COM INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE, GERAÇÃO Z SE DESTACA E AJUDA EMPRESAS A CRESCEREM 01/11/2024

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Apesar das críticas que recebem, os genZ revolucionaram o modelo formal de trabalho com sua autenticidade, avalia Andréa Salsa, especialista em Pessoas e Gestão

Criativos, inovadores e fortemente conectados com a tecnologia: esses são apenas alguns dos adjetivos que podem ser atribuídos aos jovens da geração Z que estão iniciando suas carreiras profissionais. Nascidos entre 1997 e 2013, os genZ têm causado barulho no mercado de trabalho por sua postura questionadora contra o modelo formal trabalhista, mas é justamente essa autenticidade que pode levar os estreantes a se destacarem.
A avaliação é de Andréa Salsa, consultora de Pessoas e Gestão e comentarista do quadro CBN Vida Profissional. “A geração Z questiona o modelo formal de trabalho, porque ele pressupõe um controle muito forte sobre o trabalhador. Essa é a geração que tem coragem de expor que tem desejo de ser respeitada e valorizada no ambiente profissional, e isso é muito atrelado ao fato de que eles querem ver significado no trabalho e ter muitas experiências em diversas áreas”, afirma.
A especialista acredita que, apesar dos conflitos gerados pelo choque geracional, comuns a qualquer época, os jovens que chegam agora ao mercado têm muito a acrescentar. “As melhores vantagens de ter um funcionário genZ na equipe são a fluência digital e habilidades tecnológicas, essenciais para o novo mercado, além da capacidade criativa e inovadora, o que ajuda na conexão com o novo mercado consumidor, do qual eles também fazem parte. Por isso, sabem como fazer essa ponte entre empresa e cliente de modo original e sincero”, complementa Salsa.
Nova geração, novas prioridades
Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC Brasil, em parceria com o Sebrae, revelou que, para os nascidos na era digital, uma boa remuneração é o quarto item na lista de prioridades, ficando atrás de “trabalhar com o que gosta”, “equilibrar trabalho e vida pessoal” e “ser reconhecido pelo que faz”.
Em um cenário em que os jovens de 18 a 24 anos representam 13% da força de trabalho, conforme relatório da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a tendência é que o mercado comece a se transformar para atender a essas novas demandas da juventude.
“O mercado atualmente é muito digitalizado e automatizado, e a lógica de uso das inteligências artificiais têm demandado mudanças importantes no modelo de trabalho, como o fortalecimento do home office, já que, com o trabalho remoto, as pessoas podem trabalhar de qualquer lugar. Sustentabilidade e diversidade também são pautas importantes para a juventude, e as empresas têm prestado mais atenção nisso”, diz Andréa Salsa.
Transição de carreira cada vez mais cedo
Com o crescimento do setor tecnológico, vários jovens têm feito a transição de carreira para a área. Um exemplo disso é Bernardo Polese, de 24 anos, que trocou o curso de Serviço Social por Ciências da Computação e, atualmente, estuda e trabalha como Analista de Produto.
“Comecei a fazer Serviço Social em 2018 por uma questão de familiaridade com as matérias e áreas de atuação. Decidi trocar de curso durante a pandemia porque não me adaptei às aulas on-line e não me via mais como assistente social. Por ter afinidade com tecnologia, resolvi trocar para Ciências da Computação, que tem um ótimo mercado, com várias oportunidades. Depois de formado, quero muito me tornar desenvolvedor”, conta o estudante.
Apesar de o setor tecnológico ter as melhores remunerações, como mostrou o Guia Salarial 2024 da Forbes, essa não foi a principal motivação para a escolha de Polese, que considera a realização pessoal como fator determinante. “Quando a gente se encontra no que a gente faz com prazer, leveza e tranquilidade, tudo fica melhor. Eu me encontrei na minha profissão e é o que eu quero fazer pro resto da vida.”
Jovens e influencers
Outra característica dos zoomers é a forte presença no ambiente digital, que, para muitos, virou uma fonte de renda e networking. “A geração Z pode se oportunizar pelo fato de ser nativodigital, já que temos um mercado de novas indústrias que não para de crescer. O marketing digital voltado para redes sociais e o e-commerce numa lógica de economia criativa também têm criado oportunidades para os jovens”, comenta Andréa Salsa.
Conforme pesquisa da startup de marketing INFLR realizada em 2022, 75% dos jovens brasileiros sonham em trabalhar com a internet, principalmente como influenciadores digitais. Interesse financeiro e vontade de ser uma voz relevante foram os principais fatores que motivaram a escolha, e este último é o que incentivou a estudante de Letras/Português Ana Rita Nunes, de 21 anos, a mostrar suas vivências e looks nas redes sociais.
A jovem conta que gravava vídeos das roupas que usava e compartilhava com amigos próximos, até que muita gente começou a falar que gostava do jeito que ela se vestia.
“De uns dois anos para cá, tenho recebido mensagens de agradecimento de muitas meninas que tinham receio de utilizar certas peças, mas que, ao acompanharem meus conteúdos, passaram a sentir mais confiança na hora de montar os próprios looks. Esse foi o grande impulsor para começar a publicar de fato minhas ideias, perspectivas e roupas nas redes sociais de modo profissional.”
Com tantas pessoas querendo um lugar ao sol no mundo da criação de conteúdo, poucos são os que chegam à casa do 1 milhão de seguidores, mas, mesmo assim, Ana Rita Nunes garante que fazer as postagens vale a pena.
“Com certeza, é um caminho possível a ser seguido para os jovens e dá para alcançar resultados incríveis, mesmo que o seu celular não seja o melhor da época ou que o seu quarto não seja o mais bonito e ‘estético’ como o de grandes influencers. Um mesmo assunto pode ser abordado de diversas maneiras e, mesmo que alguém tenha feito um conteúdo sobre algo que você goste, esse conteúdo não foi feito com seu olhar, e isso é o que me leva a querer sempre criar mais.”
Zoom nos zoomers
No Podcast Papo Residência, feito pela 27ª turma do Curso de Residência em Jornalismo, as focas Yasmin Spiegel e Adrielle Mariana falam sobre mercado de trabalho e aprofundam a visão dos zoomers sobre a área.
Andréa Salsa está entre os entrevistados, assim como jovens que trabalham como empreendedores ou freelancers.

FONTE: (A Gazeta)

 

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