em Todas Áreas da Vida”, Diz Criador do Termo
Por Forbes Brasil
Criado em maio de 2024 pelo pesquisador australiano Mark McCrindle , o termo Geração Beta ganhou grande repercussão no início de 2025. O grupo etário reúne aqueles nascidos de 2025 a 2039 e classifica um novo recorte geracional marcado pela interação total com a inteligência artificial.
“Crescendo nesse ambiente, essa será a primeira geração a ser criada não apenas por pais informados por IA, mas também educada por professores assistidos por IA e equipada para trabalhar na economia global do conhecimento híbrida com IA”, explica McCrindle que, em entrevista exclusiva à Forbes Brasil, detalha outros aspectos comportamentais importantes dessa geração.
Forbes Brasil – Qual é o desafio de mapear uma nova geração?
Mark McCrindle – Embora não seja possível prever com precisão como será uma nova geração, é possível analisar os tempos que a estão moldando, as características dos pais que a estão criando e os desafios globais que enfrentarão. Certamente é importante entender essa geração emergente, que é composta por cerca de 2,6 milhões de nascimentos globalmente a cada semana e, até o final de 2039, quando estiver completa, totalizará pouco mais de 2 bilhões de pessoas. A maioria deles viverá no século 22 e será fundamental para moldar a segunda metade do século 21.
FB – O que mais te chama atenção desse grupo?
Mark – Crescer globalmente conectado, tecnologicamente abastecido, como a geração mais formalmente educada da história e com a maior expectativa de vida de qualquer geração viva hoje proporcionará muitas oportunidades para administrar. Embora esses tempos de conexão digital, mobilidade de estilo de vida e influência social nos afetem a todos, a idade em que somos expostos a uma nova tecnologia ou evento transformador determina o quão profundamente isso será incorporado em nossa psique e em nosso estilo de vida.
FB – A Geração Beta seria um espelho, um reflexo da Geração Alpha, ou seja, elas são muito semelhantes?
Mark – Para a Geração Beta, os mundos digital e físico serão cada vez mais integrados e a integração da inteligência humana e artificial será cada vez mais normativa. A Geração Alpha experimentou a ascensão da tecnologia inteligente e da inteligência artificial à medida que entraram na adolescência, mas a Geração Beta só conhecerá um mundo onde a IA e a automação estão totalmente integradas na vida cotidiana – desde a educação e os locais de trabalho até a saúde e o entretenimento.
FB – Qual outra diferença dessa geração que você destacaria?
Mark – Outra diferença entre essas duas gerações são as perspectivas dos pais. Os pais da Geração Alpha são os Millennials, também conhecidos como Geração Y, que têm aceitado mais a tecnologia digital na criação de seus filhos. No entanto, os novos pais, da Geração Z, como a primeira geração a crescer digitalmente, não são encantados pela novidade da tecnologia, tendo experimentado os lados negativos dos dispositivos e das redes sociais. Do ponto de vista dos pais, eles são mais céticos em relação à tecnologia do que otimistas.
FB – O fato de ser uma geração nascida em um mundo orientado pela inteligência artificial muda muito os perfis?
Mark – Sim, a Geração Beta provavelmente será a primeira geração a experimentar transporte autônomo em larga escala, tecnologias de saúde vestíveis e ambientes virtuais imersivos como aspectos padrão da vida diária. Veremos seus provedores de educação incorporarem essas tecnologias de maneira robusta, mas com um foco mais intencional em também moldar habilidades interpessoais, habilidades de vida, comunicação e formação de caráter usando métodos offline e aprendizado tradicional em uma era sempre conectada.
FB – Você pode descrever com mais detalhes como a IA influencia a Geração Beta?
Mark – A casa da família será integrada com IA, desde eletrodomésticos inteligentes até comunicações familiares e monitoramento. A IA guiará as decisões dos pais em todas as áreas, desde a escola e o aprendizado até diagnósticos de saúde e suporte, gerenciamento de inventário de mantimentos e compras e pedidos. Crescendo nesse ambiente, essa será a primeira geração a ser criada não apenas por pais informados por IA, mas também educada por professores assistidos por IA e equipada para trabalhar na economia global do conhecimento híbrida com IA.
FB – Você pode dar uma ideia de como o perfil de uma geração pode mudar de acordo com as regiões, por exemplo, se considerar as realidades de países como Brasil e Austrália em comparação com os Estados Unidos?
Mark – A Geração Beta está surgindo em uma era única de grandes promessas e desafios crescentes. Eles estão nascendo em um momento que verá o pico de nascimentos globais se estabilizar e começar a declinar. Tanto que a Geração Beta (2025-2039), com 2,0 bilhões, será ligeiramente menor que a Geração Alpha (2010-2024), com 2,1 bilhões. Essa nova geração também verá em sua vida a população global ultrapassar 10 bilhões de pessoas, acima dos 8,2 bilhões de hoje, e depois se estabilizar. Eles serão a geração a gerenciar os paradoxos da sustentabilidade para uma população crescente, mas se preparando para a estagnação populacional; nascimentos anuais massivos em meio a uma trajetória de envelhecimento; o desafio econômico da contração populacional em algumas regiões em meio a tendências globais de imigração; e uma economia de conhecimento de IA e criptografia em meio à demanda recorde por manufatura, produção agrícola e construção e infraestrutura.
NRF lista 25 previsões para o setor varejista em 2025
Por Amanda Lucio
A NRF, maior feira do varejo, começou no domingo (12). Em 2025, as previsões para o setor são desafiadoras, pois o clima de incerteza com a chegada de um novo governo nos Estados Unidos e as rápidas mudanças tecnológicas como as inovações em IA demandam uma postura equilibrada das empresas.
Pensando nas questões acima, a equipe da NRF pediu que seus especialistas internos compartilhassem ideias, além da opinião de seus parceiros do “Vozes do Varejo” para oferecerem um panorama sobre as variadas de pesquisas coletadas nos últimos meses. O resultado: 25 previsões para o setor de varejo em 2025.
- 2025 é o ano do agente de IA
Atualmente, as vendas influenciadas digitalmente ultrapassam 60%. Essa porcentagem só vai aumentar enquanto os agentes de IA personalizarem as recomendações, agilizarem a tomada de decisões e lidarem com tarefas de reabastecimento automático.
Jason Goldberg, diretor de estratégia comercial da Publicis, escreveu recentemente: “Os assistentes de compras com IA estão prontos para incorporar a inteligência artificial no centro de nossas experiências de compras, mudando para sempre o cenário do varejo. Os agentes de IA (…) estão se tornando realidade à medida que os gigantes do setor (…) investem recursos nesse espaço em expansão. Essas empresas vislumbram um futuro em que o atrito das compras – comparações intermináveis, rolagem e tomada de decisões – seja substituído por uma assistência contínua e personalizada.”
No entanto, é importante observar que, embora a tecnologia esteja avançando, a adoção massiva pode levar mais tempo devido aos custos e às preocupações com os dados.
- IA generativa seguirá revolucionando o varejo
Com o uso de IA, os varejistas podem compreender melhor o comportamento do consumidor, analisar compras anteriores e interpretar sinais sociais. A proficiência preditiva da IA permite que os varejistas antecipem o que os compradores precisam antes de começarem a comprar, aumentando a satisfação e a fidelidade. Os varejistas também usarão a IA para simplificar as operações, otimizar o estoque e acelerar o design de produtos com base nas preferências e tendências dos consumidores.
À medida que a IA se torna mais integrada, garantir a transparência e o uso ético dos dados será fundamental para manter a confiança do consumidor e, ao mesmo tempo, impulsionar a inovação.
- Privacidade
“As vitórias fáceis em IA acabaram”, é no que acredita o CEO do Google, Sundar Pichai. E a maioria concorda. Embora a IA continue na vanguarda da inovação em 2025, o progresso enfrenta obstáculos, incluindo a integração complexa com sistemas existentes e preocupações com a privacidade dos dados.
A base para tudo o que é IA é uma enorme quantidade de dados precisos e limpos. Infelizmente, muitos varejistas continuam com dados fragmentados em diferentes canais, o que dificulta o treinamento e a otimização dos modelos de IA.
- Live shopping
Muito tem se falado sobre o fato de os compradores desejarem experiências e entretenimento. O live shopping combina os dois, permitindo que os varejistas e as marcas tenham a chance de se conectar com os clientes em um nível mais pessoal.
Essa abordagem de vendas, inspirada na QVC e na HSN, cultiva um senso de imediatismo e exclusividade e promove conexões entre marcas e produtos. Em um ambiente omnicanal em que cada ponto de contato é uma ferramenta poderosa para coletar percepções, as compras ao vivo podem fornecer dados valiosos.
Dito isso, a adoção mais ampla do live shopping pode depender da superação dos desafios logísticos e da sua capacidade de oferecer um retorno de investimento atraente para os varejistas.
- SHEIN, Temu, TikTok e Amazon
Frequentemente chamados de os maiores desreguladores do varejo no setor. O que todas eles têm em comum? São todos mercados e marketplaces.
Os especialistas esperam um crescimento mais rápido desse segmento e que mais varejistas entrem na disputa. A Kroger, a Macy’s, a Nordstrom e a Michael’s já estão se movimentando na arena do mercado, já que os compradores procuram essas ramificações para obter diversas ofertas de produtos, preços competitivos e conveniência. O custo de entrada não é alto para os varejistas e oferece a eles uma opção estratégica que impede os compradores de migrarem para outros sites.
- Tecnologia Just Walk Out
Nenhuma das duas é novidade, mas, à medida que o ano avança, é esperado uma expansão de lojas sem caixa, robôs de inventário, veículos de entrega autônomos e até mesmo drones. Parte do aumento é de simples lógica; quanto mais essa tecnologia for adotada, mais rápida será a implementação. Além disso, os compradores preferem experiências rápidas.
E não subestime o papel que essa tecnologia desempenhará, dada a escassez de mão de obra que o setor de varejo está enfrentando e os custos mais altos: Pelo menos 23 estados estão programados para aumentar seus requisitos de salário mínimo para empresas em 2025.
- A tecnologia para a experiência do colaborador
À medida que a IA e a automação simplificam as operações, o foco será capacitar os colaboradores com ferramentas para criatividade, engajamento e crescimento. Ao aprimorar o ambiente de trabalho e promover uma cultura de aprendizado contínuo, os varejistas aumentarão a produtividade e reduzirão a rotatividade dos colaboradores. Essa mudança impulsionará o sucesso dos negócios, garantindo que o elemento humano permaneça no centro do varejo à medida que a tecnologia evolui.
- Renascimento das lojas físicas em 2025
Fundamentais para impulsionar a retenção, a aquisição de clientes, a identidade e a fidelidade da marca, as lojas físicas de hoje devem oferecer experiências imersivas que não podem ser reproduzidas on-line e mostrar as identidades exclusivas das marcas.
Esses espaços geram confiança e fidelidade por meio de interações autênticas, promovem conexões pessoais e criam uma comunidade em torno da marca. Como os consumidores buscam conexões significativas, as lojas físicas proporcionam o ambiente perfeito.
- Marcas tradicionais se inspiram em butiques
Grandes lojas do setor varejista devem seguir o exemplo das butiques e lojas de luxo ao começar a investir em serviços de experiência em loja. Esses serviços não são apenas um bom complemento; eles geram receita, conforme comprovado nas lojas Sephora e Rituals em todo o mundo. Além disso, os serviços na loja são a maneira mais eficaz de diferenciar o online do offline.
- Amadurecimento do retail media
O desenvolvimento da estratégia deve ocorrer de variadas maneiras nos próximos 12 meses. Alguns melhorarão suas ofertas com uma programação relevante para a jornada do cliente. Ainda assim, muitos varejistas expandirão seu cenário de retail media sem estar atentos ao interesse e à percepção do cliente. Em resumo, o retail media na loja ficará melhor e pior ao mesmo tempo.
A dica dos especialistas é esperar resultados mistos aqui, com alguns varejistas se destacando e outros tendo dificuldades com o envolvimento do cliente.
- Gastos flexíveis: Geração Z e millennials
Para os varejistas, isso se traduz em mais envolvimento digital. Os compradores mais jovens estão voltando às lojas físicas, mas suas expectativas em relação a experiências de compras online e offline sem interrupções já são uma realidade. 2025 elevará o nível de descoberta de produtos criativos e recomendações de produtos personalizados – e desafiará as empresas de varejo a manterem suas práticas comerciais, ingredientes e fornecimento transparentes.
- Os desafios da Geração Alpha
Nativos digitais, eles continuarão a desafiar as marcas e os profissionais de marketing. Embora tenham demonstrado uma inclinação para experiências presenciais e sua demanda por comércio eletrônico não seja tão grande quanto a de seus pais, eles são um grupo difícil de entender.
É claro que algumas marcas estão ansiosas para trabalhar diretamente com os criadores dessa geração, mas gerenciar uma criança de 10 anos – e seus pais – é um mundo totalmente novo. Com especialistas em privacidade e críticos de mídia social já levantando sobrancelhas e perguntas, os próximos 12 meses produzirão mudanças importantes.
- Marketing aprimorado
As marcas e profissionais vão precisar melhorar suas estratégias, pois cada grupo geracionalexigirá uma abordagem diferenciada que reconheça suas diversas preferências e valores.
A Geração Z vai procurar autenticidade e responsabilidade social, favorecendo as marcas que se alinham com seus padrões éticos. Os millennials priorizarão experiências e personalização, buscando marcas que os envolvam de forma significativa em todas as plataformas. A geração X procura conveniência e a eficiência, respondendo bem a interações diretas e sem complicações. Os Baby Boomers apreciarão clareza e confiança, gravitando em torno de marcas que demonstrem confiabilidade e atendimento ao cliente.
- Mais exposição e desconfiança
Os consumidores estão cada vez mais desconfiados com a publicidade, em parte devido à superexposição e exacerbada pela preocupação com a privacidade.
O marketing linear é coisa do passado, o que faz com que os profissionais de marketing tenham que decifrar quantos pontos de contato são necessários para convencer os compradores a pagar por uma compra – e isso é diferente para cada produto. E, para piorar a situação, há tantos produtos competindo por espaço nas casas dos consumidores que eles estão demorando mais para avaliar as opções.
- Compras integradas e sem atritos
Os clientes esperam que as marcas ofereçam interações consistentes e personalizadas, com transações rápidas e sem complicações com visibilidade de estoque em tempo real e opções de entrega flexíveis.
As marcas que se destacarem usarão os dados de forma inteligente para prever as necessidades e adaptar as experiências, aumentando a conveniência e a satisfação. Como a tecnologia preenche a lacuna entre os mundos digital e físico, a fidelidade do cliente dependerá da capacidade da marca de proporcionar interações perfeitas, coesas e memoráveis.
- A hora e a vez do social commerce
À medida que as plataformas se tornarem mais integradas às experiências de compras e evoluírem para destinos de compras dinâmicos, onde a descoberta, o engajamento e a compra se cruzam perfeitamente.
As parcerias e o marketing de influenciadores continuam sendo essenciais, e a função da IA na personalização das recomendações reflete as tendências atuais de como as marcas se envolvem com os consumidores.
Esses princípios são especialmente verdadeiros para a geração Z e os millennials: uma pesquisa da Forbes Advisor e da Talker Research constatou que 46% da Geração Z e 35% da Geração Y preferem as mídias sociais aos mecanismos de pesquisa tradicionais. 44% por cento da Geração Z descobre novas marcas diariamente nas mídias sociais, sendo que o TikTok é o preferido para pesquisas sobre tópicos como cabelo, maquiagem e ideias para presentes.
- Mudanças nos pagamentos cashless
Em 2025, a expectativa é que os pagamentos móveis e contactless cresçam 12,4% ao ano de 2025 a 2034, de acordo com a IntelliPay. Impulsionadas por clientes que buscam experiências de compras digitais perfeitas, as opções de checkout com um clique continuarão crescendo.
Ainda assim, é necessário navegar pelas preocupações com a privacidade dos dados e aproveitar a tecnologia para combater as ameaças cibernéticas cada vez mais sofisticadas. E, apesar de todas as opções revolucionárias, uma parte dos consumidores sem conta bancária continua a usar dinheiro.
- Quinta parede: nova avaliação financeira
Todos os indicadores apontam para uma mudança no acesso ao desempenho financeiro dos varejistas. Os especialistas acreditam que o setor começará a se deslocar dos métodos convencionais de avaliação do desempenho financeiro, como as demonstrações de lucros e perdas, para a “quinta parede” e além.
A quinta parede sugere considerar fatores adicionais, incluindo a experiência do cliente, a fidelidade à marca, o envolvimento com a mídia social, as práticas de sustentabilidade e outros aspectos qualitativos não capturados nas demonstrações tradicionais de lucros e perdas. É um ato de equilíbrio para cada varejista, mas a mudança para uma visão mais holística dos negócios está em andamento.
- A luta contra a criminalidade continua
Os varejistas continuarão sua luta contra os altos níveis de roubo, violência e crime organizado no varejo no próximo ano. O aumento do apoio e das parcerias com as autoridades policiais e os líderes comunitários proporcionará maior sucesso na identificação, detecção e interrupção dos grupos ORC.
A experiência do cliente exigirá uma estratégia de proteção de ativos sem atritos, contando com tecnologias inovadoras, como RFID, para gerenciamento de inventário de ponta a ponta e medidas de segurança que evitem roubos, mas que ofereçam aos clientes recursos de autoatendimento.
- Debates sobre política alimentar
Provavelmente, o ano será marcado por fortes discussões entre os formuladores de políticas sobre alimentos ultraprocessados, corantes e aditivos alimentares e a saúde das dietas e dos alimentos dos americanos em geral.
O novo governo do presidente eleito Trump, cujos apoiadores incluíam influenciadores do movimento “Make American Healthy Again”, que se concentrou no papel dos alimentos e da dieta nas doenças crônicas, será o motor dessas conversas.
A possibilidade de Robert F. Kennedy, Jr., como Secretário do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, bem como os indicados para outros departamentos e agências, pode resultar em mudanças na política agrícola e alimentar de longa data.
- Consumidores dos EUA de olho no bem-estar
Nos Estados Unidos, saúde e bem-estar seguem como principais prioridades dos consumidores. De acordo com a pesquisa da McKinsey, o mercado de bem-estar do país está crescendo cerca de 10% ao ano e agora vale US$ 480 bilhões.
Onde e como os compradores estão gastando está mudando para produtos e serviços respaldados pela ciência. Testes de diagnóstico em casa, dispositivos vestíveis, como anéis biométricos e outros dispositivos emparelhados com aplicativos móveis, como monitores contínuos de glicose, estão ganhando força. Então, o diálogo sobre produtos para menopausa, medicina preventiva voltada para a longevidade saudável e medicamentos GLP-1 para perda de peso irá aumentar.
- Supermercados online em ascensão
Nos EUA, as vendas em supermercados online cresceram US$ 1,5 bilhão ano a ano em novembro de 2024, de acordo com dados da pesquisa Brick Meets Click / Mercatus Grocery Shopping Survey. É uma grande porcentagem com potencial para aumentar muito mais. É de se esperar que o Walmart, a Target e a Kroger invistam em tecnologia e aproveitem as opções de atendimento para alimentar a demanda.
- Cadeias de suprimento robotizadas
Mais do que eficientes, elas também devem ser adaptáveis e resilientes. Vários riscos pairam sobre os varejistas, incluindo a possibilidade de uma greve nos portos da Costa Leste em janeiro e a incerteza em torno das tarifas sobre a China e o México.
No entanto, as empresas estão mais preparadas, tendo implantado a IA e o aprendizado de máquina não apenas para rastrear o estoque, mas para prever e se adaptar às interrupções antes que elas se tornem crises. Duas tendências que merecem ser acompanhadas: a adoção da robótica e da automação em armazéns e centros de distribuição e a aplicação de tecnologias de rastreamento aprimoradas, como o blockchain.
- O futuro do varejo é circular
Impulsionadas pelo interesse dos consumidores em economizar dinheiro e ser mais sustentável – e apoiadas por novas estruturas regulatórias na Europa e nos Estados Unidos – as estratégias de negócios circulares ampliam as margens de lucro do varejo para além do ponto inicial de compra, aumentam a fidelidade à marca e criam benefícios ambientais e sociais.
A tendência à circularidade e à sustentabilidade está ganhando força, especialmente entre os consumidores mais jovens que valorizam práticas ecologicamente corretas. No entanto, ainda não se sabe se os varejistas podem dimensionar os modelos circulares de forma eficaz e, ao mesmo tempo, manter a lucratividade.
- Mudanças na segurança cibernética
Conforme os avanços tecnológicos e as mudanças nas políticas regulatórias se aproximam, os especialistas em cibersegurança preveem que parte do foco estará na segurança dos aplicativos de IA, especialmente à medida que eles forem incorporados à empresa de varejo.
É importante ressaltar que em 2025 provavelmente haverá regulamentações de privacidade mais fortes, mais controle do consumidor sobre os dados e uma ênfase crescente no uso seguro e ético dos dados. Os varejistas precisarão equilibrar sua necessidade de dados para personalizar experiências com sua responsabilidade de proteger a privacidade do consumidor. A transparência, a segurança e as estratégias que priorizam a privacidade serão fundamentais para manter a confiança do consumidor no cenário de varejo em evolução.
Free Our Feeds: a iniciativa que quer tirar as redes sociais do controle de bilionários
Por Glauco Faria
Uma campanha de arrecadação de fundos foi lançada nesta segunda-feira (13) para apoiar o desenvolvimento de um ecossistema de mídia social alimentado pelo AT Protocol, um protocolo de padrão aberto para serviços de redes sociais descentralizados no qual se baseia o Bluesky.
A iniciativa, batizada de Free Our Feeds, conta com o apoio de um grupo de empreendedores, acadêmicos e defensores da tecnologia, com signatários famosos como o ator estadunidense Mark Ruffalo, o músico Brian Eno e o fundador da Wikipedia, Jimmy Wales. O projeto visa arrecadar US$ 30 milhões ao longo de três anos.
Os recursos arrecadados serão destinados ao lançamento de uma fundação de interesse público para apoiar o desenvolvimento de uma “infraestrutura hospedada de forma independente”, dando aos usuários, desenvolvedores e pesquisadores acesso ao conteúdo e aos dados postados “não importa o que a empresa decida fazer no futuro”.
A campanha expressa preocupação com os rumos atuais das plataformas de redes sociais. “Com Zuckerberg se tornando um Musk completo na semana passada, não podemos mais deixar bilionários controlarem nossa praça pública digital. Bluesky é uma oportunidade de sacudir o status quo”, diz o texto da página inicial do Free Our Feeds.
“Eles construíram andaimes para um novo tipo de rede social. Uma onde todos nós temos mais voz, escolha e controle. Mas será preciso financiamento e governança independentes para transformar a tecnologia subjacente da Bluesky — o AT Protocol — em algo mais poderoso do que um único aplicativo. Queremos criar um ecossistema inteiro de aplicativos interconectados e diferentes empresas que tenham os interesses das pessoas no coração. A Free Our Feeds criará uma nova fundação independente para ajudar a fazer isso acontecer”, pontuam os organizadores.
Novo caminho para as redes sociais
“A tecnologia subjacente da Bluesky, o Protocolo AT, pode oferecer um novo caminho para a web social. No entanto, do jeito que está, ainda é apoiada por capital de risco”, diz o diretor executivo do Future of Technology Institute, Sherif Elsayed-Ali, segundo o The Verge. “Esta importante iniciativa visa proteger a tecnologia subjacente da Bluesky e colocá-la em um caminho independente, para que o futuro da mídia social possa ser libertado dos caprichos de qualquer empresa ou grupo de bilionários.”
Os canadenses Mark Surman, presidente da Mozilla Foundation, e Philippe Beaudoin, cofundador e CEO da Numeno.ai, são ambos guardiões da iniciativa, compondo um grupo de nove pessoas que planeja ajudar a dar o pontapé inicial na fundação e registrá-la como uma organização sem fins lucrativos nos Estados Unidos.
“A mídia social é o espaço para o discurso público e deve ser controlada por nossos processos democráticos, não pelos caprichos autocráticos de bilionários”, aponta Elsayed-Ali em entrevista a outro site, o BetaKit. “Isso deve ser um bem público e não deve ser possuído ou controlado. Há algo fundamentalmente problemático nisso.”
No sentido contrário aos bilionários donos da Meta e do X, o CEO do Mastodon, Eugen Rochko, anunciou, também nesta segunda, que vai transferir a propriedade da sua rede social descentralizada para uma organização sem fins lucrativos porque “o Mastodon não deve ser possuído ou controlado por um único indivíduo”.
Vozes do futuro: incluindo a nova geração no planejamento
No mundo corporativo já não é segredo que a diversidade é um dos principais motores da criatividade. Quando diferentes experiências, ideias e formas de pensar se encontram, o resultado são soluções mais completas e inovadoras. Não se trata apenas de inclusão, mas de aproveitar a riqueza que as vozes diversas trazem para o ambiente corporativo. Quando falamos de diversidade, devemos incluir também a contribuição de diferentes gerações, especialmente das mais jovens, que enxergam o mundo de forma única e têm coragem de questionar o status quo.
A juventude, em particular, tem um papel transformador nesse cenário. Eles não apenas desafiam normas estabelecidas, mas também trazem perspectivas frescas que muitas vezes escapam às gerações anteriores. Ao crescerem em um mundo hiperconectado, os jovens têm acesso a uma avalanche de informações, referências globais e novas formas de comunicação que moldam suas ideias e comportamentos. Essa visão ampliada do mundo os torna excelentes catalisadores de mudanças e de inovações que, muitas vezes, começam exatamente onde ninguém havia pensado antes.
Porém, para que essas ideias floresçam, é preciso criar espaço e dar voz à juventude dentro das organizações. Isso significa promover uma cultura de escuta ativa e envolver os jovens em processos decisórios e estratégicos. Muitas vezes, uma ideia simples, mas ousada, pode se tornar o diferencial de uma empresa. Além disso, ao integrá-los, também cultivamos um ambiente organizacional mais dinâmico, onde todos aprendem uns com os outros e crescem juntos.
Neste artigo, o Acrescenta vai explorar como integrar a juventude e suas ideias à estratégia de uma organização é um investimento para o futuro, e como as diferentes gerações podem criar um ambiente diverso e criativo.
A entrada massiva dessa geração no mercado já está transformando o jeito de trabalhar, consumir e até liderar. Com uma visão de mundo formada em meio a avanços tecnológicos e discussões sociais relevantes, eles trazem energia e novas ideias para as empresas.
Esse grupo não apenas trabalha de forma diferente – eles esperam algo diferente das empresas. Como nativos digitais, a Geração Z cresceu com a tecnologia ao alcance das mãos, mas seu impacto vai além da fluência digital. Eles têm valores fortes e claros: buscam ambientes que promovam inclusão, querem que o trabalho faça sentido e valorizam a flexibilidade para equilibrar suas vidas pessoais e profissionais. É como se, para eles, não bastasse ser um bom lugar para trabalhar; as empresas precisam também ser boas para o mundo.
A presença deles tem mexido profundamente na cultura organizacional. Por exemplo, muitas empresas já perceberam que a transparência não é mais opcional. Além disso, a Geração Z não tem medo de questionar o status quo, sugerir novas abordagens e exigir ações concretas para temas como diversidade e sustentabilidade. Isso tem forçado as organizações a repensarem processos, valores e até o modo como tomam decisões. E como consumidores, eles redefinem padrões, preferindo marcas autênticas que compartilhem de seus ideais e causas.
Para acompanhar essa geração, as empresas precisam estar preparadas para ouvir e evoluir junto com eles. Criar um ambiente onde suas vozes sejam ouvidas não é só uma questão de retenção de talentos – é uma forma de construir relevância no mercado.
Geração Alpha: a próxima revolução no mercado de trabalho e cultura organizacional
A Geração Alpha, formada por aqueles nascidos a partir de 2010, está crescendo em um cenário de hiperconectividade e mudanças rápidas. Diferente de qualquer geração anterior, esses jovens estão sendo moldados por um ambiente completamente digital, onde a tecnologia não é apenas uma ferramenta, mas uma extensão natural do dia a dia. Essa proximidade precoce com dispositivos digitais, assistentes virtuais e inteligência artificial (IA) está criando uma geração que domina a tecnologia desde os primeiros anos de vida.
Entre suas principais características, destacam-se:
Hiperconexão: A interação constante com múltiplos dispositivos molda sua maneira de aprender, consumir e se relacionar.
Aprendizado autodirigido: Com acesso a informações ilimitadas, a Geração Alpha tende a explorar conteúdos de forma independente, desenvolvendo habilidades autodidatas desde cedo.
Consciência ambiental: Com foco em sustentabilidade, são mais críticos em relação às práticas empresariais e buscam soluções que impactem positivamente o planeta.
Uso intensivo de IA: Desde assistentes de voz até aplicativos inteligentes, eles têm expectativas de experiências altamente personalizadas.
Essas características não apenas moldam a forma como interagem com o mundo, mas também indicam como devem transformar o mercado de trabalho no futuro. Especialistas preveem que, ao ingressarem no mercado, por volta de 2035, esses jovens trarão consigo demandas únicas:
Trabalho flexível e digital-first: Empresas precisarão oferecer modelos de trabalho híbridos ou completamente remotos, adaptados a um ambiente onde ferramentas tecnológicas são prioridade.
Cultura organizacional transparente e inclusiva: Assim como a Geração Z, a Alpha valoriza inclusão, diversidade e sustentabilidade. Organizações que não incorporarem esses valores correm o risco de perder talentos.
Carreiras baseadas em propósito: Essa geração deve priorizar empresas alinhadas aos seus valores pessoais e que demonstrem impacto positivo na sociedade.
Aprendizado contínuo e personalização: Espera-se que exijam programas de desenvolvimento profissional adaptados às suas necessidades e interesses, com uso intensivo de inteligência artificial para identificar caminhos de carreira.
Além disso, a Geração Alpha provavelmente irá redefinir a relação com o trabalho, promovendo maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional e exigindo que as empresas invistam em bem-estar de forma genuína. Sua afinidade com tecnologias emergentes, como IA e realidade aumentada, deverá impulsionar inovações em como tarefas são realizadas, introduzindo automações que vão além do esperado atualmente.
O desafio para líderes e gestores está em começar desde já a compreender essa geração em formação. Empresas que se anteciparem a essas mudanças, ajustando sua cultura organizacional e adotando estratégias focadas em flexibilidade, inovação e sustentabilidade, estarão melhor preparadas para atrair e reter os talentos da Geração Alpha, garantindo sua relevância em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e tecnológico.
Dicas de como incorporar valores das gerações mais novas no planejamento organizacional
Reveja a missão e os valores da empresa: As novas gerações buscam empresas que compartilhem os mesmos ideais de propósito e impacto positivo. Avalie como os valores de sustentabilidade, inclusão e diversidade podem ser integrados no coração da sua organização, e não apenas nas campanhas de marketing.
Promova um ambiente inclusivo e flexível: A inclusão não se resume apenas a políticas, mas a um ambiente onde todos se sintam representados e ouvidos. Além disso, a flexibilidade no trabalho, com modelos híbridos ou remotos, é crucial para engajar as novas gerações que priorizam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Utilize tecnologia para personalizar experiências: Implementar plataformas de aprendizado contínuo, ferramentas de feedback e soluções digitais que atendam às necessidades individuais dos colaboradores é essencial. A tecnologia é uma aliada para criar experiências mais ágeis e eficientes, agradando principalmente a Geração Z e Alpha.
Ofereça oportunidades de aprendizado e crescimento constante: Estimule uma cultura de desenvolvimento contínuo. Isso pode ser feito por meio de treinamentos, mentorias ou programas de coaching que ofereçam oportunidades para os colaboradores se aprimorarem, criando um ambiente de inovação e evolução constante.
Valorize a inovação e a colaboração intergeracional: Incentive iniciativas que permitam a troca de conhecimento entre diferentes faixas etárias. Programas como mentorias reversas, onde os mais jovens ensinam aos mais experientes, podem ajudar a criar um ambiente colaborativo e que abraça a diversidade de ideias.
Atente-se ao impacto da sua marca empregadora: As novas gerações valorizam a transparência e a autenticidade. Invista em uma marca empregadora que reflita os valores reais da empresa, mostrando aos talentos o que sua organização realmente representa e como ela está comprometida com um futuro mais sustentável e justo.
Práticas para envolver jovens talentos em decisões estratégicas
Programas de mentoria reversa
Uma ótima maneira de dar espaço para as vozes jovens nas decisões estratégicas é apostar em programas de mentoria reversa. Nesses programas, os jovens talentos têm a chance de compartilhar suas ideias e perspectivas com líderes mais experientes. Além de empoderar as novas gerações, essa troca de experiências permite que os líderes compreendam melhor as expectativas e os valores da juventude, trazendo reflexões essenciais para a construção de uma estratégia mais alinhada com as necessidades do futuro.
Criação de comitês ou conselhos internos
Criar comitês internos com a participação ativa de jovens profissionais é outra prática poderosa. Esses grupos têm a oportunidade de contribuir nas discussões sobre temas como inovações tecnológicas, cultura organizacional e até mesmo desenvolvimento de produtos. Ao ouvir e incluir as perspectivas mais jovens, as empresas garantem que estão alinhadas com as expectativas da próxima geração, criando um ambiente mais dinâmico e preparado para os desafios que virão.
Adote ferramentas de colaboração digital
As gerações mais novas têm uma relação muito forte com o digital. Por isso, investir em ferramentas de colaboração, como Slack, Microsoft Teams ou plataformas de brainstorm, pode fazer toda a diferença. Essas ferramentas proporcionam um espaço onde os jovens talentos podem se expressar e participar de forma colaborativa, com facilidade e agilidade. Elas também promovem a integração entre equipes diversas, o que resulta em uma troca constante de ideias e acelera a inovação.
Investir no desenvolvimento de liderança desde cedo
Não é necessário esperar que os jovens talentos alcancem posições de liderança para começar a prepará-los. Programas de desenvolvimento focados no início da carreira são essenciais para garantir que eles adquiram as habilidades necessárias para assumir papéis estratégicos no futuro. Isso envolve treinamento em comunicação, tomada de decisões e empatia, habilidades que são fundamentais para um líder que inspire sua equipe e saiba lidar com os desafios de um mundo corporativo em constante mudança.
Essas práticas não só abrem espaço para a geração mais jovem, mas também ajudam a criar uma cultura de inovação, colaboração e aprendizado contínuo, onde todos se sentem ouvidos e engajados.
A força das gerações jovens na construção do futuro
A combinação de diferentes gerações dentro das organizações é um verdadeiro motor de inovação. Cada geração traz consigo uma bagagem única de experiências, perspectivas e habilidades. Quando essas diferenças se somam, o resultado é uma tomada de decisão mais rica e diversificada, capaz de abordar problemas de forma criativa e encontrar soluções que atendam a um público amplo e variado. As gerações mais jovens, com suas visões frescas e adaptabilidade, têm muito a oferecer, mas também aprendem com a sabedoria e a experiência das gerações anteriores.
É fundamental que as organizações se abram para essa troca intergeracional, criando espaços onde todos possam contribuir e se ouvir mutuamente. Ao abraçar a diversidade de gerações, as empresas não só se conectam melhor com as tendências do futuro, mas também fortalecem suas culturas organizacionais, tornando-as mais inclusivas e inovadoras. Esse alinhamento com o novo é o que mantém as empresas à frente, preparadas para os desafios e oportunidades que estão por vir.
A reflexão que fica é: sua organização está pronta para ouvir e aprender com as novas gerações?
O futuro está sendo moldado por elas, e agora é o momento ideal para escutar, integrar e crescer juntos. Ao fazer isso, as empresas não apenas garantem seu lugar no amanhã, mas também ajudam a construir um ambiente de trabalho mais dinâmico e alinhado com as necessidades de todos.
Entenda por que o ChatGPT Pro está dando prejuízo para a OpenAI
Por Lorena de Sousa
A OpenAI, liderada por Sam Altman, está enfrentando um desafio financeiro com seu serviço de chatbot por assinatura, o ChatGPT Pro. Embora a procura esteja acima do esperado, a empresa afirma que ainda enfrenta prejuízos com a novidade.
Com mensalidade de US$ 200 (aproximadamente R$ 1.200), o serviço não cobre os altos custos operacionais envolvidos.
O ChatGPT Pro foi lançado em 5 de dezembro, prometendo acesso escalonado a modelos avançados da OpenAI. O plano inclui os modelos GPT-3, GPT-3.5 e GPT-4, além do modo Advanced Voice.
Para a companhia, porém, a mensalidade não compensa os custos elevados.
“Insano: estamos recentemente perdendo dinheiro nas assinaturas OpenAI Pro. As pessoas usam bem mais do que o esperado”, escreveu Altman em seu perfil no X (antigo Twitter).
“Eu pessoalmente escolhi o preço e pensei que faríamos algum dinheiro”, disse em resposta a um usuário.
Em um comunicado recente, o executivo afirmou que a OpenAI precisa de mais capital do que o inicialmente previsto para manter a oferta do serviço. A empresa considera mudar sua estratégia, removendo algumas aplicações sem fins lucrativos para aumentar o crescimento.
Aumento na procura e próximos passos
Segundo Altman, a demanda pelo ChatGPT Pro superou as expectativas iniciais da empresa, e, apesar de ele mesmo ter escolhido o preço do serviço, a empresa não está lucrando atualmente. Os recursos do plano Pro geram custos altos, que, em boa parte, não são cobertos pela mensalidade.
Apesar do sucesso entre os usuários, a OpenAI, que já captou mais de US$ 20 bilhões, ainda não alcançou a lucratividade. Em nota divulgada em 27 de dezembro, a empresa afirmou que pretende continuar com suas divisões sem e com fins lucrativos, ajustando seu foco para manter a sustentabilidade.
A companhia planeja obter mais capital, considerando remover iniciativas sem fins lucrativos. A estratégia visa fortalecer sua posição em um cenário competitivo e garantir recursos.