MÍDIA E IA: QUAIS OS DESAFIOS? – 05.05.2023

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Papa de jaqueta puffer, Donald Trump preso, entrevista falsa do Schumacher – a inteligência artificial vem monopolizando as discussões na internet com a chegada do ChatGPT e outras IA’s generativas. O interesse e a urgência do tema também reverberam no âmbito legal.

Ao redor do mundo, governos e instituições discutem os limites da IA e possibilidades de regulação. No Mídia Master 2023, realizado nos dias 18 e 19 de abril, no Royal Palm Plaza, em Campinas, o pesquisador e professor da Fundação Dom Cabral, Marcelo Nakagawa, explicou que a velocidade da mudança aumentou e vai continuar progredindo nos próximos anos.

“A inteligência começa a gerar novas inteligências e isso assusta muitas pessoas”, define o pesquisador. Para ele, a escalada da inteligência artificial nesse momento acontece não por uma evolução no conceito em si.

Mas porque, agora, ela encontra um estágio de maturidade em aprendizado de máquina e um processamento de linguagem natural sofisticado – área que estuda problemas da geração e compreensão automática de línguas humanas.

Nesse estágio, a IA também passa a atender conhecimentos que vão para além do lógico matemático e invade outros contextos, como o visual, com a criação de imagens.

Um exemplo recente é a foto do Papa Francisco, autoridade máxima da Igreja Católica, vestindo uma jaqueta puffer. A imagem, que viralizou e foi compartilhada por muitos portais, foi criada pela ferramenta de inteligência artificial Midjourney.

Porém, apesar de ter ganhado a capacidade de criar, Michel Alcoforado, pesquisador, consultor e fundador da Consumoteca, defende que a repercussão que a imagem ganhou jamais seria possível sem um disparador humano.

“Informação é uma abstração que só existe na mente humana”, explica. “O que nós temos como humanos e que nos será cobrado é a capacidade de pensar sobre pensar, articular conceitos”, afirma Alcoforado.

Com esse avanço na capacidade de criar, a inteligência artificial vem ganhando espaço e movimentando as agências. Segundo Carol Buzetto, cofundadora e CEO do WPP Media Service, a IA impacta todas as áreas das agências. No entanto, o maior impacto está nas áreas de dados e tecnologia.

“Ela te ajuda a tirar o dia a dia, que é o básico, e dá tempo para o pensamento crítico”, aponta a executiva.

Martin Zanlungo, head regional de mídia, precisão e conteúdo LATAM da Johnson&Johnson acrescenta: “Podemos concordar que nosso mundo e o trabalho são cada vez mais complexos. Os profissionais de mídia têm que encarar a automação como sócios”.

Por outro lado, existem desafios. “Meu receio é nós termos um gap de estratégia com a mudança de uma geração para outra”, afirma. “Você tem a banalização do dado para quem acha que isso é algo simples e o outro lado de achar que é algo inatingível”.

(Fonte/Crédito: Taís Farias – Meio & Mensagem)

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