Nos artigos que publicamos hoje, você vai ler sobre o estilo que promete abalar 2025, tem ainda, o futuro da liderança, o verdadeiro vilão que trará mais poluição, o medo da IA segundo um dos criadores do ChatGTP, novo lançamento da OpenAI, Gen Z em mais um paradoxo, a geração que redefiniu o futuro do MKT e previsões para o Varejo.
Lembramos que a Coluna do Nenê, com seus comentários, notas e opiniões voltará em fevereiro ou em alguma edição extraordinária. Até lá fique com os artigos que acreditamos serem os mais pertinentes ao mercado
Estilo boho-chic promete abalar a moda em 2025
Por Luiza Marinho
O estilo boho chic, uma fusão única de elementos boêmios e sofisticados, ganhou destaque como uma das tendências mais amadas da moda contemporânea. Caracterizado por roupas fluidas, estampas étnicas e acessórios artesanais, ele traz uma sensação de liberdade e autenticidade, na qual o desleixo premeditado cria um visual descontraído para o dia a dia.
Com raízes profundas na cultura hippie e da etnia cigana, o boho chic surgiu nos anos 1960 e 1970, especialmente nos festivais de música como o Glastonbury, na Inglaterra. Até hoje, o estilo faz sucesso ao repaginar essas influências, incorporando peças de diferentes épocas e culturas, oferecendo uma moda inclusiva, cheia de personalidade e sem restrições.
A designer de moda Krystie Ribeiro Lima explica que o estilo é fortemente influenciado pelo movimento hippie e pelo espírito livre dos boêmios com seu estilo de vestir não convencional, que foi adotado pelos hippies da década de 1960. “A sociedade americana da década de 1960, rígida e moralista, foi o terreno fértil para o nascimento do movimento. Assim, os hippies romperam com as normas impostas pela sociedade e abraçaram a liberdade como sinal de identidade. O espírito hippie e seu estilo de vestir, mais tarde se tornaram a referência do estilo boho chic atual. Por conta disso, o estilo boho chic também pode ser definido como estilo hippie-chic.”
Como montar o look
Para compor um look boho-chic, a designer indica que é importante investir em peças que tragam leveza, conforto e um toque de personalidade ao visual. Entre os itens indispensáveis estão vestidos longos e fluidos com estampas florais ou étnicas, além de túnicas e blusas de renda que transmitem um ar romântico e descontraído. Calças jeans ou as modelos em wide leg, flare e boca de sino, completam o estilo.
Além disso, ela recomenda usar tecidos e materiais de linho. “Investir em peças feitas de tecidos leves e naturais, como algodão e linho, que trazem conforto e frescor ao seu look, assim como optar por camurça e couro falso para jaquetas. Os detalhes em renda e crochê em blusas e vestidos, blusas e cardigãs de modal e tricô para complementar o estilo são essenciais”, recomenda.
Os acessórios são fundamentais no boho chic, Marcella Dutra, stylist de moda, cita alguns deles. “Chapéus de abas largas, colares longos em camadas, pulseiras e anéis com pedras naturais, brincos em estilo étnico e cintos de couro ou camurça fazem toda a diferença. Bolsas com franjas e lenços coloridos também adicionam um toque único e expressivo ao visual”, afirma.
Para ela, quando falamos dos calçados, o importante é optar por pares confortáveis e que sigam a estética artesanal ou natural do boho. “Essa tendência combina muito bem com botas de cano curto ou médio, sandálias gladiadoras, mules, rasteiras decoradas com pedrarias ou franjas, e até tênis de couro para um toque mais descontraído.”
Valorização
O estilo boho-chic tem voltado com força nas coleções recentes. Segundo dados da Worth Global Style Network (WGSN), uma autoridade global em previsão de tendência e consumo, o estilo tem ganhado destaque nas coleções de primavera/verão 2025/26. “A tendência foi apresentada na coleção outono/inverno 2024 da Chloé, que incluiu vestidos fluidos, camadas de chiffon em tons terrosos e acessórios em couro, que rapidamente se tornaram um sucesso”, conta Krystie.
Ele também está naturalmente alinhado com a moda sustentável, pois valoriza peças artesanais, tecidos naturais e produção ética. “Muitas marcas que seguem esse estilo trabalham com pequenos produtores ou usam materiais reciclados. Além disso, o consumo consciente é um pilar do boho: investir em peças atemporais e de boa qualidade, que possam ser usadas por muitos anos, reflete a essência sustentável do estilo”, finaliza Marcella.
O futuro da liderança: por que a empatia é o segredo em tempos de inteligência artificial
Por Mônica Schimenes, fundadora e presidente do conselho da MCM Brand
Experience
Como líderes podem se destacar em um mundo cada vez mais dominado pela inteligência artificial? A resposta está na empatia, uma habilidade exclusivamente humana, que as máquinas jamais poderão substituir. Vivemos em uma era onde a IA não é mais um conceito futurista, mas uma realidade que permeia nosso cotidiano profissional. Da automação de processos à análise preditiva, a tecnologia está transformando radicalmente a maneira como trabalhamos, e, com isso, o papel do líder também precisa evoluir. Em meio a tantas inovações, acredito que a empatia nunca foi tão crucial.
Sempre defendi que a tecnologia deve ser uma extensão das capacidades humanas, e não uma substituta. Por mais que as máquinas otimizem processos e tomem decisões baseadas em dados, elas não possuem a sensibilidade para compreender as nuances das relações humanas. É aqui que entra a liderança empática, que atua como uma ponte entre o potencial da IA e as necessidades reais das pessoas.
No entanto, em um ambiente onde algoritmos determinam rotinas e métricas, corremos o risco de tratar nossas equipes como mais uma peça do sistema. A empatia é o antídoto para essa armadilha. Liderar com empatia significa ouvir ativamente, compreender contextos individuais e valorizar as histórias por trás dos resultados. Essas atitudes mantêm a motivação e o engajamento das equipes e fortalecem a confiança, algo que nenhuma tecnologia pode substituir.
O avanço da IA nos apresenta um desafio interessante: como equilibrar eficiência tecnológica com conexão humana? Acredito que o caminho passa por três pontos essenciais. Primeiro, a comunicação clara e transparente. Devemos ser honestos sobre como a tecnologia afetará o trabalho das pessoas. O medo do desconhecido cresce na ausência de informação, e a empatia começa na transparência.
Depois, a valorização das competências humanas. Por mais impressionante que a IA seja, habilidades como criatividade, inteligência emocional e pensamento crítico são exclusivamente humanas. Reconhecer e incentivar esses talentos é fundamental para criar um ambiente em que tecnologia e humanidade possam coexistir.
Por último, a formação contínua. Precisamos preparar nossas equipes para trabalhar ao lado da IA, e isso vai além do treinamento técnico; envolve desenvolver resiliência, adaptabilidade e confiança para navegar neste novo cenário. Ao longo da minha trajetória, aprendi que grandes líderes não são aqueles que apenas comandam, mas aqueles que inspiram. Em um mundo cada vez mais digital, o verdadeiro diferencial será a capacidade de equilibrar inovação com humanidade. A IA pode ser a ferramenta, mas a empatia é o caminho.
Estamos à frente de um momento decisivo. Como líderes, temos a oportunidade e a responsabilidade de definir como a tecnologia moldará o futuro. Vamos garantir que esse futuro seja mais humano, inclusivo e colaborativo. Porque, no final das contas, são as conexões reais que movem o mundo.
A culpa não é dos carros a gasolina e elétricos: Até 2030, a inteligência artificial irá gerar mais poluição do que todos eles
Por Eber do Carmo
Apesar das críticas comuns ao uso de carros a combustão e também à produção de veículos elétricos e sua dependência de redes elétricas alimentadas por combustíveis fósseis, a inteligência artificial generativa pode ser a verdadeira vilã ambiental do futuro próximo.
Um estudo recente das universidades CalTech e UC Riverside prevê que a IA gerará mais poluição do ar do que todos os carros da Califórnia até 2030 – um futuro que está mais próximo do que parece. Os gigantescos centros de dados, responsáveis por alimentar assistentes virtuais e algoritmos de aprendizado de máquina, consomem energia em proporções alarmantes.
De acordo com o estudo, os data centers podem representar 11,7% do consumo nacional de energia até o final da década, contra menos de 4% em 2023. O impacto disso não se restringe ao consumo de eletricidade. A geração dessa energia, muitas vezes baseada em combustíveis fósseis, resultará em poluição do ar significativa.
A pesquisa aponta que o custo associado à saúde pública chegará a US$ 20 bilhões, com 1.300 mortes prematuras atribuídas a partículas finas e poluentes regulados, como óxidos de nitrogênio. Os pesquisadores alertam que a poluição gerada pela IA pode dobrar o impacto do setor siderúrgico nos EUA e rivalizar com a frota completa de veículos na Califórnia.
À medida que a inteligência artificial se torna cada vez mais presente no cotidiano, as consequências ambientais da tecnologia se ampliam de forma exponencial. A equipe de pesquisa recomenda que reguladores exijam relatórios sobre o consumo de energia e a poluição gerada pelas empresas de tecnologia.
Essas informações poderiam responsabilizar os principais poluidores, mas o avanço desenfreado da IA e sua integração em mercados trilionários tornam a tarefa complexa. A ironia disso tudo é que os ganhos ambientais obtidos com a transição para veículos elétricos podem ser anulados pela proliferação de assistentes virtuais e outros sistemas de IA. Embora os EVs estejam reduzindo emissões em um setor historicamente poluente, os data centers por trás da IA estão compensando essas melhorias com um aumento alarmante de poluentes.
Com 2030 logo ali, a expansão da inteligência artificial requer um debate urgente sobre seus custos ambientais.
Se a indústria de IA não for regulamentada rapidamente, os avanços na mobilidade limpa podem ser irrelevantes diante de uma nova crise ambiental alimentada por servidores e algoritmos.
“Precisamos estar mais atentos”: um dos criadores do ChatGPT compartilha seu principal medo em relação à inteligência artificial
Por Viny Mathias
Não existe uma ferramenta tecnológica única capaz de competir com a popularidade da inteligência artificial. Embora alguns setores como o da robótica estejam em franca expansão e, por isso, dêem origem a notícias como o interesse da OpenAI em crescer neste setor, há um problema relacionado com os modelos de IA que alguns especialistas têm medo de enfrentar: dados para formação. E, depois de Elon Musk já avisar que o limite foi atingido, foi a vez de Ilya Sutskever, um dos criadores do ChatGPT.
Como relata o JeuxVideo, Sutskever argumenta que atingimos o “pico de dados”, um fenômeno que explica que não existem mais dados gerados por humanos para treinar modelos de IA. Tal como acontece com os recursos fósseis, a quantidade de dados acessíveis na Internet é limitada e, portanto, devem ser procuradas diferentes abordagens para perpetuar esta técnica. Por este motivo, Sutskever também defende a utilização de dados sintéticos (informações geradas pela IA para treinar a própria IA), mas enfatizou os perigos que esta opção pode trazer.
Paralelismo com evolução biológica
Para Sutskever, a evolução da IA deve ser semelhante à do cérebro humano e, portanto, deve superar os seus limites atuais através de inovações. Assim, considera que a próxima geração desta tecnologia é marcada por dois avanços: por um lado, maior autonomia; por outro lado, uma capacidade de raciocínio mais avançada, situação que dará origem não só à tomada de decisões, mas também à resolução de problemas de forma semelhante ao pensamento humano. No entanto, Sutskever alertou que à medida que os modelos de IA se tornam mais capazes de raciocinar, isso pode levar a eventos imprevisíveis que criam incerteza tanto no seu comportamento quanto no seu impacto.
Desta forma, o avanço da inteligência artificial levanta questões complexas como, por exemplo, como se pode garantir que a sua evolução seja benéfica para a humanidade? Num futuro hipotético, as IAs autônomas poderiam reivindicar direitos ou procurar a coexistência pacífica com os humanos, mas esta situação gera debates sobre aspectos como a sua regulamentação ou diretrizes. Por esta razão, Sutskever sublinhou que a sociedade deve refletir e ficar mais atenta sobre as transformações da IA, uma vez que as certezas de hoje podem tornar-se obsoletas amanhã.
OpenAI anuncia modelo de IA para avançar a pesquisa em longevidade humana
Por Redação Brasil 247
A OpenAI revelou o GPT-4b Micro, um modelo de inteligência artificial voltado para auxiliar cientistas na busca por formas de prolongar a vida humana, conforme reportado pela MIT Technology Review. O projeto é realizado em colaboração com a Retro Biosciences, uma startup fundada em 2021 e especializada no aumento da expectativa de vida por meio de reprogramação celular.
O GPT-4b Micro foi projetado para reengenhar proteínas conhecidas como fatores de Yamanaka, que têm a capacidade de transformar células adultas em células-tronco. Segundo testes preliminares, as proteínas modificadas pelo modelo foram até 50 vezes mais eficazes na produção de células-tronco do que suas versões naturais. “De forma geral, as proteínas parecem melhores do que as que os cientistas conseguiam produzir por conta própria”, afirmou John Hallman, desenvolvedor do modelo na OpenAI, em entrevista à MIT Technology Review.
Sam Altman, CEO da OpenAI, investiu US$ 180 milhões na Retro Biosciences em 2022, reforçando a aposta da empresa em ciência e tecnologia de ponta. Segundo Aaron Jaech, outro desenvolvedor envolvido no projeto, a iniciativa visa consolidar o papel da OpenAI na pesquisa científica. No entanto, ele destacou que ainda não está claro se essas capacidades serão incorporadas ao modelo principal da OpenAI ou lançadas como uma solução independente.
Impactos e contexto
O GPT-4b Micro foi treinado com extensos dados biológicos de diversas espécies, permitindo previsões precisas sobre estruturas e interações proteicas. Essa abordagem difere da utilizada por modelos como o AlphaFold, desenvolvido pelo Google DeepMind, que foca na previsão da estrutura tridimensional de proteínas com alta precisão.
A pesquisa de IA em medicina tem avançado rapidamente nos últimos anos. Em 2022, cientistas da Universidade de Washington e da Universidade de Harvard usaram modelos de geração de imagens para projetar novas proteínas com aplicações em vacinas e tratamentos contra o câncer. David Baker, um dos principais nomes desse estudo, foi laureado com o Prêmio Nobel de Química em 2024 por seu trabalho em design computacional de proteínas.
Enquanto isso, o GPT-4b Micro representa uma nova abordagem ao empregar IA para aprimorar moléculas já existentes, potencializando suas funções. Além da aplicação em doenças relacionadas ao envelhecimento, essa tecnologia promete ser um divisor de águas na medicina regenerativa, possibilitando tratamentos que antes eram inimagináveis.
A OpenAI planeja submeter os resultados da pesquisa a uma revisão por pares e ainda não disponibilizou o modelo para uso público. As expectativas são altas, e a parceria com a Retro Biosciences indica que os avanços em longevidade humana estão mais próximos de se tornarem realidade.
Conclusão
O uso de inteligência artificial na medicina tem mostrado seu potencial transformador, desde o combate a venenos mortais até a criação de proteínas inéditas para tratamentos inovadores. O GPT-4b Micro é um marco nesse campo, reforçando a promessa de que a IA pode não apenas melhorar a qualidade de vida, mas também estendê-la significativamente.
O Paradoxo Perverso Do Atendimento
Por Dado Schneider via LinkedIN
Quem já me conhece, sabe que pesquiso a Geração Z desde que ela nasceu (agora, ando mergulhado nas Gerações Alfa e Beta). E, lá pelos idos de 2010, 11 e 12, eu fiz muitas previsões sobre os jovens de hoje – e com um grande índice de acertos, modéstia à parte. Um deles: ATENDIMENTO… (Já entregando onde quero chegar com este texto: você tem sido bem atendido por aí?).
No início da década passada (e como já faz tempo!), muitos comportamentos de quem era pré-adolescente começaram a saltar aos nossos olhos… O WhatsApp começava a modificar completamente a maneira pela qual nos relacionamos, mas, principalmente, moldava aquele grupo social que viria a ser o dos jovens profissionais de hoje, a Geração Z.
Além do WhatsApp, outras redes como Twitch e Discord, mais relacionadas a gamers, também davam saltos de participação, sem que pais, professores e até mesmo estudiosos se detivessem para, com pesquisa de campo, poderem constatar que o futuro das relações – e do ATENDIMENTO – já se encontrava em outra Era, pois o contato humano estava sendo abandonado.
Há uns 15 anos, eu assisti a uma das excelentes pesquisas da saudosa MTV sobre comportamento adolescente e já chamava atenção o fato daquele pessoal já preferir, majoritariamente, o não-contato humano (presencial) para suas relações mais próximas. Logo, comecei a formular o conceito que dá título a este texto: O Paradoxo Perverso do Atendimento.
Vivíamos o início do que viria a ser, hoje, o auge da competitividade, resultado da globalização somada à revolução digital. E eu, oriundo da área do marketing, já alertava para o paradoxo que se formava: para diferenciar-se, cada marca, empresa, produto e serviço (ou, até mesmo, o profissional) necessitaria de recorrer aos aspectos mais humanos da sua relação com a clientela, pois tudo já se assemelhava muito…
Se as diferenças entre competidores de qualquer segmento se tornavam quase que imperceptíveis, o que deveria ser feito para alguém, algo ou mesmo um serviço poderem ser percebidos como diferenciados ? E a resposta era simples: um Atendimento acima da média. O problema é que as circunstâncias daquela época já apontavam justamente para o sentido contrário desta necessidade de diferenciação.
Naquele tempo não tão distante, mas o suficiente para já poder ser considerado passado (2008), já eram muitos os fatores que, somados, sinalizavam que já estávamos em uma outra época: 1) educação muito menos rígida dentro de casa; 2) menos rigidez, ainda, na escola; 3) decolagem da ação dos algoritmos (que reduzem o repertório da pessoa, ao invés de ampliá-lo); 4) surgimento de influencers que ditam o comportamento etc.
E essa combinação de fatores, somada à já natural aversão de jovens por contato humano, resultou em um ser que não gosta de atender – e que não tem na sua formação os tão agradáveis “bom dia/boa tarde/boa noite”, “por favor”, “obrigado” e um semblante amigável, comportamentos fundamentais para um bom Atendimento. Ou seja, nas novas gerações (com raríssimas exceções), não há gente que tenha prazer em atender.
Tudo isso ainda recebeu a influência do período de confinamento da Covid 19, quando muitos jovens da Geração Z começaram em estágios e em seus primeiros empregos… de forma online, remota! Pois, sem o olhar de chefes e colegas, o jovem iniciante/aprendiz também não sofreu críticas, observações imediatas sobre desvios de comportamento e nem pôde ser monitorado de cima em questões básicas de postura profissional.
Então, muito tempo antes da situação chegar no que temos hoje, eu comecei a questionar por que os postos de Atendimento, que passavam a ser cruciais na relação com clientes para Diferenciação em uma época com tanta similaridade entre concorrentes, eram sempre destinados a pessoas jovens – exatamente aquelas que já vinham apresentando uma grande diferença em relação às gerações anteriores na questão “vontade de servir”.
A quem se queixava que seus funcionários não eram bons atendentes, eu perguntava por que só contratavam gente jovem para postos de contato com público e atendimento a clientes… E isso é ainda mais óbvio, hoje: é só colocar para atender quem gosta de público, gosta de atender, gosta de servir, é uma pessoa polida e simpática e que nunca está com a cara amarrada – seja de que idade for.
Afinal, a Diferenciação, hoje, se dá pelo Atendimento: então, que se coloque para lidar com público quem gosta de fazer isso!
Alfa: a geração que redefiniu o futuro do marketing, deve movimentar US$ 5 trilhões até 2029
Por Lilian da Cruz
Muito além da tecnologia, marcas precisam buscar conexão emocional com os consumidores.
Uma geração 100% digital e a primeira inteiramente do século XXI, assim é a Gen A ou Geração Alfa, dos nascidos de 2010 a 2024. Neste ano, o grupo deu lugar à nova Geração Beta, que engloba os que nascem agora, a partir de 2025, até 2039. Mas, quando o assunto é marketing, os olhos ainda se voltam para a antecessora – Gen A – que apresenta alto potencial de consumo e poderá movimentar mais de US$ 5 trilhões até 2029, segundo a pesquisa “Um Olhar sobre a Geração Alpha”, da consultoria de marca e inovação Alexandria, divulgada pelo Valor. Com novos hábitos de consumo, os nativos dessa geração transformam a publicidade e exigem constante evolução do setor.
Mais do que uma oportunidade de negócio, eles apresentam um novo momento para o marketing. Para a jornalista Fabíola Cottet, sócia-diretora da MAVERICK 360, por ser uma geração 100% digital, existe uma mudança no formato e nas etapas de consumo que devem ser consideradas. “Enquanto gerações anteriores ainda utilizam o computador para muitas atividades importantes, a Alfa conhece o smartphone desde cedo e para eles é algo natural. Assim, como ter acesso a diferentes tecnologias de IA ou realidade aumentada, por exemplo. Isso exige que o marketing seja pensado nessa migração para telas menores, de forma ainda mais integrada às plataformas digitais, adaptando-se às novas dinmicas de comunicação e consumo”, explica.
Essa diferença vai muito além dos meios utilizados pela publicidade. “Essa geração possui características únicas como a fragmentação da atenção, a busca por experiências autênticas e a valorização da diversidade. Para conquistar esse público, as marcas precisam ir além dos produtos e oferecer experiências personalizadas e envolventes, capazes de acompanhar o ritmo acelerado da vida online”, afirma o publicitário Rick Garcia, sócio-fundador da MAVERICK 360.
A dispersão – cada vez maior – da atenção é impulsionada por plataformas como o TikTok (utilizado por 44% da Gen A) e o YouTube (mais de 30% assistem por mais de duas horas diárias), segundo publicação da Fundação Annie E. Casey. Isso evidencia a rápida evolução dos hábitos de consumo de mídia dessa geração.
De acordo com Garcia, embora essa volatilidade represente um desafio, é possível estabelecer conexões duradouras com esses consumidores. Para isso, as empresas precisam se comprometer com uma jornada contínua de reinvenção. “Essa mesma capacidade de adaptação será essencial ao projetarmos as estratégias. Afinal, são jovens que cresceram em um ambiente de constante transformação tanto tecnológica quanto de mudanças climáticas em uma sociedade cada vez mais conectada. Por isso, para conquistar a confiança e lealdade deles é preciso investir em autenticidade, inovação contínua e práticas alinhadas aos valores do grupo como sustentabilidade, inclusão e ética”, destaca.
Fato é que a Gen Alfa deve transformar ainda mais a comunicação e a publicidade, e o avanço da tecnologia está acelerando essa mudança. “A realidade aumentada e o metaverso já não são mais opções distantes para as marcas. É preciso estar atento para explorar esse novo universo, fazendo com que os consumidores se conectem com as campanhas de forma mais profunda e significativa”, recomenda Fabíola.
Tendências da NRF e o impacto no comportamento de consumo e na estratégia de marketing das empresas: como absorver as previsões dos maiores especialistas em varejo no mundo?
Por Cristiane Soethe
Você já viu as tendências que vão nortear o varejo, de acordo com as previsões da NRF Retail’s Big Show 2025? O maior evento de varejo do mundo, organizado pela National Retail Federation (NRF) em Nova York (EUA) chegou ao fim no dia 14/01 e divulgou as previsões dos maiores especialistas do setor. Estiveram presentes nesta edição nomes como John Furner, CEO do Walmart; Doug Herrington, CEO da Amazon Stores; Azita Martin, vice-presidente da Nvidia e responsável pela área de varejo na empresa; e Artemis Patrick, CEO da Sephora.
Entre os insights estão a inovação tecnológica, as mudanças comportamentais e as pressões por sustentabilidade, que estão moldando o varejo. O que eu proponho aqui é explorar algumas dessas tendências, analisando seus impactos no comportamento do consumidor e nas estratégias empresariais.
- Inteligência Artificial (IA) e Hiperpersonalização
A IA continua a ser um dos principais vetores de transformação no varejo. Em 2025, ela transcende o papel de automação e entra na esfera da hiperpersonalização, onde cada interação com o cliente é moldada por dados precisos.
O impacto no comportamento do consumidor: Os consumidores esperam que as marcas antecipem suas necessidades e ofereçam soluções sob medida. Seja uma recomendação de produto ou um atendimento mais ágil, a IA pode criar experiências únicas que aumentam a fidelidade e a satisfação. A IA está se consolidando como uma ferramenta essencial no varejo, permitindo personalizar a experiência do cliente de forma sem precedentes. Assistentes de compras baseados em IA oferecem recomendações adaptadas aos gostos individuais, otimizando a jornada do consumidor. No entanto, é importante que as empresas equilibrem a inovação com a transparência no uso de dados, garantindo a privacidade e construindo confiança com o público.
- Experiência do cliente em ambientes imersivos
A loja física está passando por uma reinvenção. Mais do que um local de compras, ela se torna um espaço de experiências, combinando elementos digitais e sensoriais.
O impacto no comportamento do consumidor: Consumidores valorizam momentos que conectem emoção e conveniência. Ambientes imersivos, com design inovador e interatividade, são ferramentas poderosas para fidelização. Um marketing integrado que inclua campanhas digitais mostrando essas experiências pode ser uma alternativa, bem como parcerias com influenciadores para amplificar o alcance das iniciativas. Um showroom que permite ao cliente experimentar produtos com realidade aumentada, combinado com eventos ao vivo, pode transformar uma visita casual em um marco com impacto emocional para o consumidor.
- Sustentabilidade como ponto central
A responsabilidade ambiental está no radar dos consumidores e é, cada vez mais, um critério decisivo para a escolha de marcas. A sustentabilidade deixou de ser diferencial e passou a ser mandatória.
O impacto no comportamento do consumidor: Os consumidores, especialmente os das gerações mais jovens, estão atentos às práticas ambientais das marcas. Eles valorizam empresas que promovem circularidade, uso ético de recursos e transparência nas cadeias de produção. Ou seja, a responsabilidade ambiental continua a influenciar as decisões de compra. Empresas que adotam práticas sustentáveis não apenas atendem às expectativas dos clientes, mas também contribuem para um futuro mais responsável. A transparência nas ações ambientais e o compromisso com a sustentabilidade são diferenciais competitivos no mercado atual. Comunicar com credibilidade os esforços sustentáveis da empresa por meio de uma assessoria de imprensa, por exemplo, é essencial. Relatórios de impacto, storytelling sobre iniciativas verdes e a presença em debates relevantes podem reforçar a posição da marca como líder nesse campo.
- Crescimento do Retail Media
O Retail Media, ou seja, a venda de espaços publicitários dentro de plataformas de varejo, está se consolidando como uma fonte significativa de receita. Essa abordagem permite que varejistas utilizem dados dos consumidores para oferecer anúncios mais relevantes, transformando plataformas de vendas em espaços de marketing eficazes.
O impacto no comportamento do consumidor: Consumidores são mais receptivos a anúncios que se alinhem aos seus interesses imediatos. Essa estratégia aproveita a jornada de compra já em andamento, reduzindo barreiras para conversão. Para ser eficaz, o conteúdo precisa ser altamente segmentado e não intrusivo. Empresas devem trabalhar com equipes de comunicação para criar campanhas que agreguem valor ao cliente, e não apenas interrompam sua navegação.
- Comércio ao Vivo (Live Shopping) e Streaming
O live shopping está se popularizando rapidamente. Combinando entretenimento, interatividade e vendas em tempo real, ele transforma a compra em uma experiência social.
O impacto no comportamento do consumidor: A interação com anfitriões ou influenciadores em tempo real cria uma sensação de urgência e comunidade. Os consumidores têm a oportunidade de esclarecer dúvidas instantaneamente, aumentando a confiança na compra. A comunicação aqui deve focar no treinamento de porta-vozes, na criação de narrativas cativantes e em estratégias para engajar a audiência antes, durante e após a transmissão.
- Tecnologia Just Walk Out
A tecnologia “Just Walk Out” permite que os clientes entrem, peguem os produtos desejados e saiam da loja sem passar por caixas tradicionais, utilizando sensores e inteligência artificial para automatizar o processo de pagamento. A tendência é impulsionada pela escassez de mão-de-obra.
Impacto no comportamento do consumidor: Essa conveniência aprimora a experiência de compra, reduzindo filas e tempo gasto na loja, atendendo à demanda por rapidez e eficiência. Empresas devem comunicar claramente o funcionamento e os benefícios dessa tecnologia, abordando possíveis preocupações com privacidade e segurança de dados. Mensagens educativas e transparência são essenciais para ganhar a confiança dos consumidores.
- Experiência do colaborador
Reconhecer e melhorar a experiência dos colaboradores tornou-se uma prioridade, entendendo que funcionários satisfeitos proporcionam melhores serviços aos clientes.
Impacto no comportamento do consumidor: Colaboradores engajados e motivados tendem a oferecer um atendimento mais eficiente e amigável, melhorando a satisfação e fidelização dos clientes. Investir em programas de bem-estar, treinamento e desenvolvimento profissional. Comunicar essas iniciativas reforça a imagem da empresa como um bom empregador, o que pode atrair tanto talentos quanto clientes que valorizam práticas empresariais responsáveis. Aqui novamente entra o papel importante da assessoria de imprensa na comunicação dessas iniciativas ao mercado.
- Reinvenção das lojas físicas
As lojas físicas estão se transformando em espaços de experiência, indo além da simples transação comercial para oferecer interatividade e engajamento.
Impacto no comportamento do consumidor: Os consumidores buscam experiências únicas que não podem ser replicadas online, valorizando a interação direta com produtos e marcas. Criar ambientes que proporcionem ativações criativas e interativas, como demonstrações de produtos, workshops e eventos exclusivos. A comunicação deve destacar essas experiências diferenciadas para atrair clientes ao espaço físico.
- Foco na Geração Alpha
A Geração Alpha, composta por crianças nascidas a partir de 2010, está emergindo como uma futura base de consumidores com comportamentos e expectativas moldadas pela tecnologia desde o nascimento.
Impacto no comportamento do consumidor: Crescendo em um ambiente altamente digital, essa geração valoriza interatividade, personalização e experiências integradas entre o físico e o digital. Marcas devem começar a entender e se conectar com essa geração desde cedo, utilizando plataformas digitais e conteúdos interativos. Investir em responsabilidade social e sustentabilidade também ressoa com os valores transmitidos a eles por seus pais, influenciando suas futuras decisões de compra.
- Fim do Marketing Linear
O marketing tradicional, com mensagens unidirecionais, está dando lugar a abordagens mais dinâmicas e interativas, onde o consumidor participa ativamente da construção da narrativa da marca.
Impacto no comportamento do consumidor: Consumidores modernos desejam interagir com as marcas, influenciando e co-criando conteúdos e produtos, buscando autenticidade e engajamento real. Adotar estratégias de marketing que incentivem a participação do consumidor, como campanhas interativas, conteúdo gerado pelo usuário e engajamento em tempo real nas redes sociais. A comunicação deve ser transparente e dialogar diretamente com os valores e interesses do público-alvo.
- Mercado de bem-estar
O bem-estar, abrangendo saúde física, mental e emocional, tornou-se uma prioridade para os consumidores, especialmente após a pandemia.
Impacto no comportamento do consumidor: Há uma busca crescente por produtos e serviços que promovam uma vida saudável e equilibrada. Consumidores estão dispostos a investir em marcas que transmitam cuidado com o bem-estar. Empresas podem aproveitar essa tendência ao associar suas marcas a valores como saúde e autocuidado. Invista em parcerias com influenciadores do setor, comunique os benefícios de produtos ligados ao bem-estar e promova campanhas que incentivem hábitos saudáveis.
Em resumo, as tendências destacadas na NRF 2025 indicam um movimento em direção a um varejo mais tecnológico, personalizado e centrado tanto no cliente quanto no colaborador. Essas previsões mostram que o varejo em 2025 não se trata apenas de tecnologia, mas também de como as marcas se comunicam. Seja para explicar o uso de IA, promover experiências imersivas ou destacar práticas sustentáveis, a comunicação corporativa será essencial.
Essas tendências reforçam a necessidade de estratégias de comunicação bem estruturadas para posicionar as marcas em um mercado cada vez mais dinâmico e exigente. A assessoria de imprensa e o marketing integrado desempenham um papel vital ao gerenciar a reputação da marca e amplificar sua presença em um mercado competitivo.
Construir narrativas autênticas e estar presente nas conversas certas ajudará a conquistar o coração (e a lealdade) dos consumidores em um mercado em constante evolução. Este ano, a inovação está mais do que nunca conectada à forma como as marcas dialogam com seus públicos. Quanto mais transparente e envolvente for essa comunicação, maiores serão as chances de sucesso.